A exposição tem como eixo dois biombos tendo cada um, na frente, imagens de panos estampados, sempre visíveis do exterior da galeria, que escondem e protegem os motivos revelados no verso, os quais por sua vez se relacionam e anunciam as obras que os acompanham.

Como numa sonata, são três os tempos que constituem esta exposição. Somos recebidos no primeiro, o que acolhe o biombo com elementos vegetais no verso. Uma gama cromática rica e luminosa conduz-nos por flores, frutos e árvores, onde na última um livro aberto anuncia o segundo tempo.

Este é um momento de suspensão acentuado pela paleta que agora é contida e reduzida quase só a amarelos. Habitado por livros e leitores introduz-nos assim o elemento humano que vamos encontrar no terceiro tempo.

É nele que reside o segundo biombo, onde uma figura feminina, flutuando no seu painel central, estabelece um diálogo com as restantes obras, todas retomando a paleta do tempo primeiro.

Três tempos, sem tempo nem lugar, ou talvez em Novembro e voltamos a sentir os perfumes da primavera para deleite e reflexão.

Urbano nasceu na Ilha de São Miguel, Açores, em 1959 e vive e trabalha em Lisboa e nos Açores. Estudou na Slade School of Fine Art, Londres, entre 1995 e 1997. Em 1998 participou no Kaleidoscope Program: The Royal University College of Fine Arts, Estocolmo e Tavira Print Workshop. Em 1998- 99 decorou a Capela do Hospital do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada, Açores. Desde 1997 é representado pela Galeria 111, e desde 2000 colabora com a Galeria Fonseca Macedo de Ponta Delgada.

Participou nas exposições coletivas: Fish Out of Water (1997),Curwen Gallery, Londres; Uma Visão sobre os Anos 80-90 (1999), Fundação PLMJ, Lisboa; Geração XXI-Cinco Artistas Portugueses em Macau (2002), China; Arte Portuguesa em Brasília (2005), Brasil; 50 Anos de Gravura Portuguesa (2006), SNBA, Lisboa.