Encerrar etapas na vida, recomeçar e se despedir do que vivenciamos ao longo de cinco, dez, vinte anos, isso não importa, o que interessa é saber que em algum momento de nossas vidas, algo vai mudar e neste the end é importante entender que aquela fase passou e novo capítulo toma formato e se inicia.
Infância, adolescência, vida adulta, casa, filho, trabalho, amizades, casamento, tudo empacotado e guardado na memória. Escrever este artigo faz um filme percorrer pela minha cabeça pensando em cada evento, desafio e momento em que vivi, cada um teve um propósito dentro de minha vida e tenho certeza que se você ler o que escrevi, também irá lembrar de vários episódios de sua vida.
Fazer as malas de cada fase da nossa vida, deixando algo para trás, mas levando e selecionando alguns episódios raros que nos completam e cabem ser lembrados porque são coisas boas que aprendemos.
Em cada fase que vivemos, ganhamos sabedoria, cada um no seu tempo, no seu ritmo e na forma que a nossa alma suporta, o importante é manter os nossos valores, virtudes e cultivar somente aquilo que faz parte de nossos valores e virtudes.
O tempo dá respostas, nos faz entender que o que aconteceu com a gente, fez sentido e precisava acontecer naquele exato momento, para nos preparar para novas realizações, outras decisões e um novo caminho a ser percorrido.
Valorizar o que vivemos, honrar por todas as situações em que passamos, é preciso ter sabedoria para identificar todos estes momentos e entender que foram fundamentais para o crescimento, isso vale para mim e isso vale para você.
A gente não nasce pronta, a gente leva uma vida inteira treinando e aprendendo, porque este é o jogo da vida, enquanto estivermos vivos, vamos passar por isso e não há escapatória, lembra de uma situação que você passou e se julgou da forma que você agiu? Então, se esta situação retornar, como você irá administrar agora? Eu tenho certeza que será com muito mais cautela, maturidade e não haverá julgamentos, concorda?
Fazer as malas e ter boas escolhas para os próximos recomeços, é assim que te convido a enxergar a vida, na maioria das vezes achamos que foi uma puxada de tapete da vida, mas talvez tenhamos que ter um outro olhar, tínhamos uma missão naquela fase e isso foi cumprido e daqui para frente é momento de partir para um outro capítulo porque aquele lugar não há mais nada a acrescentar, ele não nos pertence mais e não há o que insistir porque não há o que avançar, então ok vida, game over.
Há uma questão nisso tudo que às vezes me faz pensar, nem todas as malas que a gente arruma é por vontade própria, somos obrigados a fechar malas que não estavam em nossa programação e neste momento podemos até pensar que a vida tem um jeito de estragar até os melhores planos, o que na verdade era pra ser assim, uma mudança necessária que modificou o caminho e nos entregou outras malas, com esperança e coragem.
Embalar memórias, guardar aprendizados e recomeçar, foi assim que o filme - Meu ano em Oxford - me inspirou a escrever esta matéria, uma trama que conta a história de uma estudante que sai da América e vai estudar na Inglaterra, uma mudança de vida, uma troca de país, cultura e pessoas.
No momento da partida, aquele sentimento do que ficou para trás, de uma nova história que começaria a partir daquela decolagem, rumo a um novo cenário, onde daqui para frente, tudo seria bem diferente e nas malas, muita coragem para viver o novo, explorar o desconhecido, o incerto.
Em cada capítulo fez mostrar que de um dia para o outro, tudo pode mudar num piscar de olhos, que a vida pode nos apresentar novos momentos, nova jornada, que faz com que façamos uma reflexão de que em todas as fases da vida nada será para sempre, mas enquanto estivermos vivendo o presente, podemos pensar e desejar que seja para sempre aquele sentimento.
Viver o momento atual, achar a intensidade, o essencial, em cada parte de nossas vidas, a vida é rica e cheia de significados, basta ter a saber viver e encontrar este significado para continuar bem a nossa história. É comum ficarmos cansados com alguma fase que parece não passar, de achar que estamos numa corrida contrária quanto ao tempo, que ao invés de progredir estamos num caminho que é confuso e esta não é a direção certa.
É o momento em que pensamos que tudo o que queremos construir não anda, não acontece e não muda, mas aí é preciso nascer uma força, uma coragem e um pensamento positiva de que isso vai acontecer, é daqui a pouco, é em breve, porém estamos ainda nos preparando, porque talvez não estejamos prontos.
Pequenas ou grandes experiências, esteja presente sempre, busque entender o hoje, redefina as suas prioridades com o presente de agora, honre a trilha construída e saboreie os momentos únicos, porque realmente tem coisas que só vamos viver uma vez e depois vão direto para a mala das memórias.
Esta frase eu escolhi para finalizar este artigo, porque ela fala exatamente do que escrevi:
Seja paciente com tudo o que ainda não foi resolvido em seu coração, viva as perguntas agora, talvez, gradualmente, você viva, num dia distante, até dentro da resposta”.
(Rainer Maria Rilke)
Apenas continue, deixe as coisas chegarem e tenha sabedoria para viver cada momento.















