Pâmella Simone
Colabora no Meer desde junho de 2024
Pâmella Simone

Nascida e criada na cidade de São Paulo, Pâmella Simone construiu uma trajetória marcada pela paixão pela cultura, pela comunicação e pelo desejo de aproximar as pessoas do conhecimento histórico e científico. Mãe de duas meninas, transformou sua curiosidade e seu amor pela arte em uma carreira multifacetada que já ultrapassa duas décadas, transitando entre o audiovisual, a produção cultural e a pesquisa histórica.

Desde muito cedo, a cultura ocupou um espaço central em sua vida. Ainda criança, sua primeira experiência marcante foi no Museu Paulista, conhecido popularmente como Museu do Ipiranga, localizado no bairro do Ipiranga, em São Paulo. O contato com aquela instituição, que guarda algumas das memórias mais importantes do Brasil, despertou nela uma fascinação pela história e pela preservação da memória. Esse encontro foi decisivo para o nascimento de um sonho: trabalhar com cultura. Um sonho que nunca a abandonou e que, ao longo dos anos, se transformou em profissão, propósito e legado.

Formada em História pela Universidade Paulista (UNIP), Pâmella seguiu ampliando sua formação com cursos em comunicação, design, audiovisual e inteligência artificial, além de estar em processo de conclusão do curso técnico de Guia de Turismo. Essa pluralidade de formações compõe um perfil raro e inovador: o de alguém capaz de transitar entre passado e presente, utilizando tecnologia e linguagens contemporâneas para contar histórias de forma acessível e envolvente.

Desde 2015, sua trajetória se entrelaça com a do Museu Catavento, um dos museus de ciência mais visitados do Brasil. No Catavento, Pâmella assumiu papéis diversos e desafiadores, indo muito além das funções técnicas. Ela gerencia o Estúdio de TV e a seção “Ensinando Robôs”, dedicada à inteligência artificial, espaço que traduz conceitos complexos em experiências interativas e compreensíveis para públicos de diferentes idades. Nesse contexto, desenvolve mediações culturais, roteiros e oficinas, além de atuar na formação de equipes e na edição de conteúdos audiovisuais.

Uma de suas grandes marcas no Catavento são as oficinas de audiovisual, em que utiliza a fotografia e o cinema como ferramentas de educação e democratização da ciência. Entre elas, destacam-se as oficinas de Light Painting, em que a luz se transforma em pincel artístico para criar imagens criativas; Dublagem, que apresenta aos participantes o universo sonoro e os bastidores da construção de personagens; e Stop Motion, que mostra como a animação pode ganhar vida a partir de objetos simples e da imaginação. Para Pâmella, essas experiências audiovisuais têm o poder de aproximar, sensibilizar e abrir caminhos para que o conhecimento seja percebido de forma lúdica, humana e próxima do cotidiano.

Sua atuação no museu, no entanto, vai além. Já trabalhou na documentação de acervos, na gestão do Centro de Referência e no desenvolvimento de pesquisas para exposições. Entre 2020 e 2023, integrou o núcleo audiovisual do Catavento e foi responsável pela criação da série “Biografando no Museu”, que mensalmente destacava personagens históricos presentes nas exposições. A produção tornou-se um recurso valioso para conectar visitantes e seguidores das redes sociais a figuras que marcaram a história do Brasil e do mundo. Sua produção intelectual também é consistente e diversificada. Pâmella foi responsável pelo estudo que resultou na instalação permanente “O Legado do Negro no Brasil”, no Museu Catavento, dedicada às influências africanas na formação do país.

Também integrou equipes de pesquisa de exposições relevantes, como “Liberdade, Mulher e Ciências” (Museu de Itu, em itinerância), “Mulheres na Ciência” (Catavento, atualmente em circulação) e “Vozes da Independência”, mostra dedicada a personagens pouco conhecidos do processo de independência do Brasil. Em 2024, participou da equipe de pesquisa da exposição “Palácio das Indústrias 100 anos”, que celebrou a trajetória de um dos edifícios mais icônicos da cidade de São Paulo.

Seu compromisso com a produção cultural também a levou a atuar fora do universo museal. Como produtora executiva do FaveladosPod, Pâmella contribui para a consolidação de um projeto que nasceu na Favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, e que rapidamente se tornou referência ao dar espaço às vozes da periferia. Mais do que um podcast, o FaveladosPod é uma plataforma de empoderamento, discutindo empreendedorismo, identidade e cultura periférica, e mostrando a favela como espaço de potência criativa e transformação social. Sua presença no projeto reforça sua dedicação em amplificar vozes tradicionalmente marginalizadas, colocando a comunicação a serviço da inclusão.

Em 2024, deu início ao @borabrasilar, projeto que nasceu com a missão de divulgar ações culturais e conteúdos históricos, especialmente voltados ao eixo Rio–São Paulo. Com uma linguagem leve, acessível e conectada ao público digital, o projeto reúne vídeos curtos, mapas históricos e colaborações com outros criadores de conteúdo educativo. É um espaço em que a memória ganha dinamismo e o conhecimento circula em formatos mais próximos da vida cotidiana.

Atualmente, Pâmella também se dedica a uma pesquisa aprofundada sobre a história e as transformações sociais da Favela do Vidigal, que futuramente será transformada em exposição.

Apaixonada por leitura, viagens e novas descobertas, segue explorando formas inovadoras de contar histórias. Seja em uma exposição museológica, em um episódio de podcast ou em um vídeo educativo nas redes sociais, mantém como missão central tornar a cultura e a educação acessíveis a todos.

O que move sua trajetória é a convicção de que contar histórias nunca foi apenas falar sobre o passado, mas também projetar o futuro. Em cada projeto que lidera ou integra, reafirma seu compromisso com a valorização da diversidade cultural, com a democratização do conhecimento e com a crença de que a memória é um território vivo. Sua carreira multifacetada demonstra que é possível transformar vidas por meio da arte, da comunicação e da cultura — e que o verdadeiro impacto de uma história contada está em sua capacidade de despertar consciência, promover inclusão e inspirar novas possibilidades de mundo.

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