A liberdade não é uma filosofia e nem sequer é uma ideia: é um movimento da consciência que nos leva, em certos momentos, a proferir dois monossílabos: sim ou não. Na sua brevidade instantânea, como a luz do relâmpago, desenha-se assim o sinal contraditório da natureza humana.
(Octávio Paz)
Na verdade nós somos contradições ao vivo; boca que diz que “Sim”; boca que diz que “Não”! Mas lembremo-nos todos das bocas “ cosidas” que há por esse mundo que nem “Sim” nem “Não” podem dizer!!! Lembremos neste século XXI o inadmissível que é haver bocas prisioneiras de poderes absolutos e ditaduras nefastas…lembremos como ainda é tão fácil calar algumas das bocas que tanto lutaram pela liberdade apenas com uma simples bala!!! Lembremos como todos nós ficamos horrorizados com o terror Nazi, com o horror do racismo e com as ditaduras religiosas mas continuamos a permitir que tais horrores assombrem o nosso planeta; como o que se passa em Gaza...
É chegada a altura de educar a nível planetário. Educar para a liberdade do eu individual se manifestar e concretizar os seus desejos, educar para se ser feliz sem competições por poderes passageiros e sim com a determinação do desejo e da vontade… É chegada a altura de dizer “Não" definitivo à violência que começa com as palavras e se manifesta em actos de matança absurda! É chegada a altura de os senhores políticos darem o exemplo para que os seus discursos não sejam palavras ao vento!!!
É preciso libertar o pensamento, pautado e dirigido pelos fundadores da tradição cultural (o que os nossos antepassados pensaram, investigaram e criaram) e pelas estruturas mentais restringidas pela lógica do verdadeiro/falso, porque limita e reduz outras possibilidades de pensar e conceber a realidade. Uma visita ao Museu do Oriente ajuda!!!
Libertar o pensamento é por em funcionamento outros modos de pensar, que não limitem a mente a reproduzir a realidade percepcionada. Para que o pensar seja livre, há que soltar-se dos conteúdos e conhecimentos elaborados e transmitidos por outros através de livros, aulas e meios de comunicação. Para libertar e cultivar uma mente livre é preciso pensar inovadoramente: ver as coisas como mutáveis. Pensar lateral e divergentemente é dar-se conta de que as coisas não são necessariamente verdadeiras ou falsas, boas ou más: existem muitas outras facetas e pontos de vista. Pensar imaginativa e fantasticamente. Pensar nas coisas como imagens e supor que essas imagens são moldáveis, podem alterar-se, misturar-se com outras, gerar outras realidades.
Edward de Bono desenvolveu o conceito de pensamento lateral, que é uma abordagem criativa para a solução de problemas, diferente do pensamento lógico e muitas vezes limitado pela tradição e preconceitos. Ele propõe técnicas para libertar a mente de bloqueios e explorar diversas perspectivas, promovendo um pensamento mais amplo e inovador, o que pode ser visto como um exercício de liberdade mental ao quebrar padrões e considerar múltiplos caminhos para uma solução.
Viajar com uma criança ajuda!!!!
Pensar em liberdade é superar a realidade superficial imposta. É procurar um sentido radical para ir ao fundo e à raiz das coisas para aprofundar e explorar as dimensões mais complexas e desconhecidas da realidade. Perceber o conceito de “morte” no México ajuda!
Pensar a partir do símbolo, hermenêuticamente, sem medos, tabus ou preconceitos.
Amar incondicionalmente é necessário!
Pensar a língua no feminino, pelo menos uma vez, ajuda!
A Sacerdotisa celebra
A Papisa abençoa
A Fada põe a virtude
A Maga mexe o caldeirão
O Sagrado Feminino nasce
Sujeito, verbo, complemento?
Com que sintaxe?Pessoa
Acção
Escolha
A gramática da vida mudaO feminino pré-estutura a vida
Adivinha
Metáfora
Ovo
Vestido do sol e da lua
Mistério
Mulher
Pensar em libertar é romper as amarras do pensamento herdado dos outros, para pensar por si mesmo, criar novos conceitos e poder ser autenticamente livre e autónomo. É criar pontes entre o Oriente e o Ocidente! Criar pontes entre os céus dos pintores e dos escritores, entre planetas!
Vejamos os exemplos inspiradores de Sophia e Paula Rego:
Na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, liberdade e beleza são conceitos intrinsecamente ligados, onde a liberdade é vista como uma condição para a verdadeira beleza e harmonia, e a beleza grega, em particular, é associada à perfeição e à sabedoria. A sua obra explora a ligação entre a ética, a liberdade, a dignidade do ser e a busca pela beleza, usando a cultura grega como modelo de harmonia e perfeição que pode inspirar a sociedade.
Paula Rego é uma artista que explorou a liberdade através da sua obra, desafiando convenções e abordando temas como o medo e a opressão, especialmente no contexto do patriarcado e da ditadura em Portugal. A liberdade na sua arte manifesta-se na expressão de uma visão singular e pessoal, na denúncia de situações sociais e na busca por libertação, tanto para a própria artista quanto para outras mulheres.
E Você, caro leitor (a), como manifesta a sua liberdade?