Inversamente proporcionais! Se uma existe, a outra não é compreensível... O mundo particular e individual sem abstrações nem interpretação lógica, que somente o exercício da leitura proporciona, estagna. Uma realidade babona que delirante, observa o passar do tempo com produção crustácea, ao sabor da maré e andando de lado. Amarar, não é pousar. Nem aterrar. Quem pousa o faz depois do vôo da mente, numa mecânica estimulante que por iniciativa própria decola, mas não descola da terra nem do mar.
O exercício da mente, igualmente ao exercício físico, enrobustece o estofo intelectual como o músculo do saber que, provocado por demanda cerebral, incha. Para proteção contra os que assim não se exercitam, também o exercício muscular faz-se imprescindível, porque a batalha quando não é intelectual e diplomática, bélica e agressiva será. A falta de vocabulário provocada pela ausência do exercício de leitura, perfaz necessária a capacidade de defesa pessoal agressiva e muscular, frente a ausência que a intelectualidade os fará. A falta de argumentos irrita boa parcela dos interlocutores que, um por pensar saber, é denunciado pelo seu comportamento da fala vazia e descontrola o intelectual profissional porque da informação, sobrevive e alimenta-se. Obviamente que quanto mais intelectuais, menos pobres os débeis.
Ao contrário, esse reverso peca pelo excesso e faz os intelectuais pagarem aquela conta, dos mesmos débeis. Nos anos 1970 o choque elétrico deixou de ser ferramenta hospitalar manicomial para o tratamento de pacientes que submetidos às novas técnicas e avaliações emocionais modernas aplicadas, recuperaram mais pacientes do que os destruíram. A leitura inclusive, como um exercício para o retardo da demência e suas variantes, igualou-se ao exercício físico, na manutenção muscular do esqueleto vivo. Se não exercitam os neurônios, nem os multiplicam, não haverá aumento da capacidade de absorção de informações, assim como não conseguirá optimizar o bom uso muscular da própria ossada. Por isso, os bons desportistas são mais medalhados, mais destacados e obtem os melhores resultados. Medíocres não otimizam suas capacidades.
Corrompem inclusive, as dos seus pares. E ímpares também. Nivelar por baixo, não é hipótese aceitável, sequer para a mediocridade dos analfabetos da leitura abstrata. Sem intuição nem reflexão, terceirizam suas contas econômicas e emocionais, sem vergonha alheia. Mediocrizam-se ao máximo. Não lêem nada. Ou lêem menos de 4 livros anuais. Inteiros, só 27% conseguem... mesmo assim, juntando ambos, não alcançam 50% da amostragem estatística total. Têm que ser medíocres ao máximo, oras! Pouco medíocre não serve, a vantagem é ser integralmente débil. Desportistas jovens são como intelectuais, simultâneos, que praticam ambas as técnicas para o desenvolvimento natural e integral do corpo e mente sãs. Haverá quem leia este texto e retenha apenas as comparações desportivas! Haverá também o oposto mas, menos, porque outro nem o lerá...
Líderes globais ou chefes executivos internacionais com autocrítica, só alcançam este estágio juntando a experiência terceirizada, com a pessoal empírica praticada e adquirida no exemplo da leitura, de casos e ocasos. Biografias serão portanto, grandes atalhos e modelos destes. Quem não lê, não sabe: quiçá supõe. E 'dale' reza e bruxaria, com oração medieval. Sim, porque antiquada e deslocada de seu tempo, não saberá se para esquerda, direita ou pelo meio equilibrado, andará. Igual ao bêbado cambaleará, ora pra direita, ora pra esquerda, achando apenas e ainda mediocremente que, pelo centro equilibrado andou. Não se enxerga, não tem espelho cerebral que, doente mental sem saber fica, a cada dia mais, com menos. Entorpecer e borrar a imagem deste espelho, naturalmente ou não, melhora a autocrítica doentia, na falta de comparação com o histórico e o provável meio externo. Para isso servem as estatísticas. São as quatro linhas do tabuleiro que no mundo redondo sobre a mesa, retratado num mapa mental, se equipara e diferencia do estrangeiro.
Jornal sozinho, não é escola. Romance fictício não é realidade. Técnica e autocrítica são fundamentais para identificar o certo, o errado e o necessário nas linhas tortas da melhor adaptação. Quando os seres não lêem o suficiente, não trabalham o suficiente, não duvidam o suficiente, se acomodam insuficientes. Precisarão acreditar só em terceiros, quiçá quartos, porque nos quintos dos invernos, a formiga fabulosa, da cigarra já tirou. Reclamará esta, da desvantagem: intelectual, econômica e colonial, entre outras. Na hora H e no dia D, já será tarde. O livro expirou, a chuva o molhou, o fogo a ele ardeu e o môfo, apagou e borrou...
Já não sabe se expressar, já não consegue raciocinar, não sabe escrever nem interpretar, sequer planear: portanto, quem saberá executar? Naquela hora Hagá, do tal dia Dê, a matemática financeira dos investimentos cambiais desvalorizou; a da bolsa-de-valores derreteu; a das commodities oscila sem agregar valor. Os débeis investidores acreditados pelo exclusivo noticiário, sem discernimento ilustrativo nem duvidoso, vai acordar em meio ao próximo choque econômico que provocado para trazê-lo à nova realidade desconhecida, novamente pague a conta de um inerte inflacionário...
Está fictícia prosa romanceada, retrata uma estatística atualizada de países emergentes, que tendo uma população afeita à leitura contínua reduzida, optou por trabalhar no básico para o próximo, pedindo compensação financeira frequente para com a sua preguiça recorrente, encontrar mais débeis que ele, para pagarem suas contas e assim sucessivamente, sem vergonha que por sinal, será uma característica da falta de caráter do ignorante proposital. E os doentes, esses com eles próprios não solidarizam-se porque como os cegos, que não podem ler...as sinapses1, não as podem fazer!
Nota
1 Conexões neuronais.