A Feira do Livro de Porto Alegre, promovida pela Câmara Rio-Grandense do Livro, e que já tem espaço reservado na agenda dos gaúchos a cada primavera, chega a sua 57ª edição com a expectativa de receber mais de 1.7 milhão de visitantes. Ocupa, mais uma vez, a já tradicional área da Praça da Alfândega,estendendo-se até o Cais do Porto, entre os dias 28 de outubro e 15 de novembro. Maior evento do mercado livreiro das Américas a céu aberto e com entrada franca, recebe autores e convidados de vários outros estados e países.

São cerca de 700 sessões de autógrafos, aproximadamente 200 palestras e debates, 400 encontros com autores, saraus, contações de histórias e outras atividades específicas para os públicos infantil e juvenil, principalmente alunos de escolas do ensino fundamental e da educação infantil, além da EJA. A intensa e diversificada programação também conta com seminários, oficinas, apresentações artísticas, exibições de filmes e a inauguração da biblioteca infantil Moacyr Scliar, em homenagem ao escrito gaúcho falecido este ano.

A principal novidade desta edição é a inclusão dos Dias Temáticos na programação. Diariamente, um tema diferente aborda em, pelo menos, uma atividade na programação para adultos e em outra na Àrea Infantil e Juvenil. Os temas escolhidos são: Biblioteca; Livro e Leitura; Suspense; Literatura de Terror; Viagens; Cinema; Humor; Cultura Popular; Conto; Gastronomia; Afrodescendência; História; Antropologia; Corpo/Saúde/Erotismo; América Latina; Direitos Humanos e Acessibilidade; Dia Mundial da Gentileza; Ecologia e Comunicação.

Histórico
Realizada de forma ininterrupta há 57 anos, a Feira do Livro de Porto Alegre nasceu quando um grupo de livreiros, intelectuais e jornalistas organizou a primeira edição com o lema “Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo”.

Considerada a maior feira de livros realizada a céu aberto nas Américas e uma das mais antigas do país, a Feira do Livro de Porto Alegre foi idealizada pelo jornalista Say Marques, diretor-secretário do Diário de Notícias. Inspirado por uma feira que visitara na Cinelândia no Rio de Janeiro, Marques convenceu livreiros e editores da cidade a participarem do evento. O objetivo era popularizar o livro, movimentando o mercado e oferecendo descontos atrativos. Na época, as livrarias eram consideradas elitistas, fato que motivou o lema dos fundadores e organizadores da primeira edição.

A Praça da Alfândega era um local muito movimentado nos anos 50, quando Porto Alegre tinha cerca de 400 mil habitantes. Assim, no dia 16 de novembro de 1955, era inaugurada a 1ª Feira do Livro, com 14 barracas de madeira instaladas em torno do monumento ao General Osório.

Na segunda edição do evento, foram iniciadas as sessões de autógrafos. Na terceira, passaram a ser vendidas coleções pelo sistema de crediário. Nos anos 70, a Feira assumiu o status de evento popular, com o início da programação cultural. A partir de 1980, foi admitida a venda de livros usados.

Foi nos anos 90 que a Feira ampliou-se, obrigando os seus visitantes a algumas voltas a mais, com um número maior de barracas e o uso de novos espaços, incorporando a suas atividades encontros com autores, além dos tradicionais autógrafos. Em 94, algumas alamedas ganharam cobertura pois é histórica a relação da Feira com a chuva. No ano seguinte, 1996, a Feira passou por um processo de profissionalização graças à possibilidade de se captar patrocínios através da Lei Nacional de Apoio à Cultura (Lei Rouanet), e foi criado um espaço para as crianças.

A Feira tem acompanhado a transformação e internacionalização da cidade de Porto Alegre, que passou a receber grandes festivais e exposições (como o Porto Alegre em Cena e a Bienal do Mercosul).

No inicio dos anos 2000, a partir de conquistas na área do patrimônio e criação de novos centros culturais no entorno da Praça da Alfândega (como o Santander Cultural e o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, além dos já existentes Museu de Arte do RS Ado Malagoli - Margs e Memorial do RS), a programação cultural da Feira do Livro cresceu em número de autores participantes e público visitante.

Em 2006, a Feira foi reconhecida pela Presidência da República como um dos eventos mais importantes do país e, em 2010, como patrimônio imaterial da Cidade de Porto Alegre pela Secretaria Municipal da Cultura.

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