Desde que Mikao Usui, monge japonês, subiu ao Monte Kurama, nos arredores de Quioto, em 1922, e recebeu os símbolos de cura do Reiki, muitas pessoas se beneficiam desta técnica tão poderosa. Em sua aldeia, ele começou a ensinar, pois tudo que é recebido do Universo deve ser revelado e compartilhado. O aluno Chujiro Hayashi estruturou o sistema de cura, aplicado pelo mestre, no método que conhecemos hoje.

Tudo que é Divino, usado para a grandeza do que está na Terra, expande-se, o Reiki, então, chegou ao Ocidente pelas mãos da havaiana Hawayo Takata, que após restabelecer a saúde com a terapia, decidiu aprender para divulgá-la. Ela estudou por dois anos no Japão para transmitir o conhecimento e semear o método de cura que tanto a ajudou. Hawayo Takata fundou a American International Reiki Association.

O Reiki chegou ao Brasil na década de 1980 por um dos mestres da Associação fundada por Takata e, no mesmo ano foi criada a Associação Brasileira de Reiki. Apenas em meados da década de 1990 os primeiros livros sobre o assunto ganharam traduções para o português e foram comercializados no Brasil, a difusão do método e a prática de cura tornou-se imparável. Dezenas de milhares de brasileiros são assistidos com a harmonização e equilíbrio energético que os símbolos sagrados proporcionam.

A palavra Reiki é de origem japonesa, com dois componentes derivados do alfabeto Kanji. “Rei” pode ser traduzido como sabedoria universal e “ki” como energia vital. Seus símbolos atuam nos corpos físico, mental, emocional e espiritual e assim, é considerado uma terapia holística, que trata o ser humano como um todo, ou seja, promove bem-estar, relaxamento, equilíbrio e aumento da frequência vibratória.

A energia vital a que o Reiki se refere é a energia propulsora da vida. Cada cultura define um nome para tal, mas se trata da mesma energia disponível no Universo que mantém os seres humanos vivos. Quanto mais elevada a bioenergia, mais saudável está a pessoa. Para os japoneses é Ki, os chineses chamam esta energia de Qi ou Chi; os hindus, de Prana; os gregos, de Pneuma e assim, entre outras.

As palavras em japonês podem ser escritas por ideogramas e exprimem uma ideia. Os ideogramas que representam a palavra Reiki podem significar a ideia de algo que vem do Cosmo e, no encontro com a Terra, produz o milagre da vida; ou a comunhão de uma energia superior com uma energia terrena; ou chuva maravilhosa que dá vida, uma chuva maravilhosa de energia vital.

O bambu é o elemento natural que simboliza o Reiki de acordo com Johnny D’Carly. Segundo seu entendimento, “o bambu é flexível, apesar de forte. Ele reverencia o vento que o toca soprando. Ele se dobra mostrando-nos que quanto menos nos opusermos à realidade da vida, mais resistentes nos tornamos para viver em plenitude.” No Japão, o bambu é uma planta de sorte, que traz bons auspícios. É uma conexão reta, projetada para o alto, num crescimento que alimenta céu e terra.

O Reiki tem princípios estabelecidos por Usui; e estrutura para a iniciação, estabelecida por Hayashi (o que é tema para outro texto). A técnica é um sistema iluminado, desenvolvido para religar e sintonizar o ser humano à Fonte Universal de Amor, sem interferência do ego, buscando a plenitude e a alta vibração.

A energia Reiki não vem do terapeuta, mas especificamente da Fonte Universal que tudo anima. O terapeuta é um mediador, pelo qual a energia chega ao receptor. A Fonte de energia é a própria vida, que se realiza no presente, alimentando-se de si mesma, num círculo de vida que gera a vida. A Fonte está no céu, na terra, no homem, forma os quatro elementos, a matéria, faz o sol arder em chamas e as estrelas brilharem. Mantém a Terra girando em seu próprio eixo, eleva o cume das montanhas ao céu e assenta as águas nas cavidades, faz vibrar os elétrons dos átomos e multiplica as células de milhões de corpos a cada segundo. Os chineses chamam a Fonte de “Tao, o princípio gerador e mantenedor de todas as coisas”; as religiões denominam “Deus” e a ciência de “o desconhecido”.

Quando mente, corpo e emoções estão em sintonia com a alma, a pessoa se abre para a manifestação da cura. Desta forma, o Reiki é uma terapia alternativa e complementar para que o ser humano se integre à sua essência e viva com saúde.

Os símbolos canalizados por Usui contribuem para a sintonização da pessoa à Fonte de Energia Universal, onde todos nós estamos naturalmente ligados, mas por motivos diversos do cotidiano e modo de vida que desrespeita o ritmo natural dos ciclos e da condição humana, vemo-nos desconectados, adoentados e desequilibrados.

O procedimento acontece com a imposição das mãos sobre o corpo, abrangendo o campo magnético que o protege - a aura e - , principalmente, na altura dos sete principais chakras - centros energéticos que representam os diferentes aspectos da natureza sutil do ser humano - a corresponder diretamente aos órgãos e glândulas.

Em nossas mãos há centenas de pontos energéticos e terminais nervosos extremamente sensíveis e o ato de impor as mãos sobre o corpo para transmitir bem-estar e alívio de dores é tão antigo quanto a natureza do instinto. Há registros de técnica de harmonização pela imposição das mãos de mais de oito mil anos, no Tibet, que se expandiu pela Grécia, Egito, Índia e hoje é difundida no mundo inteiro.

Nos nossos dias observamos que a bênção cristã, o passe espírita, a pajelança dos xamãs e a ação das benzedeiras são alguns exemplos de captação e aplicação da energia vital para promover equilíbrio, relaxamento e cura.

Ao tentar encontrar o seu sentido na vida e alcançar uma vida pacífica e feliz, Mikao Usui acreditava: “Em primeiro lugar temos de curar o nosso espírito. Em segundo, temos de manter o nosso corpo saudável.”

A força do Reiki está em permitir que a energia vital e infinita do universo preencha todo o corpo, mente e coração, para que o caminho do restabelecimento do Ser seja integral, que vibre saudável e em luz.