A desigualdade social é um dos mais persistentes e desafiadores problemas do mundo. Ela se destaca de forma ininterrupta no Brasil. Suas raízes históricas e estruturais afetam diretamente o acesso da população a direitos fundamentais, como saúde, educação, moradia e renda. Diante disso, combater a desigualdade é não apenas uma necessidade ética, mas um passo essencial rumo a uma sociedade mais justa e desenvolvida.

A vitrine social está repleta de mazelas, diversificadas e reluzentes estampam os noticiários. A desigualdade social é um dos maiores desafios enfrentados pela sociedade contemporânea. Presente em praticamente todos os países, ela se manifesta na distribuição desigual de renda, acesso precário à educação, saúde de baixa qualidade e falta de oportunidades de ascensão social. Esse problema, além de comprometer o bem-estar de milhões de pessoas, perpetua ciclos de pobreza e exclusão que atravessam gerações.

Nos países em desenvolvimento, a desigualdade é ainda mais evidente. Milhões vivem abaixo da linha da pobreza, enquanto uma pequena parcela da população concentra grande parte da riqueza. No Brasil, por exemplo, dados do IBGE e de organizações internacionais mostram que os 10% mais ricos ganham mais de 40% da renda total do país, enquanto os mais pobres enfrentam dificuldades básicas como alimentação, moradia e transporte.

Mas a desigualdade não se limita à renda. Ela também se expressa em dimensões como o acesso à justiça, à tecnologia, à segurança e até à participação política. Crianças que nascem em comunidades vulneráveis, por exemplo, têm menos chances de receber uma educação de qualidade, o que compromete seu futuro e contribui para a perpetuação da pobreza.

As causas da desigualdade são diversas: heranças históricas de exploração, políticas públicas ineficazes, corrupção, discriminação racial e de gênero, entre outras. Combater esse problema exige ações integradas e políticas que promovam inclusão social, investimentos em educação e saúde, distribuição mais justa da renda e oportunidades iguais para todos.

Em um mundo globalizado e interconectado, a desigualdade social não é apenas uma questão ética, mas também um risco para a estabilidade social, econômica e política. Sem enfrentá-la com seriedade, estaremos condenados a viver em sociedades cada vez mais polarizadas, injustas e conflituosas.

Herança histórica

O Brasil foi palco de um gigante vexame: foi um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão (1888), sem políticas efetivas de inclusão dos ex-escravizados. Isso deixou marcas profundas na estrutura social, com desigualdade racial e de acesso a oportunidades.

Com relação a desigualdade econômica, o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo em termos de renda. Enquanto uma minoria concentra grande parte da riqueza, milhões vivem em situação de pobreza ou extrema pobreza. O sistema tributário é regressivo: os mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos do que os mais ricos.

Outra grave questão é a desiguldae na educação da população. A qualidade do ensino público ainda é muito desigual, principalmente nas periferias e áreas rurais. O acesso ao ensino superior, embora tenha melhorado, ainda favorece quem teve uma boa base educacional — geralmente quem estudou em escolas privadas, com alto investimento em cursinhos preparatórios.

O acesso desigual a serviços públicos tais como a saúde, o transporte, o saneamento básico e em segurança não chegam com a mesma qualidade para todos. Muitas comunidades vivem em situação de abandono ou com acesso muito limitado a serviços essenciais.

Sobre o panorama global da desigualdade econômica

O World Social Report 2025 da ONU revela que mais de 2,8 bilhões de pessoas (acima de 1/3 da população mundial) vivem com US$ 2,15 a US$ 6,85 por dia. Outra importante informação é que 60% das pessoas em todo o mundo temem perder o emprego e encontrar dificuldades para se recolocar no mercado.

Distribuição de renda e riqueza

Os 50% mais pobres do mundo recebem 8,5% da renda total, enquanto os 10% mais ricos arrecadam 52%, e o 1% mais rico, 19%. Os 10% mais ricos detêm cerca de 64% da riqueza global, e o 1% do topo possui mais de 40% de todos os ativos do mundo.

Por que é tão difícil combater a desigualdade social?

No Brasil, a desigualdade vem desde a colonização, escravidão e concentração de terras, onde os sistemas como o racismo estrutural e a exclusão dos mais pobres se perpetuam ao longo do tempo.

Muitas vezes, quem tem mais dinheiro influencia mais nas decisões políticas. Políticas públicas que poderiam diminuir desigualdades enfrentam resistência de grupos privilegiados.

Em muitos contextos, a desigualdade é vista como "normal" ou "natural", o que dificulta a mobilização social. A falta de empatia e de consciência coletiva agrava o problema.

Outro fator muito comum são mudanças de governo, que culmina na interrupção de programas sociais eficientes. Sem planejamento de longo prazo, muitos avanços se perdem.

Combater a desigualdade social é difícil, um dos maiores desafios do Brasil e do mundo, porque exige romper com privilégios, mudar estruturas injustas, garantir oportunidades reais e manter políticas consistentes. Enfrentá-la é fundamental para construir uma sociedade mais justa, equilibrada e sustentável.