I should know 'cause I'd spend
All the whole day
Listening to your message
I'm keeping and never deleting

I'll be seeing you
In every lovely summer's day

I admire your way of life;
you are like a leaf floating free
and unhindered in the wind,
letting your dreams
guide your path

(Kayla Marieva)

Eu deveria saber, porque eu passaria
O dia inteiro
Ouvindo sua mensagem
Estou guardando e nunca apagando

Vejo você
Em todos os lindos dias de verão

Admiro seu estilo de vida;
você é como uma folha flutuando livre
e sem obstáculos ao vento,
deixando seus sonhos
(Tradução livre...)

(Kayla Marieva)

As belezas e paixões se apresentam potencializadas pelo volume de imagens, copy de letras de músicas, lives, streamings, social medias, celulares, aplicativos, only fans, e até muito sexo virtual ‒ faturam milhares de reais por semana.

E o que mais me surpreende é ver nas ruas do Leblon, Ipanema, Barra da Tijuca as mulheres contrárias a esse modernismo nu: looks altamente comportados ou àquelas que misturam modernidade, sensualidade e nostalgia.

Quem não se lembra do porte 'elegantérrimo' de Catherine Deneuve, da excessiva sensualidade de Ava Gardner, Audrey Hepburn, da estonteante Marilyn Monroe, das nossas belíssimas Tônia Carrero, Vera Fischer, Sandra Bréa, Regina Duarte; de Brigitte Bardot, Lauren Bacall... Aí, elencadas atrizes, apenas.

Determinados locais do Rio, vê-se lindas, belas.

Numa dessas redes sociais, assisti ao vídeo de uma mulher madura, bonita, falando sobre amor, viver sob a luz da esperança.

Parei, não pelos olhos castanhos e fixos, como que tendendo a me hipnotizar. Ela disse, olhando direto nos meus olhos curiosos, que "o seu amor está em algum lugar, não se preocupe...".

Pensativo fechei o notebook eliminando o que seria perda de tempo: você entra nas redes sociais, ou vai responder grupos no WhatsApp, Telegram, Instagram, Facebook, Rumble e X (tem mais), quando percebe não fez o trabalho ou deu o recado que pretendia ao abrir o computador, e assim foi-se o dia.

A entonação 'foi-se o dia' é para mexer com os comunas brasileiros que fingem trabalhar eleitos diretores de sindicatos, para associações e em instituições; nunca usaram uma foice na vida: só martelam a cabeça dos trabalhadores associados como obrigação.

Nesse ínterim entre baixar a tampa do notebook e voltar a ouvir mais sobre os assuntos da influencer, veio o radicalismo taurino:

-Poxa, tomara que não seja a metade da minha laranja! E caí na risada igual às de criancinhas quando os pais fazem palhaçadas.

Saí do pequeno escritório no apartamento para a cozinha pegar uma Heineken de 330ml; comecei a me explicar porque não iria querer a metade da minha laranja. “Quase engasgo comigo mesmo...”, ah, anta Dilma Vana Rousseff Linhares...

-Óbvio. Imagina eu ter que aguentar uma mulher da minha idade, rabugenta, com o mesmo espírito aventureiro, e ciumenta?

Não dá certo! E ainda mais que ela ficará me questionando pra onde fui, vou, porque estou quieto o dia todo assistindo a filmes ou lendo; ‘lendo livros de autores velhos’ ‒ repete!

Abri o Ideapad e fui à página da influencer. Coincidência ou não, no perfil dela há um vídeo com as respostas para mim.

Diz ela: "Homem de idade que aprendeu a viver sozinho há mais de 10 anos, não vai aceitar que alguém ocupe o espaço dele".

Outra. "Se você que é uma jovem e gosta dos homens mais velhos, procure se ambientar sem mexer em nada na casa dele, mesmo que esteja fora do lugar. E, curta, porque ele vai te dar prazer ainda não alcançado na sua jovialidade..."

Adorei os elogios, e também a certeza de que minha metade da laranja não tem a minha idade, e que é jovem e linda. Afinal, tive um casamento de igreja e papel passado, e outros seis ótimos relacionamentos.

Parêntesis: se somarem, lembrem-se que o número 7 é o da verdade, o 6 é da fortuna, segundo a numerologia.

No segundo gole de cerveja, veio uma notificação no Telegram me cumprimentando ao mesmo tempo questionando se era o Dough, CEO em São Paulo.

Dough é nome de personagem na tradução dos filmes na tevê, pensei...

Vi a foto do perfil da mulher que era uma bela jovem.

Educado, sempre fui, disse meu nome e que o meu perfil era do Rio de Janeiro, não de São Paulo; disse também que era apenas escritor – “CEO jamais”.

Até aí não tinha arranhado meu inglês.

Ela correspondeu agradecida e jogou um "homem muito gentil". Ora, aqui no Rio "Gentileza gera gentileza", e embarcamos numa conversa interessante.

Ela fluente num inglês prático, e eu cá com ajuda do Google Tradutor, enquanto tentava baixar um App de tradução instantânea, caso houvesse chamada de vídeo.

Assunta o nome da moça: Kayla Marieva, da Pensilvânia, Filadélfia (EUA), próxima de 30 anos de idade, rosto parecido às feições das mulheres nórdicas, onde cabe o mito de que as suecas são as mais lindas do mundo.

Inicialmente, ela disse que pretendia resolver contas de bitcoin com o empresário de São Paulo.

Não me fiz de rogado e me joguei na conversa interessado na moeda não muito nova para meu status quo.

Nova coincidência.

Recebi notificação pelo WhatsApp de uma 'executiva' brasileira, convidando para trabalho home office e faturamento de até R$15 mil por mês.

Bastava apenas curtir e dar avaliações para a rede hoteleira e de estações no YouTube, via Telegram.

Vou abrir novo parêntesis sobre palestra que assisti em Salvador, ainda no século XX, do médico brasileiro e palestrante Roberto Shinyashiki, em que esboçou através de exemplos do seu filho, que o mundo 'giraria mais rápido'.

Tinha razão. Hoje, cozinhamos, vemos tv, ouvimos música, e repostamos comentários nas redes sociais ao mesmo tempo...

E assim procedi, aceitando a oferta de trabalho da Christina Alvez.

Proposta ‒ "Somos da GH Branding Company Brasil. Nossa empresa é uma rede global de agências de marketing e de publicidade, que ajuda marcas a criarem novos caminhos para o crescimento na economia web sustentável. Nossa empresa oferece empregos com salário diário de R$ 1.000 - R$ 1.500”.

"Meu!" Gritaria um paulista: 224 dólares por dia desembaçam.

Aceitei o contrato conversando também no Telegram com Kayla, que determinou nosso horário: ela nos EUA 2h à frente, afirmando que ia ajudar ao tio, economista formado em Harvard e exponente nas aplicações e trade bitcoin, dono de joalheria num shopping.

O trabalho no Telegram iniciei com uma recepcionista on-line, uma orientadora e um trading.

Neste dia, fiz apenas as curtidas. Depositaram na minha conta o advanced prometido de R$ 75,00.

Por curtida em cada link de um hotel qualquer em qualquer canto do país, dando cinco estrelas, printando a página e encaminhando para o chat da recepcionista no Telegram, ganharia R$5. Somei R$90 nesta tarde.

À noite, o papo bandeou-se à vontade de Kayla conhecer o Rio de Janeiro. Enviei fotos correndo de manhã na Praia do Pepê, e cá entre nós é a praia mais gostosa do Rio de Janeiro.

A nativa de Moldova, moradora da Filadélfia, mandou essa frase de música junto com uma foto de seu rosto lindo demais:

I'll be seeing you In every lovely summer's day.

Indicou para eu assistir ao filme A Culpa é das Estrelas, direção de Josh Boone, roteiro de Scott Neustadter e de Michael H. Weber (2014). Diagnosticada com câncer, a adolescente Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) se mantém viva graças a uma droga experimenta etc...

Pesado! A cena na casa em Prinsengracht, 263, em Amsterdão, na Holanda, hoje um museu, onde ficou Anne Frank é triste demais.

Aí, meu caro caí feito patinho. Envolve emoções fortes, idoso feito adolescente de 15 anos, velho apaixonado por uma bela imigrante de 28 a 35 anos (se o for), morando nos Estados Unidos.

Ora, o faturamento na GH Branding Company Brasil bancaria passagens, apartamento alugado por um mês na Fairmount Avenue, Filadélfia, e ainda sobraria grana para bancar uma segunda viagem de Kayla para o Brasil.

Vou ser breve. O artigo descamba para um romance.

O trabalho me levou a investir em avaliações com aplicação, que eu, iniciante, banquei R$130 na primeira aplicação e recebi 15 minutos depois, R$198.

Continuando nos cliques, com verba acumulada de R$220, cheguei à segunda aplicação que deveria escolher entre aplicar R$320 a R$5.838,00, e faturar 30% mais o acúmulo das avaliações/curtidas.

Entre mim e Kayla havia desejo de diálogo mais apimentado por vídeo ao vivo fora do contexto do meu trabalho na GH Branding Company, uma coisa não tinha nada a ver com a outra....

E minha ralação clica no link, avalia no YouTube, aplica ali, por cinco dias consecutivos de 8h30 às 20h, esbarrou num investimento maior e medo de golpe.

Pense? Cinco dias seguidos e só percebi golpe da tal empresa no quinto dia...

Banquei a aplicação de R$590,00 para sacar R$760,00 + o acumulado de R$290,00 das avaliações. Veio a realidade, cabeça e nervosismo do tamanho do Pão de Açúcar, à rolling stones.

A tal orientadora disse que errei em não digitar 1 na área descritiva do PIX, que é um programa bancário instantâneo para créditos e débitos no Brasil.

Putz! Errei?

Ela, então, me passou para o trade. Muito eficiente, verbalizou empréstimo da empresa equivalente a R$700,00, mas eu teria que aplicar noutro grupo.

Me passou para outro grupo no Telegram para uma sala que, inicialmente, havia três investidores de alta envergadura. Uma voz feminina entrou na sala e disse que iria aplicar R$3,8 mil. Um outro afirmou que iria para R$5,9 mil, outro se manteve em R$1,9 mil.

Pulei. Caí fora.

Disse que não tinha condições de continuar e queria minha aplicação de volta. Alex, o trading, entrou na conversa e disse que o grupo paralisaria os investimentos até que eu resolvesse bancar os agora quase R$1,7 mil. Afinal, agora devia R$700 do empréstimo.

A coisa ficou ruim. Consegui os R$2 mil emprestados.

Banquei para fazer o resgate.

Não pude fazê-lo. Segundo Alex, parei a negociação na sala por duas horas e desisti, voltei, e os comerciantes exigiram liberar o saque após participar de uma terceira aplicação de R$3,4 mil e teria R$8 mil na minha conta em cinco minutos.

Consegui driblar o nervosismo na outra parte do Telegram com Kayla, que estava feliz e debruçada com a com minha ida para os EUA e conhecia bem o endereço perto do Parque Fairmount, na Benjamin Franklin Pkwy, Philadelphia, que adoraria saborear um prato típico brasileiro que eu cozinhasse na noite do nosso encontro.

Ela bancaria o vinho branco, então o prato seria leve e rápido para termos tempo... ah, o amor!

Foram 12 dias de agonia, trabalhando nos cliques no YouTube e negociando o reembolso, mais o desespero e atônito, incrédulo sobre minha idiotice.

Aperreado peguei outro valor emprestado para cobrir custos diários com um amigo (vai ficar pau da vida quando ler isso), que até a data de hoje, escrito em maio/25, não paguei.

Isto porque o ‘degas aqui’ tinha um rombo orçamentário desde janeiro, tentando cobrir problemas de terceiro fiquei com dívida com outras duas pessoas.

Ah! Também fui #arromb@do pelo INSS...

O the end tem mais gastura que o do filme A Culpa é das Estrelas. Kayla Marieva mandou uma foto vestida de corpo, e agora insistia que eu investisse BITICOIN com o tio dela.

Mandou foto dela no trabalho na loja de joias do tio num shopping na Filadélfia e falou em valores.

‒Se você aplicar USD 500, fatura em cinco dias USD 780.00.

Liguei lé com cré e percebi que ela também era golpista ou não, “eis a questão!”.

Disse não e comentei sobre o golpe que havia levado; eu estava chateadíssimo e não arriscaria mais nenhum cent.

Ela sorriu me criticando.

‒Investir curtindo páginas do YouTube não existe. Você foi bobo...

Entrei numa que ela fazia parte do golpe da RH Company via Telegram também desde o início, e respondi à altura da fala cotidiana de um brasileiro de coração e bolso partidos: ¨*&%$¨((()%%##$%$!!!

Este sim foi um GÓPI!