Os necessitados urbanos cresceram pós pandemia ocorrida no ano de 2020 a 2022, aos quais denomino humanos que sobrevivem muito abaixo da linha da pobreza. Não era comum, pelo menos aonde passei no primeiro mundo, ver proliferação tamanha de pessoas sem rumo, sem teto, sem esperança, sem dignidade, vivendo de esmolas para comprarem álcool e drogas misturadas com venenos.

Aqui no Brasil, os que conseguem viver longe de drogas, mesmo próximos de usuário de drogas pesadas, gastam o tempo de suas vidas - o maior bem dado por Deus - e perdem pelo menos 4h por dia num transporte sujo, veículos lotados e sem ar-condicionado, entre ir e vir ao trabalho, sucumbindo a um sustento com mísero salário mínimo, em torno de R$1.518, equivalente a US$ 252.00, ou a €235.00.

Este salário, de acordo com a nossa Carta Magna do Brasil, deve servir para educação, alimentação, saúde, vestuário e residência. Dividindo o valor por 5, teremos então o equivalente a €47 para cada necessidade por mês. É óbvio que não banca nenhuma, nem outra.

Ah, mas desde Getúlio Vargas (1930 a 1945 e depois de 1951 até o ano de 1954, quando ele se suicidou) o trabalhador tem direitos sociais, e o governo brasileiro implantou o SUS (Sistema Único de Saúde) criado em 1990, Lei nº 8.080, para dar assistência à saúde com verba revertida dos impostos; a origem do SUS remonta à Constituição Federal de 1988. Esses direitos sociais são classificados de capital social, o que no somatório do trabalhador comum na grande metrópole não corresponde atenção que deveria ter...

Há pontos positivos se entendermos como benefício sem os custos do atendimento inicial para a saúde em comparação com uma clínica privada. As outras fases são bem problemáticas para uma pessoa ter acesso ao SUS. A fila é enorme todos os dias (2ª. a 6ª.-feira) para ter atendimento nos postos de saúde (PS). Pega-se uma senha de consulta para 15 dias depois num jogo interessante chamado de atendimento primário. Após 15 ou 30 dias, a pessoa consegue ir à Clínica da Família, espera pelo menos 1 a 2h para ter acesso ao consultório no horário agendado anteriormente.

Quem atende e ouve seus reclamos do corpo é um profissional da enfermaria graduado ou não, ou por um médico residente, aí já é luxo. Exames laboratoriais (urina e sangue) são providenciados e a consulta, se necessária com o médico (?), que é o superior da equipe do atendimento primário, fica marcada para os 15 a 30 dias seguintes, com o aval de remédios “gratuitos” fornecidos pela farmácia popular no PS. A manutenção do tratamento para aquele tipo de doença identificado, que o paciente não paga é subsidiado pelos governos federal, estadual e municipal - não necessariamente por essa ordem ou custeamento – mas nossos impostos não chegam ao seu destino porque passam pela torneira da corrupção.

A pessoa tem acesso, mas fica como jacaré na lagoa: apenas com os olhos do lado de fora d’água. Porque se o problema de saúde for maior, morre antes ou vira doente crônico, porque leva pelo menos 3 a 5 anos para ter solução: morre ou consegue o atendimento, cirurgia neste período.

É o caso de um amigo. Ele buscou por anos fazer o cateterismo, foi identificada a necessidade urgente de duas correções, artéria e coração (diafragma), e este senhor, 67 anos de idade, trabalha como caminhoneiro de cegonhas, subindo e descendo carros na carreta, e ele mesmo é quem faz as amarras. Como tem força (saúde) para isso? ...não me pergunte.

Cá entre nós, que minha primeira dama não leia: negocio um apartamento pequeno (uns R$300 mil) que tenho há 30 anos para bancar essas cirurgias.

Nesse bojo, os trabalhadores citados vivem na pseudodemocracia (democracia cleptocrática 1) no Brasil, são massa de manobra com promessas vãs, vilipendiados por um sujeito que aprimorou o modus operandi proporcionando às pessoas más, que têm universidade criminal nas ruas e pós graduação nas cadeias, bêbados, cachaceiros, viciados – ele, nosso presidente imposto, é expert em mentir a vida toda, e cria todo tipo de dificuldade para trabalhar, até se mutilou para ganhar tempo e aposentadoria – confirmou seu Januário, antigo colega de fábrica...

Assombrado, assisti uma entrevista semana passada (artigo de 30/09/2024) de Bill Gates, criador do Windows, que premiaria o presidente do Brasil, Sr. Luís Inácio Lula da Silva, por ter tirado 33 milhões de pessoas da fome. Essas pessoas têm que vir ao Brasil para conhecer a realidade. Não podem simplesmente premiar em nome da boa ação pessoas que apenas falam o que não cumprem...

"Minino”, é uma mentira! Esses números já chegaram a 120 milhões de famintos da boca de sua Ministra Marina Silva ano passado. Não é necessário contraprova, porque os vídeos (streamings) estão nas páginas oficiais dos eventos e impressas nos jornais (digitais).

Esse número, e tantos outros valores presos na língua solta desse senhor, é fácil de desmentir, basta espiar os discursos anteriores na própria ONU, ou nas redes sociais, mostrados nas entrevistas das viagens turísticas que faz com a senhora dita primeira dama do País, quando gastam milhões de reais nesse tour internacional – a diária do casal é em hotel 5 a 6 estrelas. Este homem está mesmo preocupado em eliminar a fome em algum lugar? Essa fala vem desde os primeiros discursos na vida pública.

E a miséria no Brasil aumenta com incentivo do casal e de sua trupe. O comércio interno está fraco, decadente, há falências com efeito dominó, e os números fazendários são maquiados, a exemplo dos divulgados internacionalmente em 2003 a 2008.

Há um programa para resolver o problema da falta de moradias das pessoas mais carentes denominado Minha Casa Minha Vida, apelidado de Minha Casa Minha Dívida. Os números oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão federal brasileiro que coleta, analisa e divulga dados estatísticos sobre e para o país, lá no ano de 2010, há 15 anos, não mudou muito até os dias de hoje, a não ser o crescimento populacional, dão conta de que a maioria das pessoas ativas na economia brasileira, emprego fixo, ganha entre um a dois salários mínimos.

O financiamento de um imóvel básico no chamado banco público, a Caixa Econômica Federal, não sai por menos do que R$800,00/mês pagos em 30 anos, e essa parcela é escalonada para cima somando inflação, correção monetária, impostos embutidos. Dá uma vantagem: o contratante pode quitar e o valor total da casa será pago sem os juros. Quitar como?

Sobra para o trabalhador brasileiro morar nas favelas romantizadas por grandes compositores e artistas moradores favelados, que ao primeiro bom faturamento descem para o asfalto. Antes, havia o malandro, hoje o moleque de 13 anos porta fuzil, Glock, ou mini metralhadora, quando não está com um Ak 45 novo, de última geração.

Na favela falta o estado, os órgãos municipais não existem, a não ser Ongs e o PS com suas mazelas citadas anteriormente. A realidade do dia a dia é cocô de cachorro nas vielas e corredores apertados, drogados nos becos, lixo por todo canto, desrespeito à Lei do Silêncio tanto de moradores, como de cultos evangélicos, som ambiente dos traficantes e/ou milicianos – é uma mistura de barulhos com a música e letras sobre mortes e tiros, mais o endeusamento dos que vivem nas favelas absorvendo apologia ao crime.

O achatamento cultural nem ouso comentar. Tive e tenho a grande oportunidade de caminhar, e até curtir um bom churrasco na laje de amigos, quando visito a Rocinha ou a Cidade de Deus, Morro do Cintra (Rua Tavares Bastos) e outras favelas que recuso a citar nomes.

O morador que tem sua vida organizada com os filhos e esposa ajudando nas despesas mensais, tem vida confortável dentro de sua casa. É outro mundo, muito diferente do visto lá fora... a caminhada, sobe e desce até chegar à casa da Rachel (leia-se Reichel) ou do Noah (isso mesmo) é uma aventura, mesmo caminhando ao lado do morador conhecido – tem a senha “é morador!”

Soube que Arthur Hailey para escrever o livro Hospital, best seller de 1982, viveu alguns dias dentro de um hospital nos EUA – deve ter bancado uma nota preta. Tentei fazer o mesmo, e fiquei por dias e por algumas semanas entre idas e vindas somam alguns meses; foi uma gestação longa, para eu conhecer o modo de vida diário, cotidiano local e não apenas viver isso nas aparições para participar de churrascos em visitas dos fins de semana.

O que publicar? Se abrir o bico, posso prejudicar quem me emprestou o "barraco", ou pior, imagino, entregar a rotina do tráfico ou da milícia, e ficar no meio do tiroteio, porque quem sabe quem é quem só é sapiente nas esferas superiores, são os que de fato usufruem dos milhões de dólares desses negócios.

Há um burburinho à boca miúda que um grandalhão, conhecido como boca de sapo no judiciário brasileiro, lava dinheiro em escritório de advocacia em Portugal.

Ainda no prelo, eis um dos capítulos do livro que deve ser lançado até junho/2026.

A maioria das pessoas é analfabeta ou semianalfabeta. Os corredores são apertados e não há respeito aos transeuntes por conta de ter que dividir este espaço com motos, sejam eles crianças, mulheres grávidas ou idosos. E a maior parte é mal educada ou não tem o meio educação de família. Um bom dia ou boa tarde ouve-se como que por milagre como resmungo ao seu cumprimento. São vielas sujas, com todo tipo de água correndo a céu aberto, desde o da limpeza da "casa" aos esgotos adaptados... Frequento, tenho amigos, parentes. E o pior de tudo é dar de cara com um bando de moleques, próximo dos 13 anos de idade, protegendo a boca de fumo...

Estou alimentando a coragem e devo publicar no ano que vem, não sem antes ter o zelo de ficcionar personagens e ruas, adaptando à serenidade de proteger meus amigos e amigas.

Sem ser político, mas metendo o dedo na ferida, podem ter certeza senhores leitores, creio que uns 12 (a quem agradeço), o mundo gira e o bem prevalecerá sempre.

Tudo posso naquele que me fortalece.

(Filipenses 4:13)

Nota

1 Em uma cleptocracia, os políticos corruptos enriquecem secretamente e ilegalmente, por meio de propinas, subornos e favores especiais, ou simplesmente direcionam fundos do estado para si próprios e seus associados...