Maio fotografia no MIS é um projeto anual de exposições fotográficas que abrange todas as galerias do Museu da Imagem e do Som. Ao longo dos anos, diversos fotógrafos e fotógrafas de diferentes origens e gerações ocuparam o espaço do museu, dando protagonismo a um dos suportes mais presentes na coleção do próprio MIS: a fotografia.

Em 2025, o público confere as mostras: A São Paulo de German Lorca; Can you feel it?, de Bruce Talamon; O trabalho, de Jean Manzon; Seja o que Deus quiser, de Dani Tranchesi; Solaris – Nova Fotografia, de Lara Ovídio; e Suportes da memória, do Acervo MIS.

A São Paulo de German Lorca

A São Paulo de German Lorca, com curadoria de Adriana Rêde e José Henrique Lorca. A exposição busca revelar um olhar singular e contínuo sobre a cidade de São Paulo, registrado ao longo de aproximadamente 70 anos. Dos primeiros cliques amadores feitos por volta de 1947, quando o fotógrafo tinha pouco mais de vinte anos, até os últimos registros marcantes por volta de 2017/2018, o conjunto testemunha as transformações profundas da capital. Das ruas do bairro do Brás, onde nasceu, à imensidão da metrópole que São Paulo se tornou, essas imagens compõem um retrato afetivo e histórico da cidade em constante movimento.

Can you feel it?, Bruce Talamon

Can you feel it?, de Bruce Talamon. A exposição inédita do fotógrafo afro-americano Bruce Talamon leva ao público uma fatia de seu expressivo trabalho de registro fotográfico musical. Ao longo de mais de 50 anos de carreira, Bruce esteve frente a frente com os maiores artistas da cena pop americana, cobrindo um sem-número de ensaios, shows e turnês de ícones da R&B, Funk e Soul. A mostra inclui ainda registros feitos pelo fotógrafo no final da década de 1980 no Brasil, em sua primeira viagem ao país. A seleção de imagens nunca foi vista em exposição fora dos EUA e chega ao MIS inspirada pelo impacto do livro Bruce W. Talamon – Soul R&B funk. Photographs 1972–1982, lançado pela editora Taschen em 2018.

O trabalho, Jean Manzon

O trabalho, de Jean Manzon. A exposição apresenta o olhar sensível e épico de Jean Manzon sobre o trabalhador brasileiro. Reconhecido como um dos grandes nomes do fotojornalismo e documentarismo do século XX, Manzon — fotógrafo francês radicado no Brasil desde 1940 — registrou com estética cinematográfica um país em transformação. As imagens reunidas destacam o valor do trabalho humano em meio ao ideal de progresso nacional, exaltando operários, agricultores e personagens anônimos como protagonistas da construção de um futuro promissor. Com beleza, força e idealismo, suas fotografias revelam a dimensão heroica do cotidiano.

Seja o que Deus quiser, Dani Tranchesi

Seja o que Deus quiser, de Dani Tranchesi, com curadoria do escritor Diógenes Moura. De acordo com o curador, “trata-se de uma ideia sobre um país, Brasil, ainda desconhecido entre nós mesmos, que não entra pela porta da frente, mas sim desvia o caminho em busca de um tempo presente que será sempre uma passagem. Nada por dentro de cada uma dessas imagens é definitivo. Nada por dentro de cada uma dessas palavras será eterno, esse verso inventado para que o homem possa suportar a própria existência, o próprio egoísmo. Aqui, por dentro das imagens e das palavras, estaremos sempre à beira do abismo porque é assim que somos de verdade. Por isso a luta incessante para proteger o que nos é mais valioso e não permitir que esse sopro de humanidades – o que se costuma chamar de ‘cultura’ – seja transformado em material de consumo, em um produto descartável.”

Solaris, Lara Ovídio. Nova fotografia 2025

Solaris – Nova fotografia 2025, de Lara Ovídio. A série é uma ficção científica pós-apocalíptica em que só sobreviveram imagens. Fotografias feitas em museus, lugares turísticos e apropriadas da internet se tornam fluorescentes e sedutoras quando expostas à luz UV. Excesso e repetição aceleram a substituição da realidade por imagens.

Suportes da memória, Acervo MIS

Suportes da memória, Acervo MIS – com curadoria de Cecília Salamon. A exposição de fotografias do Acervo MIS retrata os primeiros cem anos do desenvolvimento da história da fotografia. O foco da exposição está na mudança da materialidade dos processos fotográficos, desde a daguerreotipia surgida em 1839 até o uso das emulsões de gelatina e prata na década de 1880, que possibilitaram a invenção do cinema. São apresentados trabalhos de fotógrafos com importantes registros documentais da expansão urbana e das transformações culturais da cidade de São Paulo em fins do século 19 e início do século 20.