Comunicadora, engenheira e escritora de histórias vividas e escritas. Cristã, seguidora fiel de Jesus Cristo e amante das coisas simples da vida.
Para mim, escrever é “transbordar de si para o mundo.”
Nasci em agosto de 1996 numa pequena cidade com pouco mais de 45.000 mil habitantes, próxima à divisa de MS e SP. Fui uma criança feliz: brinquei na terra, construí casinhas para minhas bonecas, andei a cavalo, entre outros costumes bastantes comuns de cidades pequenas, onde não há shopping center e tão pouco tinha internet na minha época.
Na época da escola, eu era a “nerd” da sala, usava all-star colorido, óculos de grau fundo de garrafa, sentava na primeira fileira e amava as aulas de matemática e física. Por ser tão boa com números, escolhi cursar Engenharia.
Escrevo desde os meus 13 anos. Já escrevi poemas, peças teatrais, cartas, fábulas, dissertações e agora escrevo textos sobre os temas que mais gosto (cultura, tecnologia, ciência, espiritualidade, esporte, meio ambiente, psicanálise e religião).
Saí de casa com 17 anos, e, desde então, morei em pelo menos umas seis cidades diferentes (até agora). De todos esses lugares, incluindo minha cidade natal, escolhi Londrina para ser meu lar. Mudei para a pequena Londres em 2019, com uma mala e dois sonhos: me formar e construir minha vida aqui. O primeiro sonho eu realizei, em 2022, após longos 8 anos de graduação e o segundo, bem, estou realizando, digamos assim.
Fui embora de Londrina por um tempo e, vivi muitos desafios durante esse período: morei no Rio, levei um golpe, perdi muito dinheiro, voltei a morar com meus pais, tive depressão, passei por maus bocados, como se diz. Foi nessa época que conheci a Meer e então passei a escrever para a revista; de certa forma, esse trabalho voluntário foi uma forma de me trazer de volta à vida. Para mim, escrever é transbordar em palavras, é como se eu pudesse pegar todos os meus sentimentos e transformá-lo em textos e histórias. É a forma que eu encontrei de não somatizar as minhas emoções e, sim, dar voz a elas.
Minha vida foi maravilhosa desde sempre; meus pais sempre me proporcionaram o melhor que eles podiam com as condições que eles tinham. Frequentei boas escolas, tive o privilégio de poder “apenas” estudar durante a faculdade pois eles me ajudaram financeiramente e ainda me ajudam. Sempre tive apoio e amor incondicional de todos. Minha família é minha fortaleza, é por eles que eu vivo todos os dias. Minha mãe, que é professora, foi a pessoa que mais me incentivou a estudar e a que mais orou por mim durante a faculdade; eu fiz minha parte estudando e ela fez a dela orando, pois, fé nunca é demais.
Aprendi com ela que a educação é a forma mais eficaz de mudar de vida e que um diploma tem o seu valor perante o mundo. Meu pai é minha principal inspiração como profissional; ele é o verdadeiro Julius da vida real, tinha dois, três empregos quando eu era criança, montava estacionamento na época do Carnaval e com esse dinheiro, construiu a primeira casa que nós moramos. Por meio de trabalho duro, honesto e bem-feito, ele ascendeu profissionalmente e hoje é um gerente de obras reconhecido em toda a região. Ele sempre me ensinou a ser justa, não puxar o tapete de ninguém, a trabalhar com integridade e deixar o resto com Deus.
Quando eu digo que ele é minha inspiração, é porque eu me vejo em cada ação dele, seja ajudando os irmãos da igreja, servindo ao próximo, ouvindo louvor no último volume ou simplesmente colocando ordem e gerenciando uma obra. Um dos meus sonhos é um dia poder ser sócia do meu pai, pois com certeza, nós teremos muito sucesso. Minha avó materna foi muito presente na minha criação e uma das coisas que ela me dizia e que basicamente é um lema para a minha vida é que “o saber não ocupa espaço”, por isso, toda oportunidade que eu tenho de aprender e de aprimorar meus conhecimentos, eu aproveito ao máximo!
Em 2024, voltei para Londrina.
Trabalhei como garçonete, recepcionista, atendente de delivery e atendente de farmácia. Mas sentia uma culpa enorme por não exercer a minha profissão, me achava inútil por não conseguir um emprego melhor. Vivi uma realidade cruel, sentia que o meu tão suado diploma em Engenharia Química tinha sido reduzido a pó. Não desisti, recalculei a rota. Comecei a estudar Ciência de Dados remotamente; amava o curso, mas também enfrentava dificuldades para encontrar emprego na área.
Muitas vezes, pensei em largar tudo aqui em Londrina e voltar a morar com meus pais. Chorava todos os dias por não alcançar meus objetivos, estava em estado depressivo, sentia um profundo vazio no meu coração, como se dentro dele tivesse um buraco negro de solidão. Nada me preenchia, sentia que a vida não prestava mais.
Um dia, por intermédio divino, eu vi um anúncio sobre uma comunidade que tinha grupos espalhados por toda cidade. Achei o anúncio inspirador, falava sobre Jesus, mas de alguma forma aquilo me tocou. Eu, que nunca fui crente, nem tampouco conhecia a Deus verdadeiramente, me permiti ser transformada por Cristo para receber aquilo que Ele verdadeiramente tinha preparado para mim.
Procurei o nome da comunidade no google, descobri que era uma igreja e que ficava perto da minha casa. Num domingo de folga, fui sozinha, com a minha Bíblia e muita fé. Assisti um culto, gostei da pregação e, na semana seguinte, voltei. Fui apresentada a alguns membros, conheci mais pessoas, fiz mais amizades, comecei a interagir mais com a comunidade. Aos poucos, Deus foi transformando o meu coração por meio das pessoas se aproximavam de mim.
Seguir Jesus foi a decisão mais difícil que já tomei na minha vida, pois caminhar com ele é renunciar a muitas coisas do mundo e simplesmente passar a obedecer. Antes de conhecer a Deus, eu não entendia por que eu era tão infeliz. Quando passei a caminhar com Ele, percebi que fiz escolhas erradas, deixei de perdoar, guardei mágoas, reclamei e que tudo isso me afastava Dele e, consequentemente, do meu propósito aqui nessa Terra.
Encontrei a verdadeira liberdade ao escolher Cristo, ao professar minha fé, ao servir, ao ajudar, ao estudar sobre os ensinamentos bíblicos, ao me reunir com outras pessoas para falar mais sobre Deus e o vazio, a dor, o sentimento de culpa, a frustração, de repente, não faziam mais parte da minha vida. Nem preciso dizer o quanto eu fui abençoada depois que tomei essa decisão.
“Tudo que é seu, encontra uma forma de chegar até você.” Deus em sua infinita sabedoria, encontrou um jeito de chegar até mim. Se a minha vida tivesse sido como eu planejei, talvez hoje eu não estaria aqui contando minha história a você, nem tampouco como eu conheci Jesus!
A vida presta, caros leitores! Espero que Jesus te encontre e que você experimente a benção que é entregar sua vida a Ele!