Este é um personagem curioso: de origem holandesa, passou por uma convivência latina mista pois, teve criação ítalo-portuguesa que deu-lhe contornos 'sui generis'! Isso quer dizer que, a partir d'um objectivo subconsciente holandés capitalista, podendo ser entretanto católico inclusive, conviveu num país de clima quente e ensolarado, com todas estas suas particularidades tropicais exóticas. Ao contrário, um choque cultural muitas vezes surpreenderá se, a depender de sua adaptabilidade, vier rechaçar e repelir ou, agradar e acolher…

Um rosário de eventos, que ao desfiar-se, descortina muita surpresa! Que a fumaça vela…ou seria o fumo, como se diz em luso-português?! Sim, acinzenta as confusões linguísticas dos dialetos encontrados em Espanhas Catalã, Gallega ou Basca que, ainda pode latino-italiana e diversa; muitas vezes equiparam-se às particularidades vistas dentro dos demais países de língua portuguesa, inclusive.

Partiu um dia a esmo para comerciar, depois de ter aprendido a arte do trading internacional, baseado principalmente n'umas operações de day trade, nas opções das bolsas de valores. Introjetadas pela histórica primeira bolha financeira do século XVI que, teve também o lançamento do café, por aquele mesmo mercado de Amsterdam. Mal sabiam os leigos, que a Holanda com seu grande porto de Rotterdam, juntamente ao vizinho porto Belga de Antwerp, representavam o maior fluxo de comércio internacional do século XX. Daqueles Países Baixos, só ouviam falar e davam atenção, ao fútil do Red Light District, Coffee Shops e quiçá recentemente, aos jardins floridos de tulipas no Keukenhof. Que inclusive, ele mesmo fez aquela tradução portuguesa de marketing, destinado aos turistas brazucas, depois do pedido de uma funcionária em férias, na mesa do bar do hotel.

Nunca entendeu muita coisa daquelas argumentações e comportamentos 'brasilianos', com termos em inglês pelo meio de tudo, mas que muitas vezes unilateral, fraco de embasamento ou até hipócrita e gentil, era ingénuo. Quando expostos às demais variáveis financeiras ou políticas, logo se perdiam mas, em sendo económicas então, desesperavam. Não compreendem o mercado e 'lêem' principalmente assistindo TV porque, o clima ensolarado 'y caliente' não o permite. Muito sol, calor e copos têm a preferência, porque dizem os novos que "uma vida é muito curta". Será mesmo?! Ou empregam-na mal…como disse um estrangeiro, sendo melhor estar expatriado e refugiado, tendo apoio de bons auxílios para não incomodar na política. É o outro lado da pobreza. Desperdício ou, negligência da boa aplicação na sociedade, estas especialidades treinadas e inatas que, com menor esforço, seriam vantagens absolutas e competitivas, quando o melhor exemplo é o chinês. Vantagem populacional e moeda não conversível, nem Banco Central independente, que permitem boa competitividade no mercado mundial.

E a sofrência sertaneja que a copiar o Fado, gera uma tristeza nostálgica e uma saudade da humildade pobre, da dificuldade tórrida, exposta pela pele ao sol? Justificativa d'um falhanço pessoal, amoroso e inconscientemente, financeiro também. Bancos, governos e fiscalidade sempre a bater recordes de arrecadação mas, povos sempre desesperados atrás de alguma remuneração mínima ou das ajudas sociais. Não percebem de câmbio, nem de juros: desconfiam ser a oscilação monetária uma obra do além, que alguma ferrenha oração, resolverá. Políticos profissionalizados em nada, de um discurso risonho e constante, com seguidores que quase parecem maltas agrupadas indianas, como se vê no oriente próximo em algum evento ou notícia. Sobra gente, sobra desperdício, incapacidades de encaminhamento das vantagens particulares investidas, para um resultado de aproveitamento que, nem sequer sabem aplicar e prever. Técnicos em tudo, que atrasam para render; especialistas de alguma pouca transversalidade, onde faltam gestores capacitados para administrar toda a parafernália inventada ou, ludibriar. Talvez nem tanto. É a vista que alcança pouco e o sol, já cega.

Vasco da Gama foi Vice-Rei, depois d'uma curva oceânica naquela Boa Esperança. Cabral, que era Gouveia, também esteve comandante numa segunda viagem para aquele, lá o vingar. Vera-Cruz era passagem, ponto de paragem para aguadas e reabastecimento de víveres, que quase não resistiu anteriormente no retorno das Índias, ao nobre Portugal. Eternos adversários económicos, os Corsários holandeses disputavam sempre as Índias Orientais, fossem nas Indonésias ou Áfricas do Sul. Por fim, partiram de Pernambuco para a ilha de Manhattan e, fundaram uma Nova Amsterdam…

Na política-económica, quando se tem o contato diário com os dois lados do Atlântico, vê repetir - na comunicação televisiva que é a mais comentada - omissões de originalidades legislativas que, mais parecem terem sido acordadas entre o antigo império, tamanhas as similaridades repetitivas e anacrónicas. É o caso do atual assunto do IVA, sobre um imposto zero no cabaz básico e, o da fusão dos passaportes da comunidade de países de língua portuguesa. Acontecem todos simultaneamente e coordenadamente, o que não é mau. É o futuro a se formar, como previsto e perseguido no passado. Tudo ao seu tempo. Apesar das anacrónicas serem, as argumentações a favor de uma teoria qualquer, quando exposta para convencimento popular, de populações que não têm acesso ilustrado ao tema geral. Teorias populistas e de fato, que tornam imensas estas oportunidades! Mas ao mesmo tempo, traidoras do sucesso individual, caso não se tenha tido uma "experiência holandesa" de olhar para todos os lados, com muita atenção, antes de atravessar uma rua e a ciclovia. Afim de evitar um desastre simplório, como ser abalroado por qualquer bicicleta, já na sua primeira viagem àquela original sociedade capitalista, outrora mercantilista…! Espelhos do futuro, são aquelas histórias do passado, agora representadas nas visões do presente.