Desde séculos muitos regimes e impérios sempre tombaram pelas mesmas causas: não saber ouvir e ver o futuro que cerca o reinado, pois nem tudo perdura para sempre. Manter o poder por muito tempo sem nunca fazer a antevisão sobre o crescimento da população e se os recursos existentes serão suficientes para cobrir a todos.
O pecado de muitos soberanos foi sempre cegar-se aos desafios do futuro e não dar ouvidos aos intelectuais do reino e desprezando o povo e procurando ouvir a sua própria voz interior mesmo que soando incertezas e com isso trouxe o caos e a desgraça. Não se nasce a governar, mas sim aprende-se a governar e mesmo assim exige uma certa imaginação senão conhecimento básico para poder traçar as directrizes do reino.
Os regimes seculares africanos estão caindo aos poucos tudo por conta da arrogância e falta de alternância do poder, passam anos e anos sempre governam as mesmas pessoas e nada muda senão o surgimento de mais ricos a custo da desgraça do povo. Uma África abençoada com recursos naturais, mas amaldiçoada pelo comportamento dos dirigentes, que veem na historia de libertação nacional uma dádiva de Deus para criar uma classe de gente subjugada, o povo com uma historiografia cheia de misticismo invocando sempre o argumento de tê-lo libertado das garras do colono e por isso merece a primazia do usufruto do quanto o reino pode dar.
A opulência e a arrogância dos dirigentes africanos perderam terreno os povos estão despertando para a liberdade de uma escravatura negra acometido pelos próprios irmãos africanos que usam sempre o exercito para se esconder de suas responsabilidades para com o povo. Mas do que nunca em África existe uma nova geração de lideres que já não aceita aquela velha historia de libertação de África que se desgastou com o passar do tempo e do sofrimento do povo que clama por igualdade social, saúde, educação, habitação e uma economia promissora.
Estes dirigentes africanos durante séculos de governação apenas criaram riquezas para suas famílias e aliados e povo tornou-se um instrumento e meio de obtenção de vantagens para se manterem no poder e criar um império vitalício que enraizou nas entranhas da desgraça do povo sofrido com uma esperança de vida inexistente. Os lideres africanos dormiram no tempo e foram surpreendidos com uma nova geração mais estudada e esclarecida sobre os ideais de pátria do certo e do errado.
Um povo cercado por instituições que servem ao regime, um povo esquecido a sua sorte, um povo que se alimenta pelas sombras da desgraça, um povo que dorme na incerteza de vida, num país onde os hospitais se tornaram morgues. Num país onde cada um faz o que quer. Num país onde os lideres governam com uso da força, num país onde as eleições não servem para nada. Num país onde ao povo não é dado a voz. Num país onde os lideres realizam eleições e quando perdem não aceitam a derrota. Num país onde os lideres matam os opositores para se manterem no poder vitaliciamente.
Num país onde os tribunais e esquadras são de um partido. Num país onde os lideres tratam sua saúde no exterior por que seus hospitais são oficinas de morte. Num país em que os lideres matam espaços públicos de florescimento da democracia, num país onde a opinião contraria significa ofensa. Num país onde matar o outro é normalizado e a vida segue.
Num país onde os intelectuais se prostituem para o regime em troca de cargos públicos, num país onde as televisões inventam debates para manipular a opinião pública a favor de regime. Num país onde o Estado e partido é mesma coisa. Num país onde a separação de poderes é uma assombração para uma democracia jovem. Num país onde o Estado é propriedade da família. Num país onde os filhos dos lideres são imunes a justiça. Um país onde o Estado é usado para fins obscuros. Num país onde os lideres vão ao ocidente endividar o país e o povo não é consultado. Num país onde a assembleia da república é usada para legitimar os crimes do Estado. Uma assembleia da república que é usada como esconderijo de criminosos.
É assim que são, é assim que funcionam alguns reinos africanos e suas lideranças arranjadas. Mas com a onda do despertar por algumas partes de África e dos povos africanos da opressão colonial moderna infringidas pelos ditos libertadores africanos, estes regimes começam a decair para o abismo que merecem. Estes regimes não aceitaram os ventos de mudanças que o povo sempre gritou, usaram indevidamente o exercito como maquina de opressão populacional.
Alguns reinos ainda permanecem em pé devido aos esquemas existentes entre as lideranças africanas e alguns ocidentais na exploração de recursos naturais que acobertam a fuga ao fisco e contratos secretos, que acorrentam o povo nas mãos desta ditadura africana há séculos. Aqui só se legitima um governo que aceita a continuidade do regime e os esquemas secretos com os ocidentais. Por isso, aqui as eleições só servem para fingir democracia aos olhos dos incautos, no fundo a liderança continua a mesma o cisma da libertação colonial.