Desde a antiguidade clássica aos modernos, sempre se vincou a ideia de que o legislador não devia ter o domínio pleno das leis para com isso não subjugar o povo, aí o tempo passou e a maldição do injusto se instalou, e o mundo tornou-se nisto que vivemos hoje.

Na actualidade, as lideranças africanas tem dificuldade em governar sem a separação dos três poderes (executivo; judicial e legislativo) ou seja, a verticalidade destas três realidades foi corrompida ou desviada do seu curso normal, o que torna difícil a justiça operar sem interferência da politica, pois, os titulares destes cargos são produto de nomeações por afinidades, e indicação politica este dilema travou todo e qualquer esforço para se ter um senso de justiça por estes lados de África em todos os sentidos da vida pública.

Todas as liberdades individuais e fundamentais encontram-se asfixiadas e constantemente são atropeladas pelos políticos para satisfazer os seus desejos e caprichos, falar de justiça em África é como procurar agulha no palheiro no meio da noite. Os tribunais e a polícia são conotados como estando ao serviço das lideranças que governam os destinos do pais, procurar por uma justiça “justa” pelo lado de África é quase que impossível, a política e a corrupção sequestraram o direito a justiça dos povos africanos, magistrados competentes que deviam garantir no mínimo uma justiça que espelha-se a transparência e celeridade, mas a covardia e inoperância cognitiva, lhes levou a cooperar e a vender os seus créditos aos desígnios políticos maldosos, que transformaram a máquina da justiça a seu favor obrigando e coagindo os magistrados a manipularem sentenças e fazerem vista grossa nos processos judiciais para beneficiar seus interesses.

A custo disso vão se beneficiando da graça das promoções de carreira a custo de uma justiça injusta que massacra as massas populares, a forma de agir da polícia quando o assunto retrata ou envolve as lideranças politicas e um cidadão comum, é caso para dizer que existe uma dualidade de critérios para a mesma causa, ou problema e no final de contas o cidadão comum sempre leva a pior parte da história a justiça injusta ao preço da política. Os julgamentos de casos nos tribunais africanos são a medida da escala métrica de palmos, ou seja, os casos que são do interesse público em concreto e que necessitam de um esclarecimento que seja efectivamente transparente nada acontece, mas maioritariamente os casos julgados nestes tribunais são considerados pequenos delitos, e por vezes sem muita relevância pública, que só servem para fazer agenda dos magistrados e aumentar o número dos processos julgados por ano.

Na actualiade aparecem com notoriedade denúncias contra magistrados implicados na venda ou manipulação de sentenças, a troco de favores e outras benfeitorias lesando o pacato cidadão que procura por uma justiça, e que não tem como pagar para ter uma justiça no mínimo transparente a medida do seu bolso. Há também indícios de processos que chegam ao tribunal mal instruídos desde a base, o que compromete todo um processo de justiça que se exige transparência, o que equivale dizer que existem muitos reclusos que podem estar cumprindo pena sem culpa por conta destes processos mal instruídos, assim caminha a justiça para africanos em África.

Vai ser muito difícil separar estes três poderes nem a custo de um milagre químico, pois, esta mistura dos três poderes ficou tão confusa e homogénea que já nem se percebe o fundo e a essência dos mesmos, mas seria bom que se tentasse, visto que, a independência destes poderes seria um ganho para a imagem da nação africana para os tempos modernos, a anarquia é tanta que se perdeu a essência do certo ou errado.

Pior do que é justo ou injusto, em África já não se sabe se é mais doloroso passar fome, ou ter uma justiça e polícia que serve aos interesses políticos em detrimento de uma nação, vislumbra-se um conjunto de leis ultrapassadas que servem os problemas de hoje, um legislador adormecido ou ancorado aos pés da política, e que não acompanha a evolução dos crimes no quotidiano , uma sociedade vivendo de incertezas patrocinadas pela ausência do justo.

A separação de poderes em algumas partes de África continua e continuará a ser um tema de debate, os partidos libertadores vem de uma linha de pensamento segundo a qual a partilha de poder significa perder a autoridade e poder, o tempo e a evolução não foi suficiente para estes lideres entenderem que a partilha e a separação de poderes contribuem para a transparência de todos os processos sociais e políticos do país. Com o tempo estes libertadores foram se fechando e negando por completo a separação de poderes e isto tem sido em grande parte a origem de muitos problemas e conflitos pós eleitorais em África, pois há falta de clareza na separação das instituições, estando estas a servir a ala dos libertadores como os detentores de tudo.