A atividade física é algo que traz benefícios às nossas vidas - previne o sedentarismo, a obesidade, a fragilidade muscular e promove a saúde cardiovascular. Mas decidir qual atividade física fazer precisa levar em conta diferentes fatores, como peso, flexibilidade, destreza e equilíbrio. E também se temos algum tipo de condição física limitante.
Entre as muitas opções disponíveis, temos o método Pilates, cuja prática cresce cada vez mais.
O Pilates, ao contrário do que muita gente pensa, não é só para idosos que buscam fazer uma atividade física. A modalidade é cada vez mais procurada pelos benefícios que traz ao corpo, já que trabalha força, flexibilidade e mobilidade muscular.
Como surge o método Pilates?
O método Pilates foi criado em meados do século 1920 por Joseph H. Pilates: um ginasta, fisiculturista e empresário norte-americano de origem alemã. O método foi aperfeiçoado por seus alunos e discípulos nas décadas seguintes.
Joseph H. Pilates nasceu em 9 de dezembro de 1883, na pequena cidade de Mönchengladbach, na Alemanha, e, segundo fontes, sofria desgaste muscular na infância por conta de doenças como asma, febre reumática e raquitismo. Na juventude, ele passou a se dedicar à ginástica e outras atividades físicas, como musculação e ioga. Pilates então estudou vários tipos de exercícios e se encantou pelo ideal grego clássico de equilíbrio do corpo, mente e espírito.
Segundo a página oficial da Fundação Pilates, Joseph mudou-se da Alemanha para a Inglaterra em 1912 e lá trabalhou como artista de circo, boxeador e instrutor de defesa pessoal. Após a eclosão da Primeira Guerra Mundial, ele foi preso como um estrangeiro inimigo junto a outros alemães.
Pilates acabou exilado na Ilha de Man e lá começou a trabalhar como auxiliar em um hospital, onde ajudou pacientes debilitados pela guerra que tinham dificuldades para andar.
Foi quando Joseph Pilates teve a ideia de fixar molas nas camas do hospital para ajudar a apoiar os membros dos pacientes, e também estimular a que eles fizessem alguma mobilização e movimentação física. Nessa época, Pilates ajudou a reabilitar os feridos ao elaborar exercícios que poderiam ser realizados nas camas do hospital, alguns dos quais envolviam segurar molas de cama fixadas na parede para criar alguma resistência nos movimentos.
Depois disso, Pilates patenteou uma espécie de cama com molas de diferentes resistências, conhecido hoje como cama de Pilates, ou aparelho de Pilates Reformer.
Em 1934, Joseph Pilates publicou um livro intitulado Your Health: A Corrective System of Exercising That Revolutionizes the Entire Field of Physical Education ( Sua Saúde: Um sistema corretivo de exercícios que revoluciona todo o campo da educação física, em tradução livre). Já em 1945, Pilates publicou outra obra sobre seu método, que até então era chamado por ele de Contrologia: Return to Life Through Contrology (Retorno à vida por meio da Contrologia, em tradução livre). Este segundo livro apresenta 34 exercícios, muitos dos quais seguem fazendo parte da prática contemporânea.
Joseph Pilates morreu aos 83 anos, e seguia ensinando. Depois de seu falecimento, o método passou a levar o nome pelo que é conhecido hoje.
Atualmente existem o Pilates em Mat (uma manta emborrachada que se usa para fazer ioga), Pilates Reformer (em cama) e também o Pilates Terapêutico, que usam as conhecidas esferas e outros acessórios mas funcionam principalmente com o peso do próprio corpo.
E o que é o Pilates terapêutico?
O Pilates Terapêutico é o Pilates que não é uma atividade física em si, mas um tipo de reabilitação para diferentes patologias. Podemos falar, por exemplo, de pessoas com problemas nos joelhos ou hérnia de disco. É uma espécie de volta ao método Pilates básico original.
A diferença do Pilates Reformer usual, cujos exercícios são dados a todo o grupo por igual, o Pilates Terapêutico é adaptado individualmente para cada paciente, de acordo com sua patologia. Os exercícios são mais básicos normalmente, mas efetivos para reabilitar.
Em palavras de Luciano Caminos, graduando em Fisioterapia, um benefício do Pilates Terapêutico é dar um enfoque mais global ao paciente. Se aplicam técnicas e exercícios de fisioterapia nas aulas, buscando a reabilitação do paciente.
Entre os benefícios, pode-se notar a descompressão de vértebras, aumento da mobilidade, da consciência corporal, da flexibilidade e principalmente o alívio da dor. Tonificar e mobilizar a zona, a depender da lesão que o/a paciente apresente, ajuda na reabilitação.
Podemos também falar dos benefícios para pessoas que fazem musculação, que muitas vezes apresentam encurtamento muscular devido ao pouco alongamento. Esportistas de diferentes disciplinas também podem ver-se beneficiados. O fortalecimento muscular dado pelo Pilates Terapêutico também ajuda a prevenir rupturas fibrilares e problemas posturais.
O método Pilates, seja o Terapêutico ou o Reformer regular, é apto para todas as idades e também para pessoas com diferentes patologias. É muito mais que um exercício para aposentadas com tempo livre, senão que pode melhorar a qualidade de vida e a relação do aluno com o próprio corpo. Pilates é muito mais que uma rotina de exercícios que está na moda, é um método que ajuda às pessoas a ter uma melhor qualidade de vida.