No mês passado a humanidade inteira amanheceu chocada. A notícia de que o Dalai Lama teve comportamentos similares a de um pedófilo estremeceu o mundo. O Dalai Lama, até então considerado uma das maiores autoridades religiosas do planeta, perdeu o respeito que tinha entre os seguidores de outras religiões, e até mesmo de alguns Budistas.

Neste vídeo publicado na página oficial do jornal O Globo no Youtube, é possível ver sua “santidade” primeiro pedindo a um garoto de aproximadamente cinco ou seis anos, que primeiro beije ele na bochecha, sendo seguido de um “selinho” na boca, e finalizando com um “chupe a minha língua”. O jornal O Globo também publicou uma matéria expondo os diferentes pontos de vista do lado Ocidental e do lado Oriental em relação a este polêmico encontro.

Desde que comecei a falar de religião com as pessoas ao meu redor, uma coisa que sempre enfatizei é que, uma coisa é o Buda, e outra totalmente diferente é o Dalai Lama. Sendo este considerado pelos fanáticos Budistas Tibetanos a reencarnação de Sidarta Gautama, a afirmação apenas demonstra que nem mesmo seus seguidores compreenderam suas mais valiosas lições.

A reencarnação é um fato, não uma crença. Isso eu deixei bem claro no meu segundo artigo publicado há sete anos atrás com o título de “A imortalidade através da ciência”. Entretanto, é simplesmente impossível nós alegarmos que alguém é a reencarnação de uma determinada pessoa, pelo simples fato de que não existem métodos considerados plausíveis para medir tal façanha.

Meu dia sempre fica melhor quando escuto pessoas falarem que visitaram uma cartomante, ou um centro espírita, ou qualquer outro local “sagrado”, e que alguma entidade veio falar ou que tiveram alguma visão de suas vidas passadas. As pessoas sempre falam que foram Júlio Cesar, ou Cleópatra, ou alguma outra celebridade histórica qualquer. As pessoas nunca me dizem que foram escravas, mordomos, alfaiates, ou algum criminoso qualquer como Jack, o estripador. Não. As pessoas sempre me dizem que foram alguém importante. O próprio João de Deus alega que uma das suas entidades “incorporadas” é o Rei Salomão, nos deixando estupefatos com o fato de quantas pessoas existem que acreditam nisso, assim como os Budistas Tibetanos acreditam ser o Dalai Lama a personificação do Buda.

Um dia quando visitei e participei de uma sessão em um centro umbandista, uma pessoa incorporada de uma preta-velha (nome que se da a uma das entidades da umbanda) me disse que em uma vida passada, meu pai era dono de fazendas e uma pessoa muito rude e muito bruta com os escravos. E eu como filho não aceitava essa violência que ele infligia sobre as pessoas de menor poder, ocasionando brigas e conflitos familiares entre nós. Daí vinha o nosso Karma e a razão pela qual eu e meu pai tínhamos contas a acertar, motivo que nesta vida não tínhamos uma relação muito próxima.

Analisando o comportamento do meu pai nesta vida, e também a relação que temos um com o outro, essa história contada por esta preta-velha faz muito sentido, e existe uma pequena probabilidade de realmente ter acontecido. Entretanto, eu não tomei isso como uma verdade absoluta, e tampouco deixei que isso afetasse de alguma maneira a minha vida ou até mesmo a relação que tenho com meu pai.

Independente de nossas experiencias pessoais, uma coisa é fato – fato de que agora os Budistas Tibetanos deveriam rever seus métodos para identificar e ter mais cuidado em afirmar que seus líderes são a reencarnação de uma pessoa que, de acordo com a história, atingiu a iluminação espiritual. E eu realmente espero que esta experiência tenha servido para muitos abrirem seus olhos e finalmente compreenderam os ensinamentos do verdadeiro Buda, que deixou bem claro que, o Criador e a iluminação espiritual está dentro de cada um, e não personificado em uma só pessoa.