Já há muito tempo que não tínhamos uma época tão confusa e turbulenta como a que vivemos ? Sim!! Estão espantados? Não estejam! Não entendem ? É normal, eu (e tantos mais outros tantos e tantos mais… também não (percebemos))…

Somos o que somos e mais o nossos percursos…

Somos ínfimos sim, não nos apercebemos disso, sim, e sempre fomos assim também… Qual o espanto? Agora diferença é que ainda não nos habituamos (ainda) a tanto acesso a informação…se somos privilegiados e afluentes em zonas afluentes e privilegiadas deste também ínfimo planeta que nos calhou em sorte e igual privilégio para nele existirmos e evoluirmos…

Mas isso quer dizer o quê ?

Que tal deixarmos de ser parvos e rudes e tentarmos ser menos egocêntricos em rompantes trumpianamente cretinos e estupidamente animalescos e pedantes ? Será que é difícil tentar ? É !!! E sabem bem que sim! Os instintos de domínio e prevalência e sobrevivência são-nos inatos e dificilmente lhes escapamos… Daí até à escravatura ou à ditadura negra do fascio ou vermelha do soviet vai pouca distância… Mesmo nenhuma, diria…

A diferença hoje é a advinda da solidão ensimesmada no mar das redes ou das vidas vividas em bolhas auto protectoras para medos, insuficiências ou simplesmente alternativas e outras buscas de outros caminhos… O bóer do apartheid sul-africano enriquece à boleia de gadgets electrificados e galácticas odisseias espaciais, mas não deixou de ser o mesmo bóer racista e nazi, apenas se travestiu de nerd goebbleliano como todos os Goebbels, kgbs putinescos e outros tantos sociopatas criminosos que temos de aturar…

O que tolhe e derrota é a indiferença que nos faz esquecer a sobriedade quando lhes assistimos às bebedeiras de orgias de poder decadente e narcísico… Ou o encolher de ombros que, de facto, nos silencia a voz e cancela o espírito livre e crítico deixando o espaço vazio de tolerância que logo é ocupado por tantas sinistras e tristes personagens hoje tão influentes e afluentes no poder fático e mediático que os rodeia…

Meio atordoados, principalmente confusos com tanta confusão, andamos todos… Mas e isso será assim tão grande surpresa?

No state of the art e no status quo dominantes a imprevisibilidade parece ter crescido…mas apenas a percepção dela é mais atroz e as principais personagens talvez mais notoriamente vis e sinistras…

Essencialmente isto acontece porque a já há muito previsível disseminação de informação, enviesada ou não, se multiplicou exponencialmente no mundo mais urbano e tecnológico…

Porém não esqueçamos que uma esmagadora maioria dos habitantes, deste canto azul na láctea galáxia imensa, continua muito desfasada de todos esses stresseszinhos urbano afluentes… Demasiada gente ainda luta pela pura sobrevivência, por água ou alimento ou simplesmente foge da guerra ou dos desastres naturais…

Ah, já se tinham esquecido ? Ou só quando a caridadezinha dá foto é que se lembram?

Só agora se repara no retorno de imperialismos e da voz e força da força dos mais forte e poderosos? É pena, mas habituem-se! Convém é não esquecer que a democracia conquista-se e tem de se defender! Não com encolher de ombros ou virar de costas, mas com voz forte e sonora, tolerante e solidária, mas existente e em movimento aqui e em qualquer lugar em que a injustiça prevaleça.

Já não batalhamos por ela contra ditaduras várias bem recentemente? Conseguimos ou não vencer muros e batalhas tantas vezes dadas como perdidas pelos valores da liberdade?

Talvez seja hora de relembrar e de voltar a aprender a lutar por valores de consenso universais e que tiveram sucesso na erradicação de fomes e guerras, de violência variada e de déspotas iluminados que impunham garrotes e morte a eito…

E não venham com desculpas e hesitações, com mais uns comités e conferências para as fotos e imagens na pantalha! Disso já demasiada gente está farta e incrédula! Já basta!

É hora de decidir e de agir!

Sempre assim foi!

É nos momentos mais conturbados, tantas vezes inquietantemente confusos e conturbados, que esta humanidade mais progrediu, mais imaginou, sonhou e fez, construiu! Somos herdeiros de séculos de avanços e recuos, mas no cômputo geral sempre se conseguiu superar contrariedades e desafios, mesmo os mais dolorosos e complicados, porque complexos.

Também é hora de separar o trigo do joio!

Já chega de tanta estupidez barata de embevecidas e poderosas sumidades que tudo fazem pelo poder, não lhe sabendo dar uso coerente e minimamente positivo.

O tempo de déspotas iluminados já foi, ficou para trás.

Tentar vias infames de persporrência e desatino bem podiam ser mais válidas e substituídas por serenos e humildes comedimentos construtores de caminhos novos e desafiadores das incontestáveis e ainda pouco descobertas potencialidades dos seres humanos…

Também está na hora de assumirmos as nossas vozes e dizer rotundamente não, não queremos ir por aí!

Que a coragem não nos falte nestes momentos difíceis de combate a ideários totalitários! Sempre a tivemos!

Oxalá perdure a liberdade!