Meer
domingo, 9 de novembro de 2025
Outro aspecto me chamou a atenção. Guilherme está descobrindo o mundo, quer ver e tocar em tudo. Ouve um barulho de helicóptero e sai correndo para a janela, olhando para o céu e batendo palmas. Encanta-se com uma colher de pau, um pote de canetas, a porta do micro-ondas, a gaveta que desliza para abrir e fechar
Observando tudo isso, noto que esta qualidade humana, nem sempre se mantém presente de forma tão marcante, em nossa vida adulta. Quantas vezes um tombo nos deixa no chão, sem ânimo para tentar mais uma vez. Às vezes demoramos para nos levantar, outras vezes desistimos para evitar riscos e sacrifícios
Com exatos 1 ano e 4 meses, Guilherme enfrenta agora o desafio da posição vertical. A troca do engatinhar pelo caminhar. Sem dúvida, a movimentação autônoma, inaugurada com o engatinhar, já foi uma grande evolução para quem sequer se deslocava por meios próprios. Mas arrastar-se pelo chão, com os olhos para baixo, em velocidade muito lenta e ainda ocupando as duas mãos, não se compara ao andar de pé, altivo e libertador
Aliás, gaveta é um capítulo à parte, pois interessa a ele o mecanismo e o conteúdo. Retira tudo que encontra dentro e espalha em volta: quer ver cada peça, somente se satisfazendo ao constatar que chegou ao fundo da gaveta e saber que ali nada mais há para examinar
Uma pancada, um novo obstáculo, uma desilusão, uma crítica ou até mesmo uma simples palavra desagradável pode nos derrubar e lá se vai a nossa persistência por água abaixo. Posso estar enganado, mas parece que, para muitos de nós, pouca coisa já pode bloquear nosso ânimo de prosseguir por um caminho sonhado, porém longo e difícil

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