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domingo, 28 de dezembro de 2025
Cena do filme Três amigas. Ao final, a moral da história não emerge de grandes revelações ou acontecimentos extraordinários, mas da singeleza cotidiana com que essas ações transcorrem na tela
Emmanuel Mouret. Quem acompanha a filmografia de Emmanuel Mouret pode reconhecer nestas linhas um artifício que percorre seus principais trabalhos
Pelo olhar de Vitor, conhecemos as demais personagens da história, em especial o trio de amigas anunciado pelo título. Blanche, Pauline e Sophie são professoras, mulheres que dividem não apenas a profissão, mas também uma cumplicidade afetiva que ultrapassa o ambiente profissional. A morte de Vitor é um ponto de inflexão e desorganização em suas vidas: Blanche, viúva recente, oscila entre a fidelidade à memória do marido e a possibilidade de um novo afeto; Pauline, a mais racional do grupo, tenta interpretar os acontecimentos como exercícios morais, e aprende a amar o marido à medida que lida com a infidelidade, a sua e a dele; já Sophie, a mais livre e instintiva, deixa-se levar pelo ímpeto das paixões, ainda que isso a conduza a becos sem saída, como ter um caso com o marido de Pauline
Cena do filme Três amigas. Um pequeno filme que ganha a imensidão ao lidar com tanta ternura e emoção com as coisas da vida
Emmanuel Mouret. Para além de histórias representadas em tela, no cinema de Mouret acompanhamos com frequência personagens contando histórias umas às outras, em um modelo narrativo que permite que os filmes se desdobrem em novas histórias dentro da história, alternando flashbacks, tramas paralelas, pontos de vista ou, simplesmente, contos independentes, sem relação direta com o que víamos até então - à exceção de saírem da boca de uma pessoa para o ouvido de outra

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