A influência é tão antiga quanto a troca de uma moeda por um produto, acontece que a influência pode ser desde alguma dica que uma amiga compartilha, até o comercial de televisão que cria o desejo de consumo de um determinado produto ou até mesmo serviço. Com isso podemos concluir que a influência pode ser bem amplificada, inclusive a níveis globais, com campanhas sólidas de marcas que vendem em diversas partes do mundo criando uma unificação do desejo daquele produto sendo vendido muitas vezes até como um estilo de vida a ser alcançado através da compra.
Mas essa influência que já foi monopolizada apenas por campanhas comercias, famosas ou o super eficiente “boca-a-boca”, passou a ser domada por uma onda digital que cresceu de uma forma que poucos acreditavam ser possível. Começando lá mesmo no início dos anos 2000, com a virada da vida de um modo geral tanto no pessoal quanto no profissional para o meio cada vez mais digitalizado e mais rápido. O surgimento dos blogs foram a primeira onda de influência digital, com pessoas reais postando em seus blogs seus gostos, suas dicas de lugares para jantar, lojas para comprar as roupas mais diferentes/baratas, dicas para estar nas tendências de beleza e diversos outros temas que atingem até o meio do cinema, música, culinária, bem estar e diversos outros. De forma naturalmente orgânica esse meio cresceu e atingiu outros patamares com cada nova onda digital que surgia.
A segunda “virada” da influência digital veio com o surgimento de redes sociais com possibilidade de compartilhar vídeos longos, e esses foram uma verdadeira febre que perduram até hoje, já que como por exemplo tutorias culinários que só tinham na televisão em programas e canais específicos, agora estavam ao dispor de qualquer pessoa apenas a um click de distância. Esse é apenas um dos exemplos, mas o mercado de beleza foi também muito visado, quando os tutorias de maquiagem e cuidados com a pele começaram a fazer cada vez mais sucesso com esse formato.
É claro que essa moda digital sempre esteve na moda, e cada vez mais as marcas de larga escala começavam a ver esse mercado como um potencial ponto de investimento para trazer o público alvo de uma dessas personalidades para seu lado. Com isso começou a moda dos envios de press-kits contendo diversos artigos/produtos de graça, além de alguns influencers já terem começado a ganhar cachês para falar das marcas e mostrar seus recebidos em vídeos detalhados, apresentado o conceito do início ao fim, que significava muitas vezes um bônus para os seguidores como um código de desconto. Essa onda começou a ser tão grande que imigrou para diferentes redes, indo para as mais recentes ou mais diferentes, com formatos de posts distintos e exigências do próprio público para cada tipo de rede.
Os influenciadores começaram a crescer de uma forma tão grande que seus números já atingiam as casas dos milhões, batendo recordes após recordes de visualizações dos seus vídeos ou curtidas em suas postagens, esses viraram os rostos de marcas grandes lado-a-lado com celebridades do meio artístico, ou as vezes, até substituindo-as. Hoje há carreiras solidadas nesse meio, influenciadores que fazem esse trabalho há anos com inscritos ou seguidores que os acompanham a muito tempo, criando uma relação de confiança que marcas emergentes ou consolidadas usam para atrair aquele público.
Há claro diversos nichos, como já citado, a influência pode ser para diversos meios e na moda o mercado das grandes redes de fast-fashion, são presentes em diversos vídeos por seu baixo custo e alcance de larga escala para pessoas que tem um orçamento limitado para investir em luxo. O setor de luxo sendo o mais exclusivo sempre foi um alcance para as personalidades mais conhecidas e respeitadas, essas são normalmente aquelas presentes em artigos de moda como referência ou até mesmo com um público forte que entrega os números e apresenta as grandes Maisons aos mais jovens do grupo de seguidores que são responsáveis pelo engajamento que viraliza muitas tendências que são criadas por essas mesmas marcas. Sendo assim concluímos que esse público pode até não comprar, mas o papel de deixar a marca super falada nas redes é sempre cumprido.
Falando da influência em 2025, esta parece ter virado algo mais visto como um produto a ser vendido do que apenas apresentado a um público. O que antes parecia orgânico passou a ser apenas sobre publicidades pagas e poucas dicas reais, ou sem cachê por trás das postagens, parecem existir atualmente. A ascensão de redes sociais com vídeos de meros segundos fez os conteúdos serem cada vez menos sobre uma conversa orgânica com um público, há tendências de vídeos feitos até em silêncio onde nada mais é dito além de gesticulações e reações sobre um produto, afastando ainda mais o seguidor daqueles que antes era seu ponto de referência para testar e recomendar.
Podemos não saber como será a influência nos próximos 5 anos, mas hoje há uma saturação de pessoas nesse meio, mesmo dentro de seus respectivos nichos, e é uma situação que pode chegar a um momento de mudança como já houve outras vezes e esse pode significar uma virada vinda do próprio público que parece tentar encontrar o que pareça mais orgânico do que meros segundos para divulgar uma marca/produto que não vale o investimento dos seguidores.