Lisboa enfrenta alguns problemas atuais, mas nem tão novos.
O sucesso da cidade como destino turístico que já perdura a alguns anos, pode estar secretamente destruindo a si própria.
A Capital Portuguesa, destino turístico número um da Europa por diversos anos que recebe mais de 30 mil turistas diariamente, já foi chamada de capital verde 2020 e cidade das sete colinas que conquista o coração de todos que a tocam.
A menina moça dos olhos portugueses que apesar de todos os títulos, miradouros e coisas boas que possui, não é só maravilhas. Um outro lado oculto detrás das ruas tomadas por milhares de turistas que vêm de todas as partes do mundo e caminham diariamente nas zonas centrais ou se perdem pelas noites no bairro alto pode passar despercebido aos menos informados.
Para os que escolhem viver na cidade, e principalmente para os mais antigos, este sucesso tudo como destino turístico vem se tornando um problema, afinal a decisão de morar na capital, se torna cada vez mais complicada, com diversos fatores a serem levados em consideração.
Desde empecilhos diários como a superlotação dos transportes públicos, até a hiperinflação no preço das rendas, aliada a superlotação de imóveis causada por ondas de imigração, torna tudo mais complicado, além de cada vez mais difícil e caro encontrar um local para viver, a opção de morar na capital portuguesa acaba não sendo mais uma boa escolha para muitos.
Os preços de rendas a competir cada vez mais com os alojamentos locais (Airbnbs), ou estrangeiros que trabalham remotamente com salários mais altos de outros países e podem pagar os valores altos, que os salários nacionais não conseguem, o preço das rendas não para de subir.
Afinal, para o dono do imóvel, é muito mais vantajoso faturar 200€ ao dia do que 1000€ ao mês não?
A Verdade é que Lisboa talvez já não seja mais tão boa assim.
Para muitos daqueles que precisam trabalhar na cidade, a opção que resta é morar nas zonas periféricas. Mas não podemos esquecer das horas e horas passadas dentro dos transportes públicos lotados a caminho do trabalho e casa.
Atualmente (Maio/24), Jornais portugueses reportam que a quantidade de moradores de rua em Lisboa aumentou em 25% apenas no último ano.
Entre aqueles que conseguem não morar nas ruas, encontrar um local para viver fica cada vez mais difícil, além de ser comum encontrar apartamentos compartilhados por 3 ou mais famílias vivendo sob o mesmo teto em condição de acampamento. Algumas das vezes em condições sub-humanas.
Mas precisamos sobreviver, não é mesmo?
E o trânsito caótico? Principalmente em horários de pico. Apesar de claro isso ser uma coisa comum em quase todas as grandes capitais do mundo.
Lisboa tem suas ruas tomadas por TVDEs (uber/bolts/apps). O infinito mar de tuk tuks que engolem as ruas, ou carrinhas de entrega que param de 5 em 5 minutos com 4 piscas, ruas estreitas com todos os tipos de transportes existentes no mesmo pequeno espaço.
Dirigir na cidade é um desafio diário, quanto mais estacionar.
Verdade seja dita, a economia portuguesa em Lisboa provavelmente nem pode ser considerada portuguesa mais. A maior parte das lojas existentes no centro da cidade são vendidas a chineses, bangalis, muçulmanos e outros tipos de imigrantes.
O número de estabelecimentos tradicionais diminui cada vez mais, e com a atual crise/guerra do oriente médio, dia após dia ondas de “refugiados” chegam à Europa.
Em capitais como Paris ou Londres, o número de residentes estrangeiros (imigrantes) já ultrapassa o de habitantes locais.
Estaria Lisboa seguindo o mesmo caminho?
É fato que a guerra no Oriente Médio vem ocasionando uma nova onda de imigração. Assim como na crise migratória de 2015, diversas pessoas vêm para Europa em busca de asilo para fugir dos conflitos políticos, religiosos, e civis de seus locais de origem. Enquanto alguns apesar de terem perdido tudo, vem com boas intenções e querendo reconstruir uma nova vida. Para outros abandonar velhos hábitos pode não ser tão fácil.
Estaria Portugal se aproximando de enfrentar outra crise migratória? Ou será que já está acontecendo? Afinal quando o assunto é moradia, essa provavelmente já é uma das maiores crises que Portugal já enfrentou. Mas de quem é a culpa? Políticos ? Pessoas que aceitam caladas? Imigração descontrolada e a cidade sendo vendida? Devemos achar um culpado?
Bom, eu não sou especialista em nada, e nunca fui muito bom em matemática. Mas em um país onde o salário mínimo é de € 740,00. e rendas têm um valor de 80% disso ou mais, algo de errado não está certo não é mesmo?