O que para alguns é um luxo, para outros, trata-se de necessidade. E, para ambos, prioridade. Com o passar dos anos viajar se tornou um remédio para alma, um curativo para os corações machucados, um respiro após um longo ano de trabalho. O significado pode variar, mas o sentimento desprendido é bem semelhante.

Eu sou capaz de lembrar quando eu sonhava em visitar os lugares que eu conheço. Ver as luzes da noite nas grandes metrópoles, mergulhar em águas bem clarinhas, sentir a neve na minha pele, experienciar o agito do Natal ou a empolgação da véspera de Ano Novo longe de casa, fotografar aqueles pontos turísticos clichês (que fique claro, eu adoro um bom clichê!), visitar lugares históricos.

As idas e vindas das viagens simbolizam a forma que encontramos para compreender a nossa bagunça interna, respirar fundo, recarregar as forças e organizar o nosso interior e o exterior. É a melhor forma de fugir, pois sabemos que temos data para retornar. Na realidade, é a fuga mais prazerosa. Fugimos para nos reencontrar, alinhando nossas próprias ideias e nossos objetivos.

Para muitos viajar parte de um desejo interno de conhecer uma nova cultura, desbravar lugares distantes ou nem tanto, aprender a falar algumas palavrar em um novo idioma. No entanto, viajar é muito mais que isso: é se perder pelas ruelas, se encantar a cada esquina, se deliciar com a gastronomia - desde as barraquinhas da esquina até os renomados restaurantes com estrelas Michelin.

Viajar é totalmente democrático. Cada um opta por vivenciar da forma como melhor lhe apetece: seja de barco, avião, carro ou trem. A hospedagem, então, pode ser o que melhor lhe convier. Uma cabana no meio da natureza, uma cama em um quarto de hostel compartilhado com mais oito pessoas, uma suíte de hotel cinco estrelas ou, ainda, a locação de um apartamento por temporada.

O que se aprende em uma viagem?

Viajar é um ato de coragem. É sair da própria bolha, é experimentar o diferente e simplesmente escolher ir. Durante as viagens nos deparamos com outras realidades, outros costumes e isso nos engrandece, nos torna mais humanos, mais coerentes conosco e com os outros. Durante as viagens nos deparamos com situações que nos tiram da zona de conforto, que nos desafiam diariamente e, com isso, adquirimos experiência, independência, criatividade e jogo de cintura. Assim, além dos benefícios óbvios de curtição, relaxamento e novas descobertas, viajar ainda promove nosso desenvolvimento e crescimento pessoal.

Cada viagem é única e cada viajante é único. Você nunca experiencia uma viagem como o outro, por mais dicas e recomendações receba de quem fez o mesmo percurso, visitou os mesmos lugares, se hospedou nos mesmos hotéis e jantou nos mesmos restaurantes. Não. As experiências são diferentes. E acredite, você nunca volta da mesma forma que foi. E essa é a melhor parte.

As partidas e chegadas ao longo da nossa vida nos moldam, nos tornam seres humanos mais interessantes e mais interessados; incentivam nossa empatia e nossa atenção; ampliam nosso apetite e nosso leque de preferências.

Desejo que você encontre dentro de si o desejo e a coragem para ir, para desbravar, para descobrir. Saiba o momento certo de ir e o momento certo de voltar. Desejo que você seja curioso, que você ouse e que você aprenda. Desejo que você aproveite cada experiência, cultive os seus afetos, crie uma playlist e a escute durante suas andanças, fotografe, mas também guarde imagens apenas na memória.

Desejo que você viaje, se perca e se encontre, mas vivencie, experiencie, conte histórias e ouça outras tantas também. Quantas vezes for preciso, pois viajar é preciso.