E como escolher quem fala e quem escuta? Estamos sem tempo, e alucinados com as informações que chegam em nossas telas. Sejam bons ou maus pensamentos, palavras e ou ações. Esta condição tecnológica do viver, nos levou a crer, que se estamos por alguma razão desconectados da rede, algum vazio vai emergir. A depressão e a ansiedade vai aflorando por falta de expressão da alma, então O corpo na sua complexidade aciona a bioquímica do vício e os pensamentos darão suporte ao looping mental, evidenciando nossa fome primordial, refletida na falta de conexão interior. Sinal Vermelho. Pare. Será que esta necessidade viciante intoxicou nossa lucidez a tal ponto, que estamos vivendo a realidade virtual na vida real? Esse ritmo dói o corpo e aperta o coração. Escolho dançar, encontrar alguém, servir. Crio uma nova dança e me torno mais humana. Imagine se Vincent van Gogh , Mozart, Shakespeare, Frida Kahlo, Fellini e Martha Graham vivessem agora? Será que teríamos a oportunidade de sermos transformados pelas suas obras? Ou eles estariam muito ocupados em seguir e serem seguidos, nas plataformas sociais?

Serão, a atenção plena, presença e expansão da consciência, âncoras para nossa saúde mental?

A conexão com o silêncio, a solitude, a natureza, são momentos, que a vida adentra no meu corpo e a fonte de energia generosamente é oferecida. Então, quando estamos apáticos e sem energia será um sinal de fragmentação? Onde está agora o pensamento, a vontade de viver, o Amor ao Criador? Estamos mais virtuais do que vivos, viciados do que purificados, agitados do que calmos? Sinal Amarelo. Atente-se, pois tudo que você pensa saber já não valerá, teremos que nos retirar e buscar melhorar tudo, só assim poderemos ser visto em outras dimensões. Essa conexão Wi-Fi substitui a intimidade com nossas sensações, vivemos um momento frenético eficaz e sedutor, basta clicar. Então, por que estamos apesar de conectados, solitários atrás de algo que nos faça esquecer quem somos? A real Conexão começa dentro, como respiramos nossa fala e expressamos nossas sensações. Se estamos todos fora do corpo e dentro da matrix virtual, será que nos tornamos estranhos a nós mesmo?

Descobri que na pausa, o tempo suspende, são pequenas doses de retiros, e me encho de ideias e de força vital. Quero ter espaço para o vazio e deixar a vida ir preenchendo com seu ritmo acelerado e fluido ao mesmo tempo. Estar conectado com a essência, nos torna radiantes, de olhos que brilham e um vínculo é estabelecido de ser para ser. Queremos pertencer. Voltar para casa é esse tempo com seu corpo, escutá-lo, compreender os símbolos internos. Então o que fazer, se distrair? Desviar dessa riqueza que é a escuta profunda, prestando atenção as camadas que pulsam no nosso corpo? É desse estado que me refiro, da intimidade consigo, da liberdade de ser inteiro.

Escolho prestar atenção, sentir um pouco mais e escutar o que não é dito

Um ser integrado, não perde energia em corrigir, pretender, depender e duvidar. Estar presente é criar o tempo todo, estabelecer vínculos saudáveis e pertencer. Pertencer a si mesmo, tão profundamente que você pode compartilhar o seu eu mais autêntico com o mundo e encontrar a santidade em ambos. Quando eu me pertenço: o tempo suspende, os sentidos se aguçam, a percepção é acionada e a luz da consciência amalgamada a presença do outro. Quero ser inteira, carregar minha estória de perdas e glórias, quero falar com você que se interessa, quero te ouvir. Tocar na mão, sentir o ritmo do coração e dar tempo para compreender, prestar Atenção. Somos uma máquina complexa de emoções e ritmos! Corremos, criamos, construímos nossas vidas. Temos sorte de viver, simplesmente respirar, sorrir, chorar. Somos sortudos de encontrar pessoas lindas. Cada dia, me deslumbro com cada olhar, jeito de falar, tom de voz. A presença é o maior presente que podemos oferecer a outra pessoa, diz Alanis Morissette. No estado congelado, a pessoa não tem luz, brilho, carisma, não tem presença. A conexão começa no corpo mente e espírito, e se estende em relação com os outros e o mundo. O que crio internamente é poderoso e consistente, vamos criar harmonia e equilíbrio. Vamos eu e você, seremos muitos. Muitos despertos e conscientes.

Sintonize o silêncio, veja o invisível. Faça diferente ao acordar. Experimente um novo ritmo. Volte a sentir amor

Vamos reescrever nosso mandato de permissão. Nessa carta estará a liberdade de amar, ser criador e consciente. O movimento para o sagrado e a intimidade com nossa alma se tornam Lei no relacionar-se com o outro. Resilientes como o bambu. O detalhe, o sagrado, o silêncio, a arte, a natureza e a dança, nos resgatam desse perder- se no tempo e espaço do dia a dia. Restaurar o equilíbrio é tocar na alma, sair do eu meu e expandir a mente. Temos um senso limitado de perceção neste corpo em que estamos fazendo essa bela jornada; mas a verdade é que os olhos não podem ver tudo. Mas é visível, quando você começa a expandir essa perceção sensorial. Que bela pesquisa, ligar os pontos da sua vida e pintar como Pollok, dançar com Isadora, criar como Fellini, cantar como Maria Callas, pensar como Platão, ser reconhecido como Jesus, com tantos seguidores e sem precisar de Facebook.