De facto, o próprio Corpo é um Garfo!

Nós comemos com os olhos, com a boca, com o nariz, com as mãos e com a imaginação! Incrível não é ? Talvez daí seja importante repensar a frase “É preciso mastigar a vida!”.Logo, o “Food” não pega! Cozinhar leva o seu tempo e mastigar também. O tempo é a palavra chave. O tempo está no trono dos cozinhados: é o seu Rei!!!

Isto faz-me lembrar um Conto Popular em que uma das Princesas dizia ao rei seu pai que gostava tanto dele “Como a comida quer ao Sal”. Temperar a comida é fundamental e leva Se bem se lembram, em Alice no País das Maravilhas, uma garrafa e uma bolacha oferecem-se à boca de Alice e mais tarde um cogumelo faz o mesmo!. Ficamos então a saber que qualquer um dos alimentos possuía em si encantos mágicos que permitiam a Alice mudar de tamanho. Ora ficava pequena como uma formiga, ora enorme como um gigante. Mas o tamanho é relativo ao que nos rodeia e Alice poderá sentir-se gigante perante o coelho mas sentir-se-á sempre pequena perante o mar! Assim acontece connosco. Porquê?

Também nós comemos a magia que possuem as montras das Confeitarias! Também nós comemos com os olhos a Arte decorativa de um Bolo ou de um Prato de “comidinha de lume”; também nós nos deixamos levar pelo perfume dos têmperos dos cozinhados que provamos na infância.

Todos nós temos profundas recordações dos cozinhados de um Passado longínquo, normalmente “pratos” que estão ligados aos afectos porque se comiam em conjunto, em reuniões de família como aniversários, Páscoa ou o Natal! A infância está cheia de doces inesquecíveis! Comidas que nos fazem mudar de tamanho: que nos fazem sentir enormes, de uma grandeza e importância de primeira. São comidas que associamos ao mimo com que fomos tratados. Outras vezes as comidas trazem recordações amargas e fazem-nos sentir umas formigas. Tudo isto porque fizemos outro tipo de associações: associamos um tipo de alimento a uma perda de uma determinada pessoa que a confeccionava; a um luto!

Por vezes a alimentação é o único vínculo existente entre os anoréxicos e a própria família. É porque alguém repara que o Outro come de menos que o diálogo tenta ser estabelecido, que o Outro é merecedor de atenção e cuidado.

Enfim, a comida anda de braço dado com a emoção, com os afectos. O acto de comer tem um determinado enquadramento que implica o quadro da comunicação. O sentar à mesa; as pausas no dia de trabalho; o frente a frente; a partilha do prato; da leitura do “Menu”! O acto de “levar à boca” o alimento e comer do mesmo pão com o outro faz-nos sentir “ companheiros”- cumpane- aquele que come comigo do mesmo pão.

Assim, à Mesa, estabelece-se uma proximidade entre as pessoas. Estão todas ao mesmo nível, sentadas. Podem olhar-se! Por isso, cozinhar para alguém ou convidar alguém para almoçar ou jantar em casa torna-se sinónimo de Intimidade.

E é isso que o “ estar à mesma mesa” proporciona: Intimidade, “Estar próximo de”.

O sabor de uma conversa pode estar associado ao paladar, ao odor de um determinado alimento! Coração, cabeça e estômago umbilicam-se à Mesa.

Se formos a ver, o Tempo é o principal ingrediente de qualquer receita.- Não o esqueça! Degustar é contemplar com a boca!

Comer não é um Dever, é um Prazer. Um prazer que nos pode fazer viajar longas distâncias para ir ao Restaurante X ou ao Café Y. Um prazer que pode aproximar culturas diferentes porque uma especiaria ou um determinado condimento conferem à gastronomia daquele país um sabor que não conseguimos esquecer! Um prazer que pode fazer aumentar o Turismo numa determinada região porque o seu prato típico é “ de comer e chorar por mais”! Sublinhemos a visão inspiradora do filme : Comer, Orar, Amar.

Enfim, há que saber pôr os alimentos a seduzirem o consumidor, isto é, como quem diz: “Bebe-me” ou “Come-me”!!!

Por último e não menos importante é a possibilidade de “ Comermos o Sol” com os nossos olhos!

“Olhar o sol”, também conhecida por “ Comer o sol” é uma técnica confirmada válida pela NASA. Os defensores desta antiga técnica, usada por muitas culturas, como os Maias, os Egípcios, Tibetanos… e iogues indianos, relatam não só benefícios de cura para doenças comuns, mas também o desenvolvimento de habilidades super-humanas como a telepatia, chegando ao ponto de ser desnecessário a ingestão de alimentos.

A experiência deverá ser feita gradualmente ao nascer e pôr- do- sol.

Vamos experimentar?