Rodrigo Vartuli é Doutor em Física pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com pós-doutorado em Econofísica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). É um pesquisador que transita entre as fronteiras da ciência, da filosofia e da educação, buscando compreender não apenas os fenômenos da natureza, mas também as estruturas invisíveis que regem o pensamento humano. Dedica-se há mais de duas décadas à pesquisa e ao desenvolvimento de novas metodologias de ensino, guiado pela convicção de que um ensino verdadeiramente libertador é aquele que desperta no estudante a consciência de suas potencialidades e o conduz à autonomia intelectual.

Desde muito jovem, Rodrigo alimenta duas paixões intensas e complementares: o conhecimento e o Vasco da Gama. Ambas nasceram de uma mesma chama — a da curiosidade e da fidelidade. O fascínio pelos mistérios do universo o levou à graduação em Física em 2004, seguida de um Mestrado em Cosmologia em 2007, um Doutorado em Teoria Quântica dos Campos em 2011 e, finalmente, um Pós-Doutorado em Econofísica entre 2011 e 2013. Essa trajetória acadêmica reflete não apenas o rigor científico de um pesquisador, mas também a inquietação filosófica de quem nunca se contenta com respostas prontas.

Durante o percurso, produziu artigos científicos e apresentou palestras em congressos nacionais e internacionais, sempre com uma postura crítica e integradora. Sua pesquisa em econofísica — campo que une economia, física estatística e análise de sistemas complexos — foi um ponto de inflexão, pois o levou a refletir sobre a natureza do comportamento humano em contextos de incerteza e sobre as interseções entre o caos dos mercados e a ordem subjacente das leis físicas. Essa experiência, por sua vez, despertou seu interesse pela psicologia econômica e pelos padrões de decisão, aproximando-o da filosofia da ciência e da epistemologia.

Professor desde 1999, pouco após concluir o ensino médio, Rodrigo construiu uma carreira docente plural. Lecionou em instituições como a UERJ, UFRJ e Estácio de Sá, além de ter atuado no ensino corporativo e em aulas particulares. Ao longo de mais de duas décadas de magistério, ajudou mais de 400 estudantes a atingirem seus objetivos — fossem eles a aprovação em disciplinas desafiadoras, o ingresso em universidades, ou a conquista de vagas em concursos públicos. Sua metodologia é marcada por um olhar empático e por uma abordagem crítica que busca formar não apenas bons alunos, mas mentes pensantes, capazes de compreender o mundo com profundidade e agir sobre ele com discernimento.

Seu compromisso com a educação pública também se traduziu em ações concretas: atuou como voluntário em um CIEP, escola pública de Belford Roxo, ministrando aulas de xadrez para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Para ele, o xadrez é mais do que um jogo — é uma ferramenta pedagógica poderosa para o desenvolvimento do raciocínio lógico, da paciência e da capacidade de planejar. Essa experiência reforçou sua crença de que educar é antes de tudo um ato de esperança, e que o conhecimento pode ser o mais eficaz dos antídotos contra a desigualdade.

Em 2019, em parceria com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), iniciou um projeto de pesquisa voltado à compreensão das dificuldades no ensino de Física Nuclear no Brasil. O objetivo era investigar, tanto do ponto de vista de estudantes quanto de professores, as razões da baixa procura por carreiras científicas e tecnológicas. A partir desse estudo, Rodrigo identificou lacunas profundas no sistema educacional brasileiro — entre elas, a fragmentação do ensino, a ausência de sentido existencial nas disciplinas e o distanciamento entre teoria e prática. O resultado foi a elaboração de uma estratégia de médio e longo prazo para fomentar o interesse pelas ciências, aproximando o ensino da realidade e da imaginação dos jovens.

Além da atuação acadêmica, Rodrigo se dedica à divulgação científica, com especial atenção aos temas de cosmologia, energia nuclear e análise de dados aplicada ao mercado financeiro. Sua abordagem une clareza e profundidade, buscando sempre tornar o conhecimento acessível sem perder a complexidade que o torna fascinante. Essa ponte entre ciência e sociedade reflete sua visão humanista: a de que o saber só cumpre seu papel quando ilumina a consciência coletiva.

Nos últimos anos, seu interesse pela análise de dados e pelo comportamento dos mercados o conduziu ao estudo das ciências de dados e da economia comportamental, campos onde integra raciocínio matemático e intuição humana. Em seus cursos e artigos, oferece não apenas técnicas, mas também reflexão — mostrando que compreender o mercado é, em última instância, compreender a si mesmo diante da incerteza.

Fora das salas de aula e dos livros, Rodrigo é movido pela mesma energia que o conduz à reflexão: o amor pela vida em movimento. É praticante de corrida e ciclismo amador, acompanha com entusiasmo competições de atletismo, triátlon, ginástica olímpica e artes marciais. Seu olhar sobre o esporte é o de quem enxerga nele uma metáfora da existência — o corpo e a mente em busca de superação, disciplina e harmonia. E, como todo bom vascaíno, traz na alma a mistura de resistência e esperança que caracteriza aqueles que nunca deixam de acreditar, mesmo nas derrotas mais duras.

Ler, para ele, é uma necessidade vital. Escrever, uma forma de existir. Entre a objetividade da ciência e a subjetividade da experiência humana, Rodrigo constrói uma obra pessoal e intelectual marcada por um fio condutor: o desejo de compreender o universo e, por meio dele, o próprio homem. Filósofo por natureza, cientista por vocação e educador por missão, é, como gosta de dizer, um amigo do saber — e talvez essa seja a definição mais precisa de sua trajetória."