Na era digital, onde a Internet serve como plataforma global de comunicação e ligação, o ciberativismo tornou-se uma força poderosa para a mudança social e política. Ferramenta essa que aproveita o poder da tecnologia para amplificar vozes, mobilizar comunidades e desafiar as estruturas de poder tradicionais. Mas como podem as pessoas explorar o ativismo, os seus métodos e as suas implicações para moldar o nosso mundo?

Esta prática é conhecida como ativismo online ou ativismo digital e refere-se à utilização de ferramentas e plataformas digitais para se envolver em direitos humanos e protestar. Inclui uma variedade de atividades e o objetivo principal é trazer mudanças positivas ao mundo com a tecnologia mais recente.

À medida que a tecnologia continua a avançar, a inteligência artificial, a blockchain e as plataformas descentralizadas prometem aumentar a eficiência e a segurança das atividades cibernéticas. A realidade virtual e aumentada permitem que os ativistas criem experiências imersivas que promovam a empatia e promovam a mudança social. No entanto, à medida que as atividades cibernéticas evoluem, as considerações éticas relativas à privacidade, ao consentimento e ao potencial de utilização indevida da tecnologia devem ser cuidadosamente abordadas.

Campanhas nas redes sociais: plataformas de mídias sociais como Twitter, Facebook, Instagram e YouTube tornaram-se ferramentas poderosas para o ciberativismo. Os ativistas utilizam estas plataformas para sensibilizar, partilhar informações e obter apoio para as suas causas. Hashtags, desafios virais e petições online são alguns métodos populares usados para amplificar mensagens e envolver um público amplo.

Surgimento

O ciberativismo também surgiu com a internet em meados da década de 1980, muitas pessoas em todo o mundo batalharam pelos direitos humanos, divulgando informações através de listagens de e-mail e redes como PeaceNet e Gopher. Em 1994, o movimento zapatista também utilizou a Internet para ganhar poder. Inspirado pela oposição de Emiliano Zapata ao ditador Porfirio Díaz na Revolução Mexicana de 1910, o movimento pedia um governo mais autônomo e democrático que incluísse os povos indígenas, acabasse com a corrupção e revogasse o NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte).

Tipos de ciberativismo

Com a popularidade da Internet e das redes sociais, a mobilização através da Internet tornou-se cada vez mais comum e, ao contrário daqueles que os consideram “ativistas de sofá”, muitos ativistas online perturbaram as suas causas e venceram.

Protestos no Irã

Em 2009, milhares de pessoas no Irã saíram às ruas para se oporem à reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad, alegando alegada fraude. Com o apoio da mídia oficial e local ao presidente, os manifestantes usaram as redes sociais para divulgar os confrontos com a polícia iraniana à comunidade internacional.

Primavera Árabe

Também no Médio Oriente, em 2011, milhares de pessoas utilizaram as redes sociais para organizar protestos contra governos autoritários no Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iémen e Bahrein. Além de reunir manifestantes, essas redes são utilizadas para educar o mundo sobre o que está acontecendo nesses países, já que a mídia é censurada.

Manifestações no Brasil

Em junho de 2013, os organizadores do “Movimento Passe Livre” usaram as redes sociais para convocar milhares de pessoas a realizarem protestos em todo o Brasil. Inicialmente, a mobilização criticou o aumento das tarifas de ônibus, mas o descontentamento espalhou-se por áreas como a política brasileira, a corrupção e os gastos no Campeonato do Mundo e falta de investimento em saúde, educação e muito mais. Nesse contexto surgiu Mídia Ninja (Notícias e Narrativas Independentes para Ação), transmitindo tudo o que aconteceu durante os protestos ao vivo em seus celulares. Ao conceituar o ciberativismo requer uma compreensão abrangente da comunicação que vai além do uso e que possibilita aprendizado também.