A domingueira na cidade do Rio de Janeiro é praia para quase todos, com o sol dando sua graça após três dias de frente fria e chuvas. Não houve cumulonimbus, pelo menos não foram noticiadas, e já peguei na rua daquelas de 3km de diâmetro por 32km de altura. É prova para o Aquaman.
O meu, o domingo de hoje, iniciou diferente, tão diferente que resolvi fazer o café sem açúcar, mais forte, inclusive. Em vez de três colheres, foram quatro, de café moído na hora que compro numa loja no Shopping DownTown, Barra da Tijuca.
Minha playlist, a internacional, foi iniciada com a música de Jason Mraz - I'm Yours (Live in London). Uso bule e coador quando quero o café com aroma próximo do que bebi em fazendas, nas férias infantis, em Porto Nacional (TO).
No embalo, óbvio, a música estimula liberação de dopamina no cérebro, neurotransmissor associado à sensação de prazer e recompensa, a serotonina e a ocitocina, que também estão associados ao bem-estar e à redução do estresse.
Oba!!!
A letra me povoa das belas e ex-namoradas, esposas, e costumes dos passeios juntos à locais extremamente sãos: cachoeiras, praias afrodisíacas (Afrodite sem tendinite, dermatite, sinusite), ruas de metrópoles antigas, alvos no horizonte a partir de jardins como o Parque Amantikir , em Campos do Jordão (SP).
O café, em pequenos goles pausados, provoca saborear um naco de chocolate, pão na chapa com manteiga de leite, ovos, queijo canastra vindo do interior de Minas Gerais - eis aí uma grande vantagem da internet: você vai na fonte, lá no interior de Minas, e traz queijo coalho de primeira grandeza.
Nessa nuvem de prazeres, o sol me chama, a praia clama, lembro da semana passada. Já saindo da praia recebo chamada ao vivo pelo WhatsApp.
A esposa de um amigo comentando que queriam assistir ao jogo do Flamengo, clássico contra o Botafogo, num bar que costumamos frequentar.
Enquanto eu pegava os acessórios: chaves, cartão, carteira de habilitação AB, nova, pois consegui inserir a modalidade que me dá direito a pilotar motos, filmei sem perceber próximo de minha cadeira, uma moça com seus 25 anos, padrão carioca, deitada de bruços, corpo de 1,65m exuberante, bronzeado e pelugem aloirada até onde pude ver rapidinho.
Escutei um "BenhêêÊ"!!!
Dough acorreu ao celular, e a esposa urrava descontrolada: "Caraca, Agripino não respeita sequer sua esposa, a esposa do amigo... Ele é seu amigo mesmo, ou vocês já estavam tramando esse futebol para ir a alguma orgia... bláblábláblá...”
— Agri! O que tu filmaste?
— Nada. Apenas meu rosto. O que aconteceu?
— Jhânia tá falando que tu mostraste tua 'putinha' no início da chamada deitada na areia.
— O que? Agressiva. Imaginação fértil ou é desculpa para não ir ao Vint2.
Quantas mulheres ficam expostas ao sol deitadas com a bunda pra cima nas praias?
Estou sozinho. Pegando minhas coisas...
Assisti ao jogo em casa, e até este momento não fiz contato com o casal. O jogo foi 0 X 0, e pelo andar da carruagem, essa amizade ficará no 0 X 0. Eles não ligam, tampouco estou preocupado.
Tu estais?
Perturbação. Lá eles!!!
O povo anda louco.
Após o café, decidido a não ouvir notificações de celular, nem entrar em redes sociais, fui desligar o telefone e me deparei com um vídeo no Grupo de infância lá de Brasília: o mais novo tem 64 anos.
Somos os gaviões raízes do único bairro que existiu em Brasília na década de 1960: Cruzeiro Velho.
No vídeo postado por Irineuzinho, um dos 36 integrantes, a menina que aparenta entre 18 a 27 anos, num português arrastado, moradora na Finlândia, falava que os bebuns podem recuperar parte do dinheiro que gastam, repondo as latas numa máquina em supermercados finlandeses.
Na demonstração, ela carrega um saco de lixo preto de 60kg, com a metade de latinhas e garrafas pets de plástico (polímero). Chega na maior e aperta um botão da máquina, que abre uma boca. Ela despeja tudo lá de uma só vez. Fecha a tampa, que aciona a contagem digital, gerando quantidade de produtos e somando os valores em euros.
Detalhe: nesse vídeo, o supermercado que a menina mostra tem cinco máquinas grandes de reciclagem: duas para receberem produtos por unidade, outras para produtos diferentes, imagino vidro e papeis, e a maior que separa lata de garrafa.
Melhor ainda. Cada item, tem seu valor de reciclo no código de barras padrão.
A garrafa pet (polietileno tereftalato) tem anotação de €0,30, a lata de cerveja €0,40, depende do tamanho, e não é necessário amassar, nem retirar as tampas, basta estarem limpas, secas.
Ao final da contagem, aproximadamente 50 latinhas e 8 garrafas pets pequenas, emitiram tíquete com código de barras, os produtos elencados, no valor de €14,70 para compras no supermercado.
Claro, que ao tom abrasileirado, a influencer estrangeira com manha brasileira não deixou por menos a sacaneada: "Para os cachaceiros do Brasil, vocês podem ficar bêbados aqui na Finlândia e ganhar para beber".
Ora, meu domingo foi surtado. Silenciei a playlist, fiz contato com o Grupo, expondo valores e costumes, e argumentei sobre o recente aumento de imposto sobre operações financeiras (IOF).
Com esse governo imposto nas eleições duvidosas de 2022, aumentar imposto é uma prática corriqueira.
Tanto que o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi apelidado de Taxadd, é o maior colecionador de memes na mídia, tal qual a primeira-dama, alpinista político-social, sem modos.
No afã de arrecadar por conta das eleições ano que vem, descobriram os percentuais de 0,98 e 1,01 do IOF (imposto sobre operações financeiras) estabilizados há muitos anos.
Corre à boca miúda, rádio corredor da Esplanada dos Ministérios, que numa reunião, a ministra do Planejamento, Simone Tebet (advogada), sugeriu aumentar o IOF para 5%, unificados. O Taxadd, interferiu afirmando que seria melhor 3 e 5%, assim não chamaria a atenção.
Ao que um técnico subordinado, informou que deveria deixar os percentuais nos mesmos valores, ou diminuíssem para 0,78 e 0,99% como sustentadores e incentivo de investimentos estrangeiros no Brasil e ir contra a estagnação econômica.
Que nada!
Aumentaram para 3,5%. No outro dia, desfizeram uma parte do rombo, e mantiveram os valores que prejudicam a população e a empregabilidade – 3,5% para saída de capitais e movimentação interna, e entrada de dólar ao patamar de 0,5% de IOF.
Explico: o ignorante passeia com familiares num acampamento de aproximação com outras famílias da escola dos filhos.
Acha uma granada. Admirado, limpa-a, dá brilho esfregando com a manga da camisa de lã, tecido misturado com poliéster; volta para o almoço da confraternização.
Todos do acampamento estão sentados e os vizinhos de outras confraternizações brincam ou churrasqueiam, alguns ainda abastecem a mesa principal.
Radiante, ele puxa o pino da granada brilhante e grita:
— Gente, olha o que achei!?
É esse tipo de gente que administra o País.
O Grupo quedou-se.
...
Após assistir ao vídeo, fiz contato imediatamente com meu amigo e enviei o vídeo ao Marcus Hyonai Nakagawa, autor de "101 dias com ações mais sustentáveis" (maio 2018), questionando-o se havia movimentação para esse tipo de tecnologia em São Paulo, e se ele pode levar tal performance para o governador paulista Tarcísio Gomes de Freitas (nasceu no Rio de Janeiro).
Óbvio, se Tarcisão comprar essa ideia, esta realidade do vídeo demonstrada na Finlândia, imediatamente todos os 645 municípios do estado terão máquinas recicladoras desse modelo, ou melhores. Ou, numa tacada inicial, a Região Metropolitana da cidade de São Paulo que é composta por 39 municípios será projeto piloto de sustentabilidade e inovação na América do Sul.
As minhas latas de Heineken junto com a reciclagem básica que fazemos no apartamento, e contato a cada 15 dias a empresa de reciclagem.
Pago mensalidade para que um de seus funcionários venha buscar meu lixo separado por produtos e nas cores de reciclagem, incluindo óleo usado.
Sonhando. Podia ser como os produtos lá na Finlândia: terem preço do reciclo, assim eu mesmo levaria para ter um troco e comprar livros. (Risos...)
Ah, o livro de Marcus Nakagawa pode ser encontrado na Amazon.
Feito este artigo, mesmo com os dedos nervosos para teclar, vou aproveitar a imensidão do silêncio, agora, super prazeroso. Já desliguei o celular, e à moda 007 esta mensagem se autodestruirá em 5, 4, 3, 2, 1...