Veneza é uma ilha?

Na verdade, a cidade é um conjunto de 124 ilhotas que começaram a ser habitadas e anexadas umas às outras a partir do século VII.

Cada pedacinho da cidade possuía geralmente uma igreja, um campo (a praça) e um poço, e eram as pontes que interligavam uma parte à outra. Diferente do que muita gente pensa, Veneza não é mar e sim uma lagoa separada do mar por pequenas porções de terra.

Sabia que Veneza tem a curiosa forma de um peixe ?!

Espreitamos os canais da Sereníssima e encontramos resquícios de ostras adriáticas incrustadas nas paredes e muros antiquíssimos, banhados por ondinas gondoladas a proporcionarem o espanto dos viajantes na cidade Onírica.

O sol põe-se devagar e o nosso olhar demora-se na cor e brilho lunares, nas 4 estações de Vivaldi que ecoam um pouco por todo o lado e na contemplação dos Palácios que começa agora!!!!

O “ Agora” é o tempo de Veneza, um eterno Presente inesquecível, feito de nós e dos laços de nós ainda…feito de memória e sonho, de filmes impressionantes: Morte em Veneza! Casanova!; de vidas inspiradas e inspiradoras como a de Peggy Guggenheim ou de Marco Polo que nos entusiasmam a descobrir a Geografia do Outro!

Veneza dos festivais e das Bienais, das esculturas excêntricas, da arquitectura de contos de Fadas e da Pintura perfeita e imperfeita da música e canto das Sereias Doces…Veneza é um corpo onírico que se entranha a cada instante num dolce fare niente num brinde de Spritz e garfada de Tiramisu!

Veneza cruza e amplia discursos artísticos, místicos e afectivos nas suas praças e ruelas e pontes e jardins; num virar de esquina uma criança corre para o colo do pai ao final do dia, no parque infantil da creche e quem passa partilha aquele Mo(nu)mento e sorri porque até parece impossível que algo tão normal pareça tão anormal num local de Sonho!

Veneza loura, grisalha, ruiva, alegremente triste e especialmente bela…Murana e por isso arco-íris, sempre espetentacular!

Bamboleando entre canais e o Grande Canal, brindo a uma realidade que ultrapassa qualquer ficção; brindo ao sonho que realizou esta obra-prima. Festejo Veneza em mim. Veneza, a Feiticeira Sorriso que se multiplica em cada rosto/ máscara, nas badaladas imprevistas em que o beijo é uma intenção e desejo permanentes!

Veneza das Sombras que nos acompanham em silêncio; das encruzilhadas, dos leões alados que a governam!

Veneza, sedutora, desejada, alquímica, pincelada num Arcano Maior: O Sonho, como mistério a desvendar com o coração!