Formada a partir de dois eixos principais — "Deslocamentos por dentro" e "Deslocamentos pela margem" — que se dividem em cinco núcleos cada, esta exposição é resultado de uma grande pesquisa iniciada pela equipe do MUPA em fevereiro de 2020. "Deslocamentos por dentro", propõe um mergulho na história de algumas das diversas comunidades que formaram o Estado do Paraná.

Desde migrantes relacionados a deslocamentos ocorridos ao longo do século XX, como ucranianos e alemães, passando por migrações contemporâneas de venezuelanos e haitianos; exílios indígenas, como o emblemático caso da etnia Xetá e comunidades quilombolas. Já o segundo eixo, chamado de "Deslocamentos pela margem", é inteiramente dedicado à cultura caiçara. Nele, os visitantes poderão se aproximar dos aspectos relacionados às relações ecológicas, à musicalidade, à religiosidade e festividades das comunidades caiçaras, bem como dos conhecimentos ligados aos saberes e fazeres artesanais dessa população tradicional que habita o litoral paranaense.

A exposição é composta por depoimentos de imigrantes, de seus descendentes e representantes ou membros das comunidades tradicionais, todos gravados durante seis meses de trabalho de campo em Curitiba, Ponta Grossa e no litoral paranaense por um grupo multidisciplinar, formado por cineastas, jornalistas e pesquisadores acadêmicos, em conjunto com a equipe do Museu. Estes depoimentos, que estreiam publicamente pela primeira vez na mostra, passam a compor o acervo do MUPA; resultado do compromisso assumido pela atual gestão de ampliar e atualizar o acervo do museu. Além disso, a mostra conta com aproximadamente 100 objetos que fazem parte do acervo histórico, antropológico e arqueológico do Museu Paranaense, um híbrido entre acervo e novos registros que enriquecem a coleção e aprofundam o debate.