As recentes eleições de 9 de outubro de 2024 em Moçambique foram um grande fracasso no que concerne a transparência e democracia, mais uma vez ficou provado que a ditadura enraizou-se de um modo em que as eleições tornaram-se em veiculo para legitimar e consolidar a ditadura, e apenas criar-se a ideia de que as eleições em Moçambique não servem para nada, senão para enriquecer certos partidos, e uma fachada para os olhos do ocidente de que em Moçambique há democracia e os processos eleitorais são democráticos e transparentes o que não constitui a verdade.

O partido legítimo vencedor foi-lhe negado o gosto da presidência pelo partido no poder que tentava mais uma vez renovar, e secularizar uma ditadura exploradora a custo de uma fraude tão visível e palpável. O enchimento das urnas e falsificação de Editais e adulteração de Actas foram as incidências destas eleições mais conflituosas de todos os tempos em Moçambique. A manipulação dos resultados eleitorais pelo partido no poder tornou-se uma prática costumeira em todos os processos eleitorais em Moçambique.

Estas eleições foram o palco de muitas ilicitudes eleitorais que mereciam até uma segunda volta, pois a recontagem não seria uma solução tendo em conta que os Editais e Actas estão viciados de manobras que dão vantagem ao partido no poder. Viu-se mais uma vez a negação da vontade popular que falou mais alto nestas eleições ao se fazer presente de uma forma massiva para escolher o seu candidato para a presidência. Mais no final do processo esta vontade foi massacrada para alimentar a máquina partidária que procurava, mais uma vez a custo da fraude se manter perpetuamente no poder.

Por outro lado, foi notória a falta de comprometimento com a causa da nação por parte da policia ao abrirem fogo usando balas verdadeiras para dispersar as manifestações que ocorrem até este momento em todo território nacional, como forma de contestar os resultados eleitorais das recentes eleições legislativas em Moçambique que traduziram numa guerra não declarada entre a policia do partido no poder e as massas indefesas que viram seus familiares serem mortos e feridos com as balas da policia que de forma inconsequente e criminal abriu fogo contra as massas, caso para dizer que tratou-se de “genocídio” tudo isto com intuito de ajudar o partido no poder a perpetuar o seu imperialismo colonial sobre uma sociedade escolarizada e bem analítica.

Estas eleições trouxeram a tona o quão o nosso Estado é putrefacto por dentro e por fora, e por outro lado o uso exagerado do poder de fogo mostrou e provou mais uma vez que esta policia está ao serviço de um regime decadente que esgotou toda razão e argumentos para se manter no poder, e veem nas armas a única fonte e recurso exclusivo para a força se manter no poder vitaliciamente, mas o povo disse não nas urnas ao votar num partido novo e promissor como forma de buscar uma nova alternância de poder, e anseio por mudanças concretas. Instalou-se um clima de guerra e desconfiança dia pós dia são manifestações para a reposição da verdade eleitoral e a policia responde a estas manifestações com uma mistura de gás lacrimogéneo e balas verdadeiras que estão ceifando vidas inocentes.

O vício pelo poder transformou as lideranças africanas em máquinas para matar e destruir qualquer intenção de mudança do quadro. Os patrocinadores destas eleições estão quietos enquanto a polícia trava vidas com balas verdadeiras, as instituições de gestão do processo eleitoral tornaram servidoras do regime do dia e as instituições onde se esperava alguma gota de justiça estão ancoradas com um sistema que fustiga o povo.

Estas eleições foram as mais caras de todos os tempos, mas os resultados são tão negativos e obscuros que até assustam o diabo, caso para dizer era preferível levar o dinheiro investido equipar os hospitais que clamam por equipamentos e medicamentos, construir escolas e estradas do que gastar por algo que não traduz nenhuma verdade, senão fachada de democracia do caos. Viu-se pessoas que ocupam cargos do topo na função pública a inclinarem-se para ajudar o sistema a carimbar o passaporte da vergonha a custo da fraude eleitoral.

O povo sente aversão por tudo que se assemelha a eleições, pois, suscita os fantasmas da ditadura insolente que se vive nesta província ultramarina de Portugal. As evidencias da fraude e as manipulações destas eleições estão patentes em todos lugares basta que queira ver o número dos votantes reais em cada circulo eleitoral, e o que consta nos editais vislumbra-se uma discrepância numérica já mais vista no campo da estatística, as percentagem que extravasaram a escala real de 100%, os relatos dos que viveram e acompanharam estas eleições de perto e por dentro relatam factos que contrastam os relatórios e editais que são apresentados a imprensa, e mesmo, assim houve insistência em legitimar uma fraude tão grosseira por parte dos órgãos eleitorais. Estão eleições ficarão marcadas para sempre na vida de todos os Moçambicanos, que viram sua vontade desrespeitada e virada de avesso, quando sua vontade de mudança é mais sagrado que a própria bíblia.