Apaixonado por moda desde muito cedo, venho traçando meu caminho por esse universo há mais de uma década. O Brasil é meu berço, e dele absorvo todas as riquezas que dão vida ao meu trabalho. Também tenho um fascínio por estudar novas culturas e, assim, adquiri um carinho especial pela cultura asiática, em particular pelas vestimentas tradicionais japonesas, às quais dedico meus estudos na moda. Cada peça carrega uma história, uma filosofia de vida que vai muito além do que vemos nas passarelas. Mergulhar nesse mundo foi um dos passos mais inspiradores da minha carreira, e cada detalhe desses trajes milenares me transporta para uma era em que tradição e modernidade se encontram de forma fascinante.
Falando em Japão, seria impossível não mencionar outro amor: a cultura pop japonesa, principalmente mangás e animes. O storytelling, a complexidade dos personagens e as nuances culturais sempre se refletem nas minhas coleções e no modo como vejo a moda. Além disso, sou um ativista dedicado do movimento LGBTQIA+. Para mim, a moda sempre foi um território de liberdade, onde o ato de se vestir pode ser um ato de resistência, expressão e celebração de quem somos. Acredito profundamente que todos devemos se sentir confortáveis em sua própria pele e que a moda tem um papel crucial nesse processo de autoaceitação. Luto para que ela seja um espaço inclusivo, acolhedor e sem preconceitos, indo além do estético, sendo uma moda com alma e propósito.
Outro aspecto essencial na minha vida é o desejo de aprender, especialmente quando se trata de novas línguas. Sempre que posso, me aventuro a aprender algo novo. Essa curiosidade constante me mantém em movimento, com os pés no presente e a mente no futuro. E, claro, essa busca incansável por conhecimento reflete diretamente no que crio. Entre as corridas do dia a dia, reservar um tempo para a leitura é quase um ritual. Informar-me e explorar novos universos através dos livros não só expande meu vocabulário, como também abre novas janelas criativas. Ler não é apenas um hobby; é uma parte fundamental da minha rotina, da minha formação e do meu processo criativo. É como manter a mente em uma academia constante, exercitando ideias e alimentando a alma.
Falando em criatividade, é impossível ignorar o quanto ela permeia minha vida de forma absoluta. Por um lado, ser criativo é uma bênção — as ideias surgem como um turbilhão, sempre novas, sempre surpreendentes. Por outro lado, essa mesma criatividade pode ser uma praga. Às vezes, o fluxo de ideias é tão intenso que é difícil acompanhar, organizar e realizar tudo o que surge na mente. É uma batalha constante entre criar e filtrar, inovar e estruturar. Mas, no fim, esse caos criativo é o que me move, o que dá vida ao meu trabalho e faz com que cada projeto tenha uma energia única.
Agora, por último, vem um tema que sempre esteve ali, me espreitando: a escrita. Escrever sempre foi uma paixão silenciosa. E, para ser honesto, também um medo. A ideia de colocar pensamentos no papel, de dar voz às ideias que borbulham na minha cabeça, sempre foi um desafio que preferi adiar. Mas decidi encarar esse medo de frente. Talvez seja a hora de deixar de lado as inseguranças e abraçar a escrita da mesma forma que abracei a moda e todas as outras aventuras que cruzaram meu caminho. Estou ansioso para ver onde isso vai me levar. Afinal, a moda e as palavras têm muito em comum: ambas contam histórias, nos transformam e têm o poder de nos fazer enxergar o mundo sob uma nova perspectiva.