Luiz Felipe Barreto
Colabora no Meer desde junho de 2023
Luiz Felipe Barreto

Estamos no Rio de Janeiro, no ano pode ser 1969 ou 1970. As lembranças não são lá muito precisas, mas eu devo ter uns 4 ou 5 anos de idade. Eu entro com a minha mãe numa sala escura com uma tela enorme onde um filme já começara. É uma imagem de freiras, todas de preto, num convento. Não entendo o que elas falam. É muito assustador!

Talvez seja esta a melhor descrição para a minha primeira experiência cinematográfica na vida. É a memória mais antiga que tenho de assistir a um filme. E não, não era um filme de terror, era o início do filme “A Noviça Rebelde” (The Sound of Music) lançado em 1965. Provavelmente o vi numa reapresentação alguns anos mais tarde, o que era comum nos cinemas brasileiros de “antigamente”.

A paixão pelo cinema me acompanha desde então. Cresci nas décadas de 1970 e 1980, os anos mais criativos do cinema comercial americano, que dominava as telas no Brasil, e de um cinema europeu, embora com pouca divulgação e espaço, exibia filmes de grandes mestres no auge de suas carreiras.

Esses 20 anos de cinema, do melhor cinema de todos os tempos, moldaram a minha personalidade e guiaram meus interesses futuros. Além disso, foram décadas do “boom” da televisão, como o principal veículo da cultura de massa. Para um jovem curiosos daquela época, aquele excesso de informação despertava fascínio pela comunicação, pelo design, pelas artes, pela literatura e, claro, pelo cinema.

Sou filho de arquiteto, e desde cedo também despertei um talento para o desenho desde criança. Estudei Desenho Industrial na prestigiada Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Rio de Janeiro, a primeira escola de design do Brasil. Graduei-me em seguida em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, com especialização em propaganda e marketing, onde iniciei a minha trajetória profissional.

Trabalhei em diversos projetos de marketing e comunicação. Campanhas publicitárias para grandes marcas a franchisings de fast-food e redes de cafeterias, tornei-me um barista, fotógrafo e ilustrador. Uma carreira bem diversificada.

Assumi posições que exigiam um equilíbrio entre criatividade e negócios. Trabalhei por anos em empresas multinacionais. Percorri o Brasil e o Mundo, mas nunca deixei de desenhar, escrever e fotografar. Sou um estudioso curioso dos mais variados assuntos ligados à história e às ciências humanas. Arquitetura, design, cinema, economia, tecnologia, viagens interestelares. De tudo um pouco. Sou fotógrafo amador, no mais estrito significado da palavra: o que faz por amor.

Atualmente vivo em Portugal, e sou o que os americanos chamam de um “publisher”, isto é, um editor de livros. Empreendi meu próprio negócio na área da literatura infantil em parceria com uma escritora portuguesa. Nós criamos o selo chamado “Contos da Minha Aldeia”, onde desenvolvo e ilustro livros e cuido de todo o projeto gráfico, produção, marketing e vendas. Tem sido um trabalho gratificante estar envolvido por crianças, ensinando a arte da ilustração e contando histórias. Meu próximo passo, já em andamento, é a produção de meus livros autorais com histórias e ilustrações próprias.

Meu mais recente projeto é a criação de uma agência de marketing digital, especializada em gestão de tráfego e produção de conteúdo, uma forma de reunir numa atividade todas as minhas paixões, e empacotar um serviço para que marcas encontrem seus clientes. No fundo, no fundo, continuo a contar histórias, nos mais diversos meios e formatos.

Mas, acima de tudo, a minha paixão continua sendo o cinema: a sala escura, a projeção luminosa que fixa imagens em movimento e conta histórias numa tela grande. O Cinema é a arte das artes, envolve nossos sentidos e nos toca emocionalmente.

Ver filmes, falar sobre cinema, ouvir trilhas sonoras, fazer listas de filmes preferidos, é o que gosto de compartilhar com os amigos. “Cinéfilo” é uma palavra pomposa para descrever uma paixão tão simples, que resumo assim: viajar nos universos criados pelos realizadores e nas histórias de vida e nas emoções dos personagens. É caminhar na linha tênue entre a ilusão e a realidade.

Acima de tudo, o Cinema é uma enorme fonte de aprendizado, de informação, de história, de lições de vida e de inspiração para mim. Quero dividir minhas opiniões com os amigos próximos, e com os leitores à distância de um click.

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