Acredito que diversidade é um dos temas mais recorrentes da atualidade. Recentemente tivemos o dia do orgulho LGBTQ+, marcado por 50 anos da revolta de Stonewall, em Nova York, o qual é considerado o marco dos movimentos e lutas pelos direitos LGBTQ+.

Em 28 de junho de 1969, policiais invadiram o bar Stonewall Inn em Nova York alegando que estavam vendendo bebidas alcoólicas sem permissão, onde os policiais prenderam funcionários e começaram a agredir as pessoas, levando-as sob custódia para a delegacia (dentre elas travestis e drag queens). Uma multidão que estava fora do bar começou um confronto com os policiais, o que gerou um pequeno incêndio no bar. A partir disso, a comunidade gay de Nova York foi às ruas protestar durante seis dias. Esse momento foi decisivo para dar início às discussões de gênero e diversidade, que hoje são discutidas no mundo todo.

Vejo muitas empresas e marcas tentando se posicionar, criando estratégias e tentando “vender seu peixe", no entanto, nem sempre as estratégias utilizadas por essas marcas são honestas e empregadas em favor de uma diversidade real. Aí que entra uma coisa chama pink money.

Pink money (ou dinheiro rosa) é uma parte da economia movimentada pelo consumo LGBTQ+, onde seu poder de compra se baseia em como a marca/empresa/artista se posiciona. Em resumo, pink money nada mais é que todo o dinheiro gasto/investido pelo público LGBTQ+.

E esse poder de compra é explorado por várias marcas, onde elas usufruem de forma errada, sem coerência no que passam para o mercado.

Junho é conhecido por ser o mês do orgulho LGBTQ+, por isso, marcas podem usar essa tendência ou estratégia apenas nesse momento, diferente das que tem um objetivo claro de mercado. Neste ano, o Burger King fez uma parceria com a Casa1 (ONG que acolhe e presta assistência à comunidade LGBT em São Paulo) e criou um Milkshake de arco-íris, onde 100% do lucro foi destinado à Casa1 (além do Burger King ter sido o patrocinador master da Parada do Orgulho de São Paulo).

Já existem muitos casos de marcas de roupa que foram “desmascaradas” por serem “cool” e “apoiar as diferenças”, mas internamente, eram preconceituosas e homofóbicas. Como aconteceu com a Loja Três, a qual tem como slogan por trás de peças, pessoas, onde 11 ex-funcionários denunciaram a loja por racismo, gordofobia e assédio moral, relatando que homens gays e mulheres com filhos não poderiam ser contratadas, muito menos mulheres gordas pois “ela não contrata quem não entra nas roupas dela”.

Atente muito bem para como e onde você investe e gasta seu dinheiro. Não incentive o consumo de empresas que querem apenas lucrar com isso, além de estarem querendo parecer legais perante a sociedade. É importante você se sentir confortável com a sua compra, principalmente por saber que aquela empresa se preocupa na hora de planejar ações voltadas para as pessoas LGBTQ+, para que se construa uma relação amigável entre consumidor e empresa.