Após cinco anos, a colombiana Adriana Duque volta a expor no Brasil, com a individual “Renascimento”, em cartaz na Zipper a partir do dia 3 de agosto. Em sua última exposição solo no país – “Íconos”, em 2014, também na galeria – a artista apresentou trabalhos que estabeleciam relações a pintura holandesa do período Barroco. Agora, as fotografias da artista dialogam com a pintura retratual renascentista, a partir das características típicas do movimento cultural surgido entre os séculos XIV e XVI na Europa. A curadoria da exposição é de Eder Chiodetto.

O trabalho de Adriana Duque incita o embate entre a fotografia e a pintura. A artista utiliza a fotografia – e os recursos contemporâneos dedicados a este suporte – para realizar aproximações e releituras da pintura de diversos momentos da história da arte. No caso do Renascimento, a artista faz uma reflexão sobre a individualidade, uma noção que se encontra na base da passagem da visão teocêntrica da Idade Média para o humanismo. A explosão de retratos que se viu surgir no Renascimento diz respeito ao crescente interesse pela individualidade no período, em contraposição à representação do divino durante a Idade Média.

Longe, porém, de procurar retratar representações fiéis da realidade, Adriana Duque questiona a própria noção de retrato e seu papel no mundo contemporâneo: em “Renascimento”, as fotografias se constituem como montagens de elementos a partir de técnicas digitais. “Cada um dos trabalhos coloca a definição do retrato em um campo em movimento, porque não são imagens obtidas pela simples gravação da realidade do sujeito retratado. A totalidade de cada obra é composta parte por parte, de modo que cada imagem resultante corresponde, na realidade, a fragmentos dispersos e remontados meticulosamente na busca de uma imagem ideal, aquela que só habita a mente do artista”, afirma Adriana Duque.

O trabalho de Adriana Duque (Manizales, Colômbia, 1968) incita o embate entre a fotografia e a pintura. A artista utiliza a fotografia – e os recursos contemporâneos dedicados a este suporte – para realizar aproximações e releituras da pintura. Sua pesquisa têm se dedicado a retratar crianças rodeadas por uma atmosfera austera, em cenas minuciosamente construídas.Ela tem trabalhos em coleções como Instituto Figueiredo Ferraz de Ribeirão Preto; Museo de Arte Moderno de Medellín, Colombia; e Museu de Arte do Rio (MAR-RJ). Entre suas principais exposições individuais destacam-se: “Iconos”, Zipper Galeria, 2014; "Anthology of an Obsession", Witzenhausen Gallery, Amsterdam, 2014; "The Other Side", Galería el Museo, Bogotá, 2014; "Infantes", Galeria Horrach Moya, Palma de Maiorca, 2010; "Baroque Children", Museo Iglesia Santa Clara, Bogotá, 2009; "De Cuento en Cuento", Museo de Arte Moderno de Medellín, Medelín, 2005. Participou de mostras coletivas em cidades como Paris, Bogotá, e Madri, entre elas "Photoquai - Biennale de Photographie", no Musée du Quai Branly, Paris, em 2013; "Desnudando a Eva". Instituto Cervantes, Madri, 2012; "Topologías: Materias en Tránsito", Casa de la Moneda, Bogota, 2006.