As eleições no Brasil começam em uma semana. Nas redes sociais apenas uma única mensagem espalhada: Ódio. O ódio tomou conta do país de uma maneira inacreditável. O candidato Jair Bolsonaro recebe ataques de todos os lados, assim como ele próprio também profere palavras que ofendem e agridem grande parte do povo brasileiro.

Antes de começar, quero deixar claro que este não é um artigo político. Afinal, eu sou neutro. Eu não tenho nada contra tampouco nada a favor ao candidato Jair Bolsonaro. Mas a minha dúvida é: como as pessoas podem ter tanta certeza de que ele é uma má pessoa? Chegando ao ponto de ter sido comparado a Hitler por algumas facções?

O povo brasileiro tem um sério problema em aprender com seus erros. Em 1990 a TV e a mídia em geral passou a imagem de que o candidato Enéas Carneiro era um louco. Com apenas um minuto disponível na TV ele tinha que tentar passar todas suas ideias. E obviamente não conseguia. Nem mesmo os grandes ilusionistas David Coperfield e Cris Angel conseguiriam realizar tal façanha! E depois do surgimento da mídia alternativa, como vídeos no Youtube, por exemplo, sabe-se que Enéas teria sido elegido facilmente se tivéssemos os veículos de comunicação e imagem que temos hoje.

Ao contrário, elegemos Fernando Collor. Um rapaz que a mídia insistia em passar uma imagem de um cidadão do bem. Atleta. Saudável. Sempre no jet-ski ou fazendo seu jogging matinal. E depois de dois anos foi descoberto que era o maior viciado em cocaína chegando ao ponto de enfiar supositório de coca no rabo segundo as denúncias do próprio irmão, Pedro Collor de Melo. Sofreu o impeachment, e seguiu sua vida normalmente.

Nessa mesma linha de raciocínio, pegamos o exemplo de Ted Bundy. Ted foi um serial killer americano responsável pelo assassinato de 36 mulheres. Mesmo tendo sido condenado a pena de morte seus antigos colegas de trabalho até hoje defendem a tese de que Ted fora incriminado injustamente sendo ele inocente de seus crimes. Suas atitudes diárias com os colegas e seu jeito de ser do “bem” eram tão evidentes que os antigos colegas simplesmente não acreditam tampouco aceitam que ele poderia ter feito algo desta magnitude.

Uma informação adicional para você entender aonde eu quero chegar é que a realidade virtual já chegou ao ponto de conseguir imitar perfeitamente a realidade. É comprovado por vídeos que a maioria das pessoas já não consegue distinguir quando foi utilizado um fundo verde com a digitalização de alguma imagem para produção visual contra um fundo realmente natural. A computação gráfica já atingiu o estágio de que nossos olhos já não são mais capazes de distinguir o que é real e o que não é.

Então meu caro leitor, construindo uma equação onde temos o fato da manipulação de imagem do nosso querido ex-candidato Enéas, a capacidade carismática de Ted Bundy, e os avanços tecnológicos da indústria do cinema, eu te pergunto, como você pode ter tanta certeza de que a pessoa qual você tem tanta admiração ou tanto repugno, é de fato, da maneira como você julga que ele é?

Não sei quanto a você, porém eu tento ser uma pessoa melhor a cada dia. Esse é o sentido da vida e a definição da palavra evolução. Então sempre que me perguntam qual a minha opinião sobre Jair Bolsonaro ou qualquer outra pessoa que seja, minha resposta é sempre a mesma: “eu não durmo com tal pessoa para saber quem ela de fato é”.