Os treinadores portugueses, incorporados ao futebol brasileiro, confirmam a grande influência intelectual que graduações e pós-graduações desportivas têm sobre o maior vício passional do mundo, comprovadamente. Tratando-se de uma atividade transversal paralela social, este entretenimento político-desportivo, adquiriu ou desenvolveu um poder de instrução e análise, que abarca também todas as matérias e disciplinas possíveis, e até mais amplas que todas as outras. Desde o financeiro, administrativo e humano, até o competitivo, meritocrático e também emocional.
Classifico de diplomacia do futebol, a capacidade de ensinamento e comparação desta matéria, com todas as disciplinas empresariais, públicas e privadas, inclusive mistas, desta organização mundial que a federação internacional do futebol, permitiu e desenvolveu, em todas as culturas, religiões e interseção do coletivo universal humano.
Ao permitir e incorporar os estrangeiros em sua estrutura, transformando inclusive em associações empresariais privadas, o futebol brasileiro começou a sair da comodidade cultural tradicional daquela sociedade, que reflete-se também nas atividades políticas, econômicas e privadas daquela nação. Acostumada com um império controlador, protetor de setores e nichos especiais, controlador e inibidor da iniciativa e criatividade popular, demonstra características patriarcais, ou também matriarcais, dependendo do contexto. O eterno cidadão infantil, não cresce e não progride continuamente. Faz uma vez, acomoda-se e espera cansado, os louros do orgulho alheio. Parece não fazer para si.
O primeiro e consagrado, homônimo do maior do mundo e, libertador destas amarras veio do pai e antigo império: o Mr. Jorge Jesus de Portugal. Mudou tudo, ganhou tudo! Abriu a porteira da evolução sul-americana aos níveis incansáveis e frequentes do progresso europeu, do futebol moderno e cosmopolita. Entretanto, se não me engano, com patrocínio da empresa da petroleira monopolista brasileira1, que suportou tais excessos positivos e transformadores junto da maior torcida de adeptos, do país. Cosmos por sinal, era o clube do atleta universal e Rei Pelé, naqueles idos anos 1970 da inclusão norte-americana neste desporto, a nação já esta, que hoje detém a superioridade técnica da categoria feminina, e não só.
Vieram os norte-americanos ao Brasil agora recentemente, com um novo representante-presidente que incorporou outro treinador português, Mr. Artur Jorge, na estrutura Botafoguense, depois da experiência positiva do Palestra-Itália (italianos, precursores também do pioneirismo moderno do futebol). Esse com um outro também lusitano patrício, o Mr. Abel Braga vencedor, escritor e professor do futebol português no Brasil. A multiculturalidade futebolística tem o papel de reunir e estimular o progresso social e político, econômico também, desta nação continental acanhada, que a despeito do penta-campeonato mundial de seleções nacionais, no seu campeonato interno mantém vícios de arbitragem - os chamados juízes - que judicializam até o futebol, apesar da rédea-curta e mão-forte quase invisível da federação internacional.
Com capital, a diplomacia financeira do futebol, impera luso-azeitadamente, sem as demoras e injustiças do tempo inerte. Já dizia um grande ancião amigo meu: capital não é problema, mas solução. Entretanto, esse semi-amadorismo da arbitragem, teoricamente permite interferências indesejadas para o bom andamento da competência redundantemente necessária, competitiva e meritocrática do melhor preparado da jornada e da temporada. As bets, apostas desportivas on-line, descortinaram estas possibilidades dentro da arena profissional, dos amadores e vagarosos reguladores nesta nação afeita, a usar a lei de Gérson2 - um jeitinho desvirtuado que esse craque da seleção canarinha, herdou por pecha - hoje comentarista técnico também por excelência.
Salvemos as experiências positivas desta empresa chamada futebol que, como universidade e escola de administração desportiva, até no ramo psicológico, já desponta mas, num Brasil amadorístico, desvenda crenças do inconsciente coletivo nacional, acreditados na política e economia também por lá, amadora-moderna. A Globalização Futebolística comprova que o protecionismo interno, encoberto por legislação viciada e antiquada, mal-avaliada e com estatísticas duvidosas, logo envergonha velhos professores do concurso desleal. Quiçá seja tarde e, como o tempo não volta, chorem os de hoje e os de ontem, sem nem lenços estarem disponíveis para venda, ainda. Terá a nova geração ânimo e capacidade intelectual ou emocional de manter e incrementar progresso, ou sucumbirá na genética fadista do infortúnio depressivo?
Supostamente, a liberalização econômica dos mercados de produtos e serviços, para livre circulação de mercadorias e união aduaneira entre União Européia & Mercosur, sofrerá atraso ou adiantamentos, inversamente ao que já ocorre no mercado futebolístico universal da Federação Internacional de Futebol? Estará o desporto futebolístico muito melhor regulado e administrado, dentro do seu exemplar acordo das ligas das nações? Ou estarão a Secretaria Geral da ONU e a Presidência do Conselho Europeu, ambas simultaneamente representadas agora pelo Portugal, pai do Brasil e, exportador dos patrícios administradores daquelas equipas de futebol, a fazer o atalho exemplar?
Bons interlocutores em novos tempos de reorientação mundial, poderão ser esses os representantes idiomáticos e seculares, que conseguirão fazer-se compreender n'alguma integração económica e, na transição intercontinental dessa nova globalização? Ou, ainda é cedo para que tais mercados dêem um passo avante, com esses progressos? Quando da leitura deste precoce artigo, já será tempo de saber. Ou prever...
Notas
1 Lubrax.
2 Alcunha de levar vantagem.