O Jalapão, um paraíso escondido em meio ao Tocantins, tem sido um dos principais destinos nos últimos anos. Sejam brasileiros ou gringos, o mundo inteiro tem passado por lá. Recentemente, também fui picada por esse bichinho e realizei uma viagem para o Jalapão em busca de descobrir o que tanto leva as pessoas até aquele local. Se procurar por fotos do lugar, a resposta será óbvia, mas, mais do que ver, é preciso viver tudo aquilo que as pessoas compartilham.

Escolhi o mês de fevereiro, que não é o mais recomendado para ir para lá por causa da chuva, porém, posso te contar que foi uma das melhores decisões que tive e, pensando melhor, acho que não teria época melhor para ir. Claro, pelo fato de ser baixa temporada e o clima não estar favorável para a viagem, não tive a sorte de pegar os fervedouros com suas águas azuis; de todos que passei, apenas um estava daquela forma, que é o verdadeiro cartão postal do Jalapão, as demais estavam verdes. Aproveito esse relato para adiantar uma informação importante: não são todos os fervedouros que têm a água azul, alguns são verdes mesmo, mas tão bonitos quanto.

‘Ah, mas vale a pena ir para o Jalapão fora de época?’, para mim, a resposta é sim, e vou listar alguns motivos.

O que você precisa saber antes de ir pro Jalapão?

Localizado no Cerrado brasileiro, o Jalapão fica a um pouco mais de 170 km de Palmas, capital do Tocantins. Apesar de todas as belezas e paz que o local transmite, é necessário saber algumas coisas antes de embarcar nesta viagem. A primeira delas é a necessidade de gostar de estar no meio da natureza, mais especificamente no mato, porque os pontos turísticos ficam literalmente no meio da floresta. Após estacionar o carro, é preciso descer uma mini trilha para se aproximar dos fervedouros, cachoeiras e rio, paradas que estão presentes no roteiro de quem viaja para o Jalapão.

O carro mais recomendado para realizar esta aventura é um 4x4, por causa da estrada, mas tem aqueles que se aventuram com outros veículos. Durante minha viagem, vi um grupo que optou por ir de Uno, e deu tudo certo no final. Para entender melhor como funciona a viagem para o Jalapão, listei alguns itens necessários que todos precisam ter em mente.

Estrada de barro

A maior parte do percurso será estrada de barro, são poucos os pontos que contam com asfalto. Por isso, já esteja ciente que terá que passar alguns ‘perrengues chiques’ para chegar até os pontos de destino. Como fui em época de chuva, as estradas estavam um pouco melhores, apesar de alguns pontos de alagamento, que fizeram com que o carro atolasse uma vez. Pelo fato de ter presença de pedras no caminho, vá sabendo que você será bastante chacoalhado durante todo o percurso, em alguns pontos mais do que outros.

O guia que me levou para a aventura comentou que, apesar da chuva, eles preferiam dirigir nesta época, porque quando só tem sol, as estradas ficam piores, os carros atolam mais e chegam a dar mais defeitos, com alguns tendo problemas no ar-condicionado.

Muito tempo no carro

Antes de ir para o Jalapão, já tinham me informado que eu passaria bastante tempo dentro do carro, na realidade, mais tempo nele do que nos próprios atrativos turísticos, porque a distância de um lugar para o outro é grande, chegando, em alguns casos, em torno de duas horas de distância. Mas, não desanime, no dia de conhecer os fervedouros as coisas são diferentes, porque eles ficam próximos uns dos outros, então, a distância mais longa chega a ser algo em torno de, no máximo, 30 minutos.

Sem sinal

Se quer se desconectar totalmente da vida, o Jalapão é o lugar, porque o sinal de celular é quase inexistente. Com algumas operadoras, como a Claro, é possível encontrar sinal em determinados pontos do percurso, mas com as demais, é desconexão total. Porém, se você é daqueles que precisa diariamente acessar a internet ou quer mandar mensagem para família, nas paradas e nos hotéis há sinal de wi-fi, então dá para dar aquela atualizada e não ficar totalmente off.

Por que ir fora de temporada?

No início, fiquei me questionando se realmente valia a pena ir fora de temporada. A resposta, para mim, é sim. Os lugares estavam vazios, o que deu um tempo maior para que a gente aproveitasse tudo e não pegasse nenhuma fila, algo que não acontece em alta temporada. Os guias que me levaram falaram que geralmente a fila para entrar nos fervedouros chega em torno de duas horas e você só pode ficar dentro deles por, no máximo, 20 minutos. Esse tempo é datado, ou seja, não importa se é em alta temporada ou baixa, porém, a vantagem da baixa temporada é que, se não tiver mais ninguém para entrar, há chance do seu tempo no fervedouro se ampliar.

O meu grupo, por exemplo, como perdemos um fervedouro por causa da chuva, os guias encontraram outro, com a água azulzinha, do jeito que as fotos mostram. Foi o fervedouro Buritizinho. Como éramos os únicos que estávamos ali, tivemos a chance de ficar o tempo que a gente queria. Spoiler, na última pousada que ficamos, a Pousada Bela Vista, tínhamos um fervedouro só para gente, que das 18h até 7h só era disponibilizado para os hóspedes, mas, devido à chuva, a gente perdeu este benefício. Apesar de triste, conseguimos aproveitar as outras áreas do lugar, como piscina de borda infinita.

Outro diferencial de ir fora de temporada, além das estradas melhores e ausência de fila, é o clima ameno. Chove, mas não faz frio, é calor o tempo todo, porém um clima suportável. A vantagem é porque, mesmo que seja recomendado passar repelente e protetor solar, não é permitida a entrada nos fervedouros com esses dois itens de proteção. Então, com pouco sol, é possível aguentar o calor sem ficar ardendo.