Definitivamente, o movimiento Feminista pertence ao grupo dos movimentos de maiores acensões nos últimos anos, junto com o movimiento LGBT e com o movimento da Consciência Negra. Entretanto, fica evidente o fato de que grande parte das mulheres que aderem ao feminismo não possuem a mínima ideia do que estão defendendo.

Uma prova viva que atesta o que eu estou afirmando é o documentário The Red Pill (A pílula vermelha) disponível gratuitamente no Youtube. O documentário foi produzido e dirigido por Cassie Jaye, americana nascida em Oklahoma, que pertencia ao movimento Feminista, e que quando decidiu estudar o feminismo a fundo, esta então deixou de ser feminista para se tornar defensora do movimento pelos direitos do homem.

Vamos começar falando pelo básico. Uma coisa é você ser feminista, outra coisa é você ser pró-mulher. No meu caso, eu sou contra o feminismo, porém eu sou pró- mulher. Ou seja, eu sou a favor da igualdade dos sexos, e em algumas situações específicas eu sou a favor que a mulher tenha certos privilégios.

Passando para o campo social, é interessante como algumas mulheres utilizam de sua experiência pessoal para julgar toda uma sociedade mundial. Por exemplo, estes dias uma das minhas afilhadas (que é feminista e não faz a mínima ideia do que defende...), me enviou este texto na internet: Por que me tornei feminista qual a autora faz uma reflexão sobre a sua infância. Abaixo segue um pequeno trecho do texto integral:

Me tornei feminista porque cresci ouvindo para comer de boca fechada, para ficar de boca fechada.

Me tornei feminista porque fui ensinada que todas as brincadeiras divertidas dos meninos seriam para mim perigosas.

Por até hoje só sei subir em árvore de maneira desajeitada.

Me tornei feminista por andar de cabeça baixa, por ter aprendido a ter medo, por não poder ficar até tarde na rua.

Me tornei feminista pelos abusos que sofri, engolida com o bolo que eu ajudava a fazer e até hoje sei a receita.

Me tornei feminista por ter nojo da minha menstruação, do meu corpo, dos meus pelos. Por crescer sentindo que jamais seria bonita o suficiente, e sem isso, eu nada seria.

Me tornei feminista por perceber que quase todas as pessoas importantes – que aparecem nos livros e nos jornais, que escrevem os livros e jornais – são homens.

Me tornei feminista porque até Deus é homem.

Eu vou responder essa moça em apenas um parágrafo. Eu sou homem, e eu também cresci ouvindo pra comer de boca fechada, porque quem come de boca aberta é mal educado, independente se você é homem ou mulher. No bairro em que eu cresci, as meninas da nossa turma brincavam junto com os meninos. Nós não tínhamos distinções de sexo e gêneros. Todos subiam em árvores, todos jogavam bola, todos eram polícia e ladrão. Todos ficavam até tarde na rua, e todos cozinhavam bolos, pães, carnes e sobremesas juntos. Eu sou homem e também me lembro da receita do bolo da minha avó, qual modéstia parte eu aperfeiçoei. Ter nojo de menstruação é questão de preferência pessoal. Eu particularmente não tenho, e nunca deixei de praticar sexo oral em minha parceira por ela estar menstruada. Se a maioria das pessoas importantes que aparecem e escrevem nos livros e jornais são homens, então tenha a certeza de que por detrás de todos eles existe uma grande e notável mulher. E Deus é unisex, qualquer idiota sabe disso.

É a partir daí que paramos para refletir se o dito machismo da sociedade não é nada mais nada menos do que a forma de educação de cada família. Afinal, se os pais e a família da autora lhe deram esta educação, o que a faz pensar que todo o resto do mundo seja assim? Isso é a mesma coisa que uma jovem que nasce em uma família muçulmana pensar que todo o resto do mundo segue a mesma cultura, e que ela deve entrar para o Cristianismo porque esse seria o movimento opositor a educação Islã.

Além do que, vale ressaltar, de que a autora alega ser feminista por ter passado por determinadas situações e experiências de vida, sendo que nenhuma delas é verdadeiramente pauta de defesa do feminismo, uma vez que o verdadeiro feminismo nasceu no final do séc. XIX através de Voltairine de Cleyre e Margaret Sanger, e teve como ideologia uma revolução sexual para o público feminino.

Sendo assim, torna-se perceptível que muitas mulheres (e homens) que se afirmam feministas, muitas vezes, não possuem a mínima ideia do que estão defendendo.

Mês que vem irei abordar novamente a temática, porém desta vez sob a ótica da matemática, trazendo alguns números interessantes que são pautas de discussões nas rodas sociais quando o assunto é feminismo.