Atravessamos um longo percurso, mas chegamos até aqui. A fotografia nos acompanha desde a sua invenção no século XIX, num processo que passa pela constituição da nossa memória — documental —, esbarrando na arte, onde interage de forma articulada como espaço profícuo de invenção de linguagem.

A fotografia não se restringe a lógica de uma imagem que se refere a algo que existe fora dela. A fotografia é interdisciplinar e sua potência de criação dá suporte à plataformas diversas como o livro, o vídeo, a instalação, a pintura ou a performance. Artistas têm reinventado não somente a dimensão estética da imagem fotográfica, como também seu próprio estatuto documental, inserindo a fotografia no campo da ficção e da reinvenção do mundo.

Por isso, aqui no Museu de Arte do Rio - MAR constituímos uma significativa coleção de fotografia brasileira, pontuada pela presença de alguns artistas de outras partes do mundo. A Coleção MAR reúne fotografias de naturezas diversas, produzidas desde fins do século XIX aos dias atuais. E você pode ver uma parte deste acervo em nossa exposição Feito poeira ao vento | Fotografia na Coleção MAR.

A mostra é um panorama dessas imagens e experimentos, razão pela qual se apropria do nome de um trabalho de Dirceu Maués aqui em exibição, um vídeo realizado a partir de fotografias pin hole (produzidas por caixinhas de fósforo transformadas em câmeras fotográficas) do mercado Ver-o-Peso, em Belém do Pará.

Apresentando o recorte anual de sua coleção, o MAR agradece a todos os seus doadores que generosamente têm contribuído para a formação de uma grande e significativa coleção.