A lei de abertura clama pela largura do ser amoroso que abre as asas do pássaro da alma, em busca da liberdade do espírito. Luzes brilhantes nas quatro direções. Eu sentia que a minha mente girava, girava, girava como um dervixe, ao redor das projeções. Observei absorta o que ocorria no exato momento do contato. O que não era mente, refletia alegria, gratidão, um silêncio aguado, certa prontidão e uma imensa sensação de luz, cor, som e vibração de ter adentrado um grande mistério. Aqui inicia-se uma história de comunicação cósmica, uma nova trajetória dos nossos seres; de complexa compreensão, mas de fascinante criação. Complexa no que tange a mente humana, fascinante na sua infinidade subjetiva. Inexplicável digamos para uns, instigante para outros. Partilhamos a síntese da experiência vivida, na pesquisa integrada da prática com a teoria. Muitas consciências presentes, somos gratos a todos. Boa viagem.

De pronto, entra o coro de vozes femininas e masculinas, também de crianças e anciãs: em irmandade estamos, A ti confederação pertencemos. Somos frutos de Deus, e sementes para a nova raça. Dissemos sim. Assim; depois do primeiro contato, buscamos compreender a comunicação. Quando a mônada sagrada é pela primeira vez tocada pelo seu regente, vibra o som que revela o destino que lhe caberá, a trajetória do Ser percorrida para que possa unificar-se a ele. Esse trajeto é um caminho, uma tarefa.

Esse som, um nome, é também uma chave para a mônada. É a vibração ígnea da luz que a consciência emana no plano cósmico; é o símbolo, a sua nota na sinfonia universal; É a revelação de sua hierarquia. Isto é, dos seus infindos estados de consciências elevadas.

Naquele momento, uma certeza de tamanha grandeza, foi-nos revelada: A hierarquia regente dos espelhos nos comunicou. Quase que instantaneamente nosso mantra mudou sem espera, nos tornamos Maria e Carlos. O plano de doação e mudança de casa e cidade deu por início, em outro plano das nossas consciências, nos lançando na espiral da transformação e fomos transportados para um centro planetário chamado Mirna Jad, determinado local de vibrações cristalinas e puras irradiadas do centro da terra, emana a dita vibração ígnea da consciência que a luz produz. A purificação nesse lugar é intensa e profunda. Dá-se a entrada no mundo interno dos nossos seres. Uma voz de instrutor começa ressoar na caverna dos nossos corações.

Em presença, um silêncio absoluto se instala, a cura se inicia e a paz é experimentada, ainda que espaçada com as batalhas do dia a dia, o que por vezes, nos tornam 'normóticos', neuróticos com a dinâmica medíocre dos seres humanos, pobre cotidiano de pagamentos de contas e compras, que são como as ondas, sem um ter fim. Isso é que é a vida em sua grandeza minha gente? Um pouco antes e quase sempre, estávamos a olhar para o céu, em busca da sintonia com a luz: Miz Tli Tlan! Um mundo que desperta. Ela sempre aparecia para nossa alegria. Durante todos os momentos de contato, perguntas pairavam sob nossas cabeças; estávamos interessados em saber qual era a verdadeira tarefa das nossas almas. Nesse dia ela nos dizia: no momento em que as luzes no céu comessem a desenhar, muitos filhos da terra passarão a recordar os objetivos dessa sua caminhada, e despertarão os seus dons para auxiliar a humanidade.

A verdade dissolverá os nós da separatividade, e o amor prevalecerá. A luz apontou e a regente declamou: esta será a linguagem que o céu usará para lhes dizer que já chegou o momento do despertar. Partilhar os ensinamentos secretos e sagrados, entre todas as raças e reinos. Despertem para assumir a responsabilidade dos ensinamentos e o processo de cura planetária tomará novo impulso. Fixem o terceiro olho em um objetivo maior, e os pés no caminho sagrado da beleza, a responsabilidade assumida continua em andamento.

Atentos, buscamos a contento, fazer jus ao ensinamento, e seguimos partilhando a síntese deste ciclo, que se finda e ao mesmo tempo se inicia. Nesta fase cantamos sempre uma canção. Cantar é um bom exercício de como separar o joio do trigo mental. Aqui haverão sementes luminosas, sejam para nutrir, servir, informar, compartilhar, ressaltar, dividir, ou trabalhar.

O instrutor interviu: extremamente delicado é o relacionamento consciente com as energias, filha. É pela qualidade de energia emitida, que um ser é naturalmente atraído para determinada tarefa. Aquele que fizer do espirito o leme de sua barca, poderá suportar o ritmo que se imporá na vida do mundo em transição; mas quem nesse mundo, se ocupar de guardar e reter, mais depressa terá sua barca afundada quando surgirem os grandes golpes das forças em conflito. Os que são livres, compartilharão da liberdade, mas os que permanecerem enlaçados, não terão tempo de desvencilhar-se dos nós. Compartilhamos da liberdade do ser; procuramos aprender com a prisão do ter que ter; mas o leme da nossa barca, há tempos dividimos com Cristo Samana, o mestre do amor. A cada parte do dia, todavia, dedicamos-nos ao desvencilhar dos nós, que ainda nos ata a esta roda de ter que ter para viver.

Aonde está o que verdadeiramente é nosso por direito do Criador? Em que cofre ficou retido? A lei de doação passou a nos fazer sentido. Garantido. Manifestado. Ventos da nova era adentrando este espaço sagrado, na gratuidade do ser. Em Deus. E no calar do dia ouvíamos. Cada vez que um passo é dado no mundo interno de um ser, esse passo manifesta-se no exterior de modo criativo. Isso é cultura. Avante. Na sequência da experiência, perguntamos à regente: no caminho da evolução é possível que em algum tempo futuro, a humanidade venha como um todo obter a iluminação? Em que ponto de evolução estamos hoje? Com o ser humano, o processo automático de evolução termina. O ser humano é o último produto da evolução inconsciente. Com ele, a evolução consciente começa, porém muitas coisas devem ser levadas em consideração.

Percebam; primeiro, a evolução inconsciente é mecânica e natural, acontece por si mesma. Através desta, a consciência evolui. Mas no momento em que a consciência vem a ser, a evolução inconsciente para porque seu propósito foi satisfeito.

A evolução inconsciente é necessária somente até o ponto onde a consciente começa a ser. O ser humano tornou-se consciente. De certa forma ele transcendeu a natureza. Agora a natureza não pode fazer nada; o último produto que era possível, através da evolução natural veio a ser. Agora o ser humano torna-se livre para decidir se evolui ou não evolui. No silêncio das nossas mentes decidimos evoluir. E ela continua: Em segundo lugar, a evolução inconsciente é coletiva, mas no momento em que a evolução se torna consciente, ela se torna individual. Nenhuma evolução coletiva automática prossegue para além da humanidade. Deste ponto em diante a evolução torna-se um processo individual. A consciência cria a individualidade (?) A pergunta no ar e no silêncio, e ela prossegue:

Antes que a consciência evolua, não há individualidade. Somente espécies existem, não a individualidade. Quando a evolução é ainda inconsciente, é um progresso automático; não há incerteza. As coisas acontecem através da lei de causa e efeito. A existência é mecânica e certa, pensamos. E ela: mas com o ser humano, a consciência, a incerteza vem a existência. Agora, nada é certo. A evolução pode acontecer ou não. O potencial está ali, mas a escolha será totalmente com cada indivíduo. Eis por que a ansiedade é um fenômeno humano. Abaixo do ser humano, não há ansiedade, por que não há escolha. Tudo acontece como deve acontecer. Não há escolha, assim não há o escolhedor, e na ausência deste, a ansiedade é impossível.

Quem deve ser ansioso? Quem deve ser tenso? Com a possibilidade da escolha, a ansiedade surge como uma sombra. Tudo tem de ser escolhido agora; tudo é esforço consciente.

Cada escolha é definitiva, em certo sentido. Vocês não podem deixar de fazê-la, não podem esquecê-la, vocês não podem recuar. Sua escolha torna-se seu destino. Permanecerá com você e será uma parte de você; você não pode negá-la. Mas sua escolha é sempre um jogo. Cada escolha é feita no escuro por que nada é certo. Eis por que o ser humano sofre de ansiedade. Ele está ansioso até ás suas próprias raízes. O que o atormenta, para começar, é: ser ou não ser? Fazer ou não fazer, fazer isto ou fazer aquilo? E não escolher? Não consegui me conter. A “não escolha” não é possível. Se você não escolhe, então você está escolhendo não escolher; é uma escolha. Assim você é forçado a escolher; você não está livre de não escolher. A não escolha terá tanto efeito quanto qualquer outra escolha.

Uma frase de efeito me veio à mente. Desde que ouvi-la, não mais esqueci: Nem sempre a coragem está na ação. A regente dá prosseguimento: a escolha é sua. Comumente o ser humano tenta fugir da responsabilidade pela sua própria evolução, da responsabilidade da liberdade de escolha. Há um grande medo da liberdade. No momento em que você se torna completamente livre, você tem de tomar suas próprias opções. O velho padrão de evolução inconsciente terminou para nós. Você pode regredir a ele, mas você não pode permanecer nele. Seu ser revoltar-se-á. O ser humano torna-se consciente; ele tem que permanecer consciente. Não há outro caminho. Nos recolhemos em silêncio para digerirmos o que foi dito. Nos recolhamos.