Meer
terça-feira, 9 de dezembro de 2025
Há quem diga que são a prova mais aproximada de que existem anjos na Terra… anjos com quatro patas, algum pelo, abanam a cauda e têm muito amor para dar, sem esperar nada em troca. Amor com patas
Sempre gostei de cães. Daqueles que vemos nos filmes a correr em câmara lenta, a saltar para os braços da família, e que parecem perceber tudo mesmo quando não dizemos nada. Sempre quis ter um
É estranho, mas o amor pelos cães ou por outros animais de estimação instala-se com a leveza de um mimo e a força de uma raiz. Começa num passeio e acaba numa vida inteira. Cresce devagar e, de repente, quando a pessoa dá por si, já está a planear os horários para estar mais tempo com eles, levar biscoitos escondidos nos bolsos. Ficamos com o coração apertado quando estão doentes. E começamos a ter medo…. sim, medo. Porque o amor pelos cães e outros animais de estimação, esse amor tão puro, vem sempre acompanhado de uma pequena tragédia anunciada… sabemos desde o início que um dia vão partir. Sabemos que os seus anos correm mais depressa do que os nossos e, mesmo assim, deixamo-nos amar por eles… ou será o contrário? Talvez sejamos nós os privilegiados por sermos escolhidos por eles
Ver a sua impaciência quando chegamos à praia e a vontade eletrizante de correr naquele areal em direção às ondas do mar. Tudo ganha outro sentido; tudo é um momento para ficar registado na nossa memória
Mas havia alguns obstáculos que, durante muito tempo, me impediram: alergias e asma — o dueto ingrato que não combina com pelos e lambidelas. Enquanto os outros miúdos da escola tinham histórias sobre os seus cães, eu tinha comprimidos anti-histamínicos e inaladores

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