Primeiramente parabéns a todo o gênero feminino, o dia 8 é mais que uma data comemorativa, essa data é marcada por lutas e reivindicações (principalmente em países como EUA e na Europa), por melhores condições trabalhistas e direitos sociais e políticos, que se deu início na segunda metade do século XIX. Na maioria dos países o que acontece nesse momento é a realização de debates, reuniões, encontros, cujo o principal objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual.

Existe muito caminho a percorrer ainda e muito a ser conquistado, sabemos disso, né mesmo? Mas eis que pergunto a vocês: Quem é essa mulher da contemporaneidade? Vamos então pensar um pouco além. Nos últimos tempos o papel da mulher vem sendo reelaborado, e a sua inserção no mercado do trabalho contribuiu para isso. Antigamente o que víamos? Que o papel da mulher se restringia ao lar, especificamente. Atualmente, muitas delas são provedoras desses lares. Percebemos hoje uma mulher mais independente, com novos papéis sociais, como de provedora de seu lar e de cuidadora também.

A angústia da mulher contemporânea, dessa mulher que chega ao meu consultório é em muitos casos sobre gerar ou não um bebê. Conciliar maternidade com profissão não é uma tarefa fácil e muitas temem abrir mão desse campo profissional, pois o trabalho aparece aí como um significante muito forte, representando independência. Mas também isso é muito relativo, assim como vejo mulheres escolhendo o cuidar de seus filhos exclusivamente (assim como não tiveram de suas mães).

A mulher de hoje precisará fazer suas escolhas de acordo com seus desejos. A psicanalista Malvine Zalckberg disse em uma entrevista que o essencial é ter em mente que não há uma forma de ser mulher, mas uma forma que convém a cada mulher. Para Freud: “Mulher não nasce uma; se torna.”

O que mudou nesse tempo? Nosso lugar, nossa posição subjetiva mudou! Entendo muito o lugar da psicanálise nesse momento e em outros, é claro, quando dá voz a mulheres que por muito tempo se mantiveram em constante silêncio em decorrência dessa cultura patriarcal e desse jogo de poder que sempre teceram para nós. Pois, por mais que a sociedade consiga se modificar de tempos em tempos, muitos homens ainda enxergam a mulher como objeto, e isso se dá pelo jogo do poder que se instaura ali.

Vamos então comemorar não só esse mês, como todos os dias e meses e todos os anos, comemorar a nós, mulheres, que conseguimos dar conta da posição feminina desejável que somos! É importante cuidar da saúde física e mental, fazer análise é um investimento em você, e nada mais justo e saudável do que um olhar voltado para si mesma.

E aqui vai minha pergunta: Como você se enxerga nesse momento? Que lugar é esse que você se coloca em sua vida e acaba refletindo no lugar que você se coloca em suas relações afetivas? Mas isso é conversa para outro momento. Vamos ficar por aqui hoje?