Depois de adulto, você já comprou um brinquedo da sua infância? Que tinha e acabou se perdendo ao longo do tempo? Ou mesmo que, por algum motivo, você não o possuísse?

E aquela célebre frase, dita provavelmente por todos que já têm mais de 30 anos... “No meu tempo é que era bom!”

No entretenimento audiovisual então nem se fala! Nunca foram produzidos tantos reboots e remakes na indústria da televisão e do cinema! Os especialistas e estudantes de marketing defendem a tese de que esta é uma excelente estratégia para apresentar um conteúdo já existente a um novo público, ao mesmo tempo em que resgata os “antigos” fãs que acabam aproveitando mais das obras que de algum modo os marcaram.

A nostalgia tornou-se uma estratégia eficaz de marketing, infiltrando-se em diversos setores comerciais. Empresas, especialmente estabelecimentos comerciais e restaurantes, adotam uma estética vintage em suas decorações para evocar lembranças afetivas e criar uma atmosfera reconfortante. O vintage agora é o atual, estabelecimentos comerciais e restaurantes decoram seus espaços com discos de vinil, disquetes, CDs, máquinas de escrever e máquinas fotográficas.

Essa abordagem busca não apenas conquistar a lealdade de consumidores em busca de conexão emocional, mas também capitalizar a tendência cultural de valorizar o retrocesso como uma forma de autenticidade. Assim, a nostalgia não apenas proporciona uma viagem ao passado, mas torna-se uma ferramenta estratégica que influencia as escolhas de compra e a fidelidade do cliente.

Mas qual o motivo disto? Tenho a opinião de que cada vez mais a nostalgia vem servindo de válvula de escape para nós, adultos cheios de responsabilidades, cada vez com menos tempo disponível, cada vez nos privando ou realizando menos o que gostávamos antes de fazer, ver, ouvir. Então nos lembramos de antes, quando tudo era mais simples, quando assistíamos com expectativa ao episódio de nosso desenho animado favorito, quando nossa responsabilidade era o dever de casa, quando nossa preocupação era se nossa refeição teria alguma de nossas comidas prediletas, ou seja, era tudo mais fácil, era tudo “melhor”!

A nostalgia tem sido um refúgio, um conforto, uma casa na árvore que buscamos conforto sempre que estamos enfrentando um problema ou uma situação difícil.

Vale dizer que no tempo a que viajamos com nossa nostalgia não era totalmente perfeito, sempre existiram problemas, dificuldades, decepções. Sou nascido em 1983, e para mim os anos 80 e 90 nas minhas memórias são os “melhores” onde tudo era mais simples e melhor! Mas nasci, cresci e ainda vivo no Brasil, e será que se perguntarmos às pessoas que eram adultas nos anos 80 e 90 elas teriam boas lembranças deste período? Período esse que o Brasil viveu um período econômico complicado, a “hiperinflação”?

Ou seja, o tempo que reflete nossa nostalgia, não necessariamente foi o melhor do “período da humanidade”, no entanto ele é, para quem o tem, um lugar seguro, recheado em nossas memórias com momentos bons e reconfortantes deste período.

Utilizar elementos da nossa nostalgia acredito que sim pode ajudar muito neste mundo atribulado em que temos que desbravar todos os dias quando acordamos, no entanto, gostaria de propor uma reflexão, será o que estamos vivendo hoje não será “nostalgia” daqui a 10, 15, 20 anos?

Ou seja, precisamos também viver o agora, o hoje, o presente, sendo um pouco clichê e brincando com as palavras, o presente é um “presente” da vida para você, então desfrute! Construa memórias felizes agora, assistam com seus entes queridos filmes e séries que irão proporcionar boas risadas e consequentemente memórias gostosas de serem acessadas!

A reflexão sobre o presente e o futuro emerge como um convite à conscientização, incentivando as pessoas a desfrutarem plenamente do presente enquanto constroem, simultaneamente, um caminho para um futuro significativo.