Quem me conhece sabe o quanto sou fascinado por cultura, arte e história. E um dos meus lugares preferidos no Rio de Janeiro para vivenciar tudo isso é o Centro Cultural Banco do Brasil — o famoso CCBB.
Já visitei esse lugar várias vezes e, sinceramente, nunca me canso. Toda vez que entro naquele prédio histórico, sou tomado por uma mistura de admiração, curiosidade e encantamento. Não importa se é a sua primeira ou décima visita: o CCBB sempre surpreende.
Um prédio que respira história
Antes de ser um dos centros culturais mais visitados do país, o prédio do CCBB Rio já carregava uma bagagem histórica importante. Inaugurado em 1906, abrigava originalmente a sede do Banco do Brasil.
Sua arquitetura é de impressionar: estilo neoclássico com detalhes art déco que se misturam com a elegância dos vitrais, escadarias e colunas monumentais. Toda vez que subo aquela escadaria central, com o teto envidraçado deixando a luz natural entrar, tenho a sensação de estar viajando no tempo.
O edifício foi transformado em centro cultural em 1989 e, desde então, se tornou um dos principais polos culturais do Brasil. Está localizado na Rua Primeiro de Março, no centro histórico do Rio de Janeiro, bem pertinho da Candelária e do Paço Imperial. É uma região que respira história e que, só por si só, já vale o passeio.
Além das exposições e espetáculos, o CCBB também foi palco de eventos marcantes, como lançamentos de livros com autores consagrados, apresentações especiais de grandes nomes da música brasileira e sessões comentadas com cineastas e críticos renomados. Personalidades como Fernanda Montenegro, Gilberto Gil e o maestro João Carlos Martins já estiveram por lá, participando de atividades culturais ou simplesmente visitando o espaço.
Exposições que marcam
Ao longo dos anos, o CCBB Rio já recebeu exposições de tirar o fôlego. Uma das mais famosas foi a do artista japonês Yayoi Kusama. Lembro até hoje da sala cheia de espelhos e luzes, com bolinhas coloridas por todos os lados. Foi uma experiência imersiva e sensorial que deixou os visitantes fascinados. As instalações de Kusama são conhecidas por brincar com a percepção, e ali, naquele espaço, parecia que a gente estava num universo paralelo.
Outra exposição que me marcou foi a de Jean-Michel Basquiat. A curadoria apresentou dezenas de obras do artista, mostrando sua trajetória desde o grafite nas ruas de Nova York até sua consagração nas galerias. Era impossível não se impactar com a força das cores e das mensagens que ele transmitia.
A mostra de Salvador Dalí trouxe quadros originais, ilustrações, vídeos e objetos surrealistas que nos faziam mergulhar na mente inventiva e provocadora do artista. Já a exposição de Mondrian revelou o processo de simplificação de formas e cores até chegar ao famoso estilo geométrico que o consagrou.
Com Kandinsky, a exposição contava com obras de diferentes fases do artista e explorava como ele usava as cores para expressar emoções. E como não lembrar da exposição sobre o Egito Antigo? Com múmias, sarcófagos, amuletos e objetos do cotidiano, a mostra foi uma verdadeira viagem no tempo.
E não é só arte internacional que tem vez por lá. O CCBB também valoriza a produção nacional, promovendo exposições de artistas brasileiros e temáticas que conversam com a história e cultura do nosso país. Já vi mostras sobre o modernismo, sobre o cangaço e até uma sobre o samba, com fotos, vídeos e objetos que contavam a história desse ritmo tão nosso.
Muito além das artes visuais
O que muita gente não sabe é que o CCBB não se resume somente a exposições. O espaço oferece uma programação cultural super variada: tem teatro, cinema, oficinas, debates, apresentações musicais e muito mais. Você consegue assistir a peças incríveis lá. As salas de teatro são aconchegantes e bem estruturadas. Eles também têm sessões de cinema com filmes nacionais e internacionais, muitas vezes com debates após a exibição. E, claro, sempre tem alguma atividade voltada para o público infantil — o que torna o CCBB um ótimo programa para famílias também.
Além das atrações culturais, o CCBB Rio conta com uma cafeteria super charmosa. Gosto de parar ali depois de uma visita, tomar um café e ficar observando o movimento. Tem também uma lojinha com livros, lembranças e objetos de arte que valem a pena conhecer.
E uma curiosidade: o CCBB Rio está entre os 100 museus mais visitados do mundo! Isso diz muito sobre a qualidade das exposições, do espaço e da experiência oferecida ao visitante. Mesmo sendo do Rio, eu me sinto um turista toda vez que passo por lá.
O que está em cartaz?
Para quem quer ficar por dentro da programação, o melhor jeito é acessar o site oficial do CCBB1 ou seguir as redes sociais deles. Eu sempre dou uma olhadinha antes de ir, porque a programação muda com frequência e sempre tem algo novo.
O site é super organizado, dá para ver a programação completa, horários, duração das exposições e até reservar ingressos gratuitos com antecedência (sim, a maioria das atrações é gratuita!).
Dica: algumas mostras têm visitas guiadas gratuitas, que enriquecem ainda mais a experiência. Experimente!
Dicas para aproveitar melhor a visita
Se você está planejando visitar o CCBB, minha dica é: vá com tempo. Aproveite para explorar cada canto, observar os detalhes do prédio e, claro, curtir a programação. Evite os horários de pico (como o meio da tarde nos fins de semana), pois o espaço costuma ficar bem cheio. Durante a semana, pela manhã, é mais tranquilo.
Outra dica importante: mesmo quando a entrada é gratuita, vale a pena reservar on-line, especialmente nas exposições mais concorridas. Isso evita filas e garante que você não perca a oportunidade de entrar.
O CCBB Rio fica na Rua Primeiro de Março, 66, no centro da cidade. O acesso é fácil de metrô (a estação mais próxima é a Carioca) e há várias linhas de ônibus que passam por ali. Para quem vai de carro, o centro tem estacionamentos pagos nas redondezas, mas nos fins de semana e feriados o trânsito costuma ser mais tranquilo.
Concluindo
O Centro Cultural Banco do Brasil — Rio é um daqueles lugares que conseguem unir arte, história e acessibilidade em um só espaço. Sempre que volto lá, saio inspirado, mais leve e com a sensação de ter vivido algo único. Se você gosta de cultura ou quer simplesmente fazer um passeio diferente e enriquecedor pelo centro do Rio, o CCBB é parada obrigatória.
E olha, mesmo que você já tenha ido, vale voltar. A programação muda o tempo todo e o lugar é tão bonito que merece ser revisto. Eu volto sempre — e sempre saio com vontade de voltar de novo.