Fabrício Ono
Colabora no Meer desde março de 2023
Fabrício Ono

Sou inquieto, inconstante, frágil, vulnerável. Nunca sei se sei alguma coisa, nem mesmo se tenho em mim a suficiência que vejo nos que convivo. Me tornei professor por acaso, não foi uma escolha, fui escolhido.

Gosto de transitar em diversos mundos, é o que de fato me alegra. Gosto de cozinhar e cuidar de quem eu gosto, mesmo que meu gostar seja por um instante. Cumpri as exigências da academia, no que se refere à títulos, mas acredito que um título é apenas uma formalidade a ser cumprida. Para mim, a educação é uma aventura onde tenho que me entregar por inteiro.

Tenho muitos questionamentos sobre parte da minha ancestralidade, já que pela paternidade é tudo muito claro, sou neto de japoneses que vieram para o Brasil em busca de um bem viver e foram migrando do estado de São Paulo até chegar em Mato Grosso do sul, como agricultores. Minha ascendência materna é uma incógnita, pois é possível acessar informações até meus tataravós, além disso é tudo um mistério cercado de histórias de vida com muita dor, altos e baixos financeiros e silêncios. A única coisa que me alegra é saber que a cidade homônima do romance de Visconde de Taunay, Inocência, foi constituída em terras dos meus antepassados. Não à toa, que meu texto mais conhecido, Seeing with my feet, fala da minha relação com meu pai, das lições silenciosas dadas por ele, pelas quais tive que compreender, entender e respeitar sua história de vida.

Sou doutor em Letras pela USP, com estágio de pós-doutorado na mesma instituição, mestre em Estudos Linguísticos pela UNESP em São José do Rio Preto, graduado em Letras pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (2004) e bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e especialista em Língua Inglesa pela Universidade São Judas Tadeu.

Atualmente, sou professor do curso de Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus de Três Lagoas. Trabalhei em diversos centros de ensino de línguas e em escolas regulares como professor de inglês.

Meus interesses de pesquisa, atualmente, são epistemologias e ontologias, letramentos, decolonialidade e autoetnografia. Busco me relacionar e dialogar com colegas de instituições de todas as regiões do Brasil, fora da bolha previsível, exercitando uma abertura e disponibilidade para aquilo que foge do mainstream.

No dias de hoje tenho publicado, falado e me dedicado a explorar pensamentos filosóficos, sociológicos ou advindos da psicanálise para fomentar minhas reflexões, questionamentos e problematizações. Por isso, eu me sinto como um sujeito under construction - tatuagem que trago no meu antebraço direito , uma “metamorfose ambulante” nas palavras de Raul Seixas.

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