Apaixonado por História desde pequeno, professor, fotógrafo amador e colecionador de discos de vinil.
Meu nome é Rafael Bello Bendl, sou do interior de São Paulo, mas atualmente resido na capital. Sou formado em História pela Universidade de São Paulo (USP), e mestre em História Medieval pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Minha paixão por história vem desde pequeno, quando primeiro descobri o Egito Antigo através das histórias que minha avó me contava. Os inúmeros mistérios que a permeiam, que na época me pareciam tão perto de serem desvendados, fascinavam minha mente infantil e adolescente, o que me fez escolher, sem titubear, estudar o passado quando terminei o ensino básico.
Estava certo que estudaria arqueologia e exploraria o deserto egípcio; entretanto, o aprofundamento nas complexidades da história me levou a um caminho diferente. Acabei escolhendo estudar a história medieval e as dinâmicas sociais e de violência entre os grupos sociais antagônicos que viviam no mesmo espaço, talvez por um desejo de entender minha própria realidade, como cidadão em um mundo com tantas fricções, afinal, para se entender alguma coisa, acredito que devemos sempre historicizá-la, e é assim que vejo o mundo.
Em minha pesquisa de mestrado, pesquisei a noção de violência no medievo, especialmente aquela relacionada às Cruzadas e os embates entre cristãos e não cristãos, como judeus e muçulmanos, utilizando para tal um conjunto de crônicas judaicas e cristãs sobre as Primeira e Segunda Cruzadas. Compreender algo que consideramos tão torpe, mas que séculos atrás representava limites tão diferentes, representou um processo de entender como certas ideias que repudiamos, acabam moldando identidades e alimentando conflitos.
Esse estudo não apenas revelou as complexas dinâmicas sociais da época, mas também me desafiou a refletir sobre as continuidades e descontinuidades da violência na história humana. Ao mergulhar nesses relatos, busquei entender este recorte do passado a partir das noções de outrora, mas, ao mesmo tempo, me questionava como as memórias de eventos como estes ainda ressoam em nossas sociedades contemporâneas, moldando percepções e preconceitos que persistem até hoje, afinal, História é mais sobre o presente do que sobre o passado.
Além de meu trabalho como pesquisador, sou professor de História no ensino básico desde que completei a licenciatura, dividindo meu tempo entre a sala de aula e a pesquisa acadêmica, minhas duas grandes paixões. Lecionar é um constante aprendizado, parte do processo da construção da cidadania, e a sala de aula se torna um espaço de troca, onde o diálogo e a curiosidade são essenciais para o desenvolvimento do conhecimento histórico.
Dito isso, contribuir para a Meer baseia-se na vontade de explorar e escrever sobre aquilo que sempre me interessou, a relação entre as pessoas e tudo aquilo que verdadeiramente molda a nossa sociedade. É fundamental trazer à tona narrativas que nem sempre estão no centro do palco, e acredito que a divulgação eletrônica é um meio de democratizar o conhecimento e torná-lo mais palpável. Sou também um entusiasta da interdisciplinaridade, conectando a História a suas interseções como a música, a arte, o cinema e a literatura, sempre provocando reflexões críticas e diálogos significativos entre texto e leitor, pois é a partir do embate que novas ideias surgem.
Como disse, passado e presente fazem parte de uma mesma órbita, e questões contemporâneas só podem ser entendidas a partir de suas raízes e reverberações; sendo assim, espero que meus textos possam informar e apresentar um ponto de vista histórico para certas questões que, a primeira impressão, nos parecem apenas contemporâneas, mas que, na verdade, estão entrelaçadas com eventos, ideias e transformações que remontam ao passado. Ao explorar essas conexões, pretendo enriquecer o debate sobre o mundo em que vivemos, investigando aspectos que ecoam em nossa realidade.